"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Reportagem indica existência de TACs fraudulentos em MG para substituir licenciamentos

 Fonte: Jornal O Tempo, 25 de setembro de 2025 << https://www.otempo.com.br/politica/2025/9/25/troca-de-acusacoes-e-pressao-por-cpi-dominam-audiencia-publica-sobre-crimes-na-mineracao-em-minas>>

DESTACO OS SEGUINTES TRECHOS DA REPORTAGEM:

"Conforme relatado pela Polícia Federal na operação Rejeito, a celebração de Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) como substituição de processos de licenciamento regular era um dos principais métodos utilizados pelos servidores e empresas acusados de corrupção."

“Nós precisamos reconhecer que há uma estrutura corrupta e que sistematicamente viola os direitos das pessoas que vivem nos territórios com mineração”, diz Eduardo Evangelista, Integrante da Associação de Proteção Ambiental de Ouro Preto (Apaop), uma das regiões com empreendimentos investigados pela Polícia Federal."

Sem mais. 

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

🚨 Megaoperação da Polícia Federal contra esquema bilionário de corrupção e crimes ambientais

Nesta quarta-feira (17/09/2025), a Polícia Federal, em parceria com a CGU, MPF e Receita Federal, deflagrou a Operação Rejeito, considerada uma das maiores ações contra corrupção ambiental da história recente de Minas Gerais.

📌 Principais números:

  • 22 prisões preventivas
  • 79 mandados de busca e apreensão
  • Bloqueio de R$ 1,043 bilhão em bens
  • Suspensão de atividades de 42 empresas
  • Dano ambiental estimado: R$ 18,2 bilhões

🏗️ Esquema criminoso

O esquema envolvia fraudes em licenciamento ambiental para mineração irregular, com atuação de um conglomerado de mais de 40 empresas. O grupo operava por meio de empresas de fachada e corrompia servidores públicos em órgãos como:

  • Agência Nacional de Mineração (ANM)
  • Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM)
  • Instituto Estadual de Florestas (IEF)
  • Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM)

👥 Organização criminosa

No centro da operação estava o grupo “Três Amigos Mineração”, liderado por:

  • Alan Cavalcante do Nascimento – coordenador geral
  • João Alberto Paixão Lages – ex-deputado estadual e articulador político
  • Helder Adriano de Freitas – diretor operacional

Outros envolvidos:

  • Felipe Lombardi Martins – conhecido como “o homem da mala”, transportava propinas em espécie
  • Noêmia dos Santos – diretora administrativa-financeira
  • Jamis Prado de Oliveira Junior – especialista em ocultação de recursos
  • Caio Seabra Filho – diretor da ANM, suspeito de receber R$ 3 milhões em propinas
  • Rodrigo Franco – presidente da FEAM, recebia pagamentos mensais para manipular licenças ambientais

🏞️ Impacto ambiental e projetos

Os projetos minerários ilegais estavam localizados em áreas sensíveis, como a Serra do Curral e Serra de Ouro Preto, colocando em risco patrimônios históricos e ambientais. Entre os principais empreendimentos estavam:

  • Projeto Patrimônio Mineração – propina de R$ 500 mil
  • Projetos HG, Prisma e Rancho do Boi – potencial econômico superior a R$ 17,3 bilhões

🧠 Método de corrupção

A organização utilizava uma metodologia refinada:

  1. Mapeamento de servidores com poder decisório
  2. Aproximação com pequenos benefícios
  3. Escalada para pagamentos sistemáticos
  4. Manutenção de vínculos mesmo após mudanças de cargo

Essa operação revela uma captura sistêmica de órgãos ambientais por interesses privados, com corrupção em escala industrial. O caso deve gerar fortes repercussões políticas e judiciais, especialmente no governo de Minas Gerais.


