"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

sábado, 22 de março de 2014

Hindalco faz reunião com moradores da Vila Operária

No dia 18 de março de 2014 aconteceu mais uma reunião da Associação de Moradores da Vila Operária (ACVO). 

A pauta foi única com representantes da empresa Hindalco, que foram até lá para apresentar os projetos para a fábrica de alumina de Saramenha. 

Os moradores presentes puderam esclarecer dúvidas e cobrar providências quanto aos incômodos causados pela poluição no bairro. 

Foi acertado que a empresa manterá uma relação mais próxima com a comunidade priorizando a solução amigável de conflitos e, sobretudo, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida no bairro. A associação de bairro irá intermediar todas as reclamações e sugestões dos moradores, repassando-as à fábrica periodicamente. Do outro lado, qualquer anormalidade na fábrica será imediatamente comunicada pela empresa à associação, que repassará as informações aos moradores. 

Mas gentilezas à parte, devidas apenas pela relação de vizinhança, o que pode ser observado na reunião foi a ausência de informações precisas sobre o que, de fato, será feito em Saramenha.

Os representantes da empresa falaram do grupo Atybia Birla, das suas operações mundo afora e do seu poderio econômico. Com relação à fabriqueta de Saramenha, apenas falaram do processo técnico de produção da alumina e sobre os prováveis empregos gerados. Não apresentaram valores de investimentos, projetos sociais e cronogramas. Fingiram desconhecer a Novelis e nada falaram sobre o futuro do alumínio. 

Não se comprometeram em reduzir desde já a emissão de particulados sobre a Vila Operária e o mau cheiro que tanto incomoda a comunidade. Como se fossem novatos na região (ignorando que alguns lá estão há cerca de 30 anos), os funcionários da Hindalco pediram paciência e confiança à comunidade para que os problemas sejam gradualmente resolvidos, pois a empresa é "muito nova no país" e precisa aprimorar as suas instalações. Ora, será que não tiveram tempo pra se planejar nos quase 5 anos em que a fábrica de alumina esteve fechada?


Sinceramente, espero que não, mas acho cada vez mais que essa cisão da fábrica de Saramenha (mantendo-se o mesmo dono indiano) não passa de uma estratégia empresarial para o grupo Adytia Birla sair de Ouro Preto deixando para trás e nas mãos dos ouropretanos todos os prejuízos ambientais e sociais do encerramento da sua produção.

Certo mesmo é que o Operário Verde e diversos outros ouropretanos continuarão atentos e fiscalizando! 


Um comentário:

  1. Que pena,ver tanta gente boa da Vila Operária sendo iludidas por esse tipo de gente da Hindalco, e o que dizer deste que conduz a reunião, meu pai! meu Deus!
    É muita crueldade com essa gente tão generosa, boa e que neste tipo de reunião
    sofre um verdadeiro esculacho.
    Esse aí vai ganhar tapinha nas costas e rir depois do povo da Vila: -"Passei melzinho na boca deles", meu Deus, Meu pai, olhai, olhai.........o povo da nossa vila.

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