"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

domingo, 16 de junho de 2013

Sara Saramenha

Sara Saramenha
Faça ressurgir as casas da rua do campo...
Com as suas portas e janelas azuis
Hoje engolidas por um frio e triste estacionamento...

Sara saramenha
Abra as portas da vendinha do Sô Acaiaca e Dona candinha
Traga de novo o Lactário da Dona Olivia,
E o Posto do Sô Antero...

Sara Saramenha
Ponha em fila as casinhas, geminadas duas a duas,
De dona Sebastiana, mãe da Lucimar, depois da Gracinda,
De um técnico de futebol um Gilberto de tal
Do Tio Marcondes e tia Izabel,
Do posto médico,
Do Sô Bem, do Sô Valim,
Da portinha do correio
Da casa do Zé cascudo, do Sô Tãozinho
Do Sô Walter, da Casa do Nozinho e tia Zezé,
E até mesmos do consultório Arthur Drummond
De dores lembranças...

Sara Saramenha
Poê de novo o Real, o nosso time , nosso “dream Team”
Do coração, em campo com sua camisa “preti e branca”,
Como dizia o Paulista Lélio, meu grande amigo...
Com Donato, o nosso finado “Patinho Feio” no gol
Dudu e seu cabelo “glostorado”, lambido de vaca, do Mão, do Tatio,
Do Walter do olho grande, Jairzinho, Zezé boia quente,
Zezé da dona Dila, Julinho, Edinho, Louro,
Nico, Carlinhos, Prego, Botão, Nunes, as vezes “Figeno”
Zé Carlos Moringa, Bitota, Tiam, Itamar...
O maior time de nosso pequeno mundo
De memoráveis jogos contra o Santos
Dos Garcias lá das cabeças

Sara saramenha

Saia deste silencio sepulcral
Suas ruas estão mortas ou quase,
Mas , as minhas lembranças estão Vivas, acesas
E teimam em permanecer..

Sara Saramenha
Faz descer no mesmo horário
Um Austin preto e pequeno do Mr. Wouton...
acende de novo o cachimbo do Mr Deputack
Que deixou um capote de lembrança
Para o meu velho pai Juvenal

Sara Saramenha

Desperta com sua sirene estridente
A molecada para a escola
O Grupo escolar Tomaz Antônio Gonzaga
Desperta os nosso para dar o sangue
Engolir fuligem, sujar de lama vermelha os pés
E empestar os pulmões de soda caustica

Sara Saramenha ...
Acorda !!!
Mas, já não há mais jeito
O tempo a engoliu e mastigou...
E a minha infância
Ficou lá atrás , escondida num canto
Do meu coração

Edmundo Guedes

Um comentário:

  1. Lindas palavras. Só quem viveu essa época em Saramenha pode entendê-las em toda a sua profundidade.

    Celso Antunes de Almeida Filho

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