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O texto acima foi gerado por I.A.tendo como fonte as seguintes notícias: 

Polícia Federal:

https://www.gov.br/pf/pt-br/assuntos/noticias/2025/09/pf-e-cgu-investigam-esquema-bilionario-de-corrupcao-e-danos-ambientais-em-minas-gerais

O Tempo

https://www.otempo.com.br/cidades/2025/9/17/pf-cumpre-mais-de-100-mandados-em-operacao-contra-corrupcao-e-danos-ambientais-por-mineradoras

https://www.otempo.com.br/politica/2025/9/17/alvo-de-operacao-da-policia-federal-foi-desligado-do-governo-zema-ha-quatro-dias

UOL

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2025/09/17/operacao-pf-crimes-ambientais-desvios-bilhao.htm

O Globo:

https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2025/09/17/pf-tenta-prender-22-por-esquema-bilionario-de-corrupcao-e-danos-ambientais-em-minas-gerais.ghtml

O Fator:

https://ofator.com.br/informacao/os-alvos-e-os-detalhes-da-operacao-da-pf-que-mira-grupo-acusado-de-fraudar-licenciamento-ambiental-para-mineracao/

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Actech, enfim, obtém licenciamento ambiental (com condicionantes...)


O processo de licenciamento ambiental SLA nº 2073/2023 foi formalizado em 12/09/2023 junto à Gerência de Suporte Técnico, com o objetivo de obter a Licença de Operação Corretiva para as atividades da fábrica de alumina. Essas atividades incluem a metalurgia de metais não ferrosos em formas primárias, inclusive metais preciosos (Código B-04-01-4), e a operação da pilha de rejeito/estéril (Código A-0504-5).

O empreendimento foi classificado como Classe 5, com base no potencial poluidor/degradador geral da atividade (grande) e no porte do empreendimento (médio). Trata-se de processo na modalidade de Licenciamento Ambiental Concomitante 2 (LAC2), na fase de Licença de Operação Corretiva (LOC), conforme disposto na Deliberação Normativa COPAM nº 217/2017, instruído com Relatório de Controle Ambiental e Plano de Controle Ambiental (RCA/PCA). 

Localizado no município de Ouro Preto, o empreendimento é atualmente de responsabilidade da ACTECH – Alumina Chemical Technology Ltda. 

O requerimento em análise compreende a unidade industrial (Fábrica de Alumina) com 24,17 ha e a Pilha de Rejeito com 4,6 ha, ambas com uso consolidado, não prevendose supressão vegetal. Em 24/10/2023 e em 11/12/2023 foram realizadas vistorias ao empreendimento, gerando-se os Autos de Fiscalização nº 240225/2023 e nº 241522/2023, respectivamente. Informações complementares foram solicitadas por meio do SLA, as quais foram devidamente respondidas pelo empreendedor. 

O empreendimento opera por meio de Termo de Ajustamento de Conduta – TAC (SEI nº 45250914) firmado em 12/09/2022 entre o empreendimento ACTECH Alumina Tecnology Ltda. e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e de Desenvolvimento Sustentável – SEMAD, visando a adequação do empreendimento à legislação ambiental, abrangendo todas as atividades exercidas. 

Salienta-se que nesse mesmo ano, com a modernização do processo produtivo implantado pela ACTECH, a partir da utilização do chamote, e consequente redução no consumo de água na produção da alumina, a barragem de contenção de resíduos industriais Marzagão foi desativada, não sendo alvo, portanto, da regularização ambiental ora em análise. 

Em 14/08/2023 a ACTECH solicitou prorrogação do TAC por mais 12 meses (SEI nº 71494194), tendo o Ofício SEMAD/SUPPRI/DCP nº 22/2023, de 19/09/2023 (SEI nº 73631654), manifestado favorável. 

Com relação aos critérios locacionais incididos sobre o empreendimento, observouse que a ADA está totalmente inserida em área em zona de amortecimento de Unidade de Conservação de Proteção Integral, Estação Ecológica Estadual do Tripuí. O empreendimento está localizado em Reserva da Biosfera do Espinhaço e da Mata Atlântica e em área de alto ou muito alto grau de potencialidade de ocorrência de cavidades, com potencial para ocasionar impactos negativos reversíveis e irreversíveis em cavidades naturais subterrâneas.   

A partir dos estudos e informações colhidas ao longo da análise acerca dos impactos ambientais identificados e medidas mitigadoras propostas, a equipe da DGR/FEAM sugere o deferimento do pedido de LAC2 / LOC do empreendimento fábrica de alumina e pilha de rejeito/estéril, cuja decisão, conforme disposto no art. 14º, inciso IV, alínea “b” c/ §1º, II do Decreto 46.953/2016, é de competência da Câmara de Atividades Industriais – CID. Os demais aspectos avaliados estão detalhados neste parecer, bem como as condicionantes impostas ao empreendimento. 


Vide mais em: https://sistemas.meioambiente.mg.gov.br/licenciamento/site/view-externo?id=43963



PL da Devastação é aprovado na Câmara dos Deputados

Foi aprovado nesta quinta-feira (17/07/2025) na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei (PL) 2.159/2021, que institui a Lei Geral do Licenciamento Ambiental. O texto, aprovado com 267 votos a favor contra 116, vem sendo tratado por partidos de esquerda, movimentos populares e ambientalistas como “PL da Devastação” ou “PL mãe de todas as boiadas”, por conta da quantidade de retrocessos ambientais identificados nele.

A nova legislação reformula a base do licenciamento ambiental brasileiro ao flexibilizar regras e permitir a dispensa de licenças para uma série de atividades, especialmente nos setores agropecuário e de mineração. A proposta amplia o uso da Licença por Adesão e Compromisso (LAC) inclusive para empreendimentos de médio impacto, por meio de autodeclaração e sem análise técnica prévia – medida que contraria decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e ignora o princípio da precaução.

O texto também desvincula o licenciamento da outorga de uso da água e da regularização do solo, fragilizando a gestão ambiental integrada e aumentando o risco de degradação e conflitos.

Além disso, o projeto enfraquece a participação de órgãos técnicos como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), cujas manifestações deixam de ter poder de veto, inclusive em casos que envolvem territórios não regularizados e unidades de conservação.

Condicionantes ambientais são desvalorizadas, e o texto não estabelece critérios nacionais mínimos para o licenciamento, repassando a definição aos estados e municípios, o que, segundo especialistas (leia relatório na íntegra), pode gerar insegurança jurídica.

Licenciamento sem estudo

O projeto tem pontos bastante polêmicos. Um deles é a LAC (Licenciamento por Adesão e Compromisso), que permite ao empreendedor receber a licença após entregar um documento se comprometendo a adotar medidas de proteção ambiental.

O rito para autorização é criticado por não haver estudos prévios. A licença é emitida a partir de critérios prestabelecidos pelo órgão público, mas é o próprio empresário que determina as medidas que vai seguir para preservar a natureza.

A verificação do cumprimento dos compromissos é considerada precária pelos ambientalistas. O projeto aprovado prevê fiscalizações por amostragem e não estipula um percentual mínimo. 

Novos tipos de licenciamento

Entre os sete tipos de licenciamento, quatro deles podem permitir uma autodeclaração de empreendedores ou a renovação quase automática de licenças em áreas ambientalmente sensíveis. São elas: 

  • Licença Ambiental por Adesão e Compromisso (LAC), que pode ser feita “mediante declaração de adesão e compromisso do empreendedor com os requisitos preestabelecidos pela autoridade licenciadora”; 
  • Licença Ambiental Única (LAU), que estabelece, em uma única etapa, atesta viabilidade da instalação, da ampliação e da operação de atividade ou de empreendimento; 
  • Licença de Operação Corretiva (LOC), regulariza atividade ou empreendimento que esteja operando sem licença ambiental, e
  • Licença Ambiental Especial (LAE): sugerida por Davi Alcolumbre, ato administrativo que estabelece condicionantes para o empreendimento estratégico ser instalado, ainda que utilizador de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente;

MAIS DETALHES EMhttps://www.poder360.com.br/poder-sustentavel/entenda-o-novo-licenciamento-ambiental/ 

Fonte: Agência Câmara
Fonte: Agência Câmara

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Fontes:

https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2025/07/17/em-derrota-do-governo-congresso-aprova-mudanca-no-licenciamento-ambiental.htm?cmpid=copiaecola

https://www.brasildefato.com.br/2025/07/17/pl-da-devastacao-que-dispensa-agronegocio-de-licenciamento-ambiental-e-aprovado-na-camara/

https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2025/07/17/camara-aprova-projeto-que-flexibiliza-licenciamento-ambiental.ghtml