"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)
domingo, 23 de setembro de 2012
Engrossando as fileiras
Muito boa a repercurssão do texto do nosso amigo Samuel D'Angelo. Isso significa que o incômodo é grande e as pessoas não o suportam mais! é chegada a hora de expor os verdadeiros fatos? espero que sim!
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
UMA NOVELIS QUE NÃO ACABA NUNQUIS!!!
Segue abaixo, um texto extraído do facebook de Samuel
D'Angelo, com o qual concordamos integralmente.
"UMA NOVELIS QUE NÃO ACABA NUNQUIS!!! Assim diria o nosso tão adorado comediante Mussum, se fosse nato na cidade de Ouro Preto.
Publico aqui umas fotos que tirei hoje da fábrica de alumínio NOVELIS, no fim da tarde, e faço algumas perguntas.
Quantas toneladas de gás cancerígeno essa companhia joga dentro desse buraco que é a região de Saramenha? Não digo "Buraco no sentido ofensivo. Eu também sou morador no bairro de Saramenha.
Digo buraco, é porque, geograficamente, Saramenha é dentro de um enorme e verdadeiro "buraco", cercado de colinas por todos os lados. E - NUNCA - se constói uma fábrica, que emite toneladas diárias de poluentes, no ponto mais baixo de um terreno ou região.
Os gases dessa fábrica são jogados todos no ar e ficam ali no vale. Estacionados, estáticos, entrando em nossos pulmões, consequentemente em nossas correntes sanguíneas, cobrindo todas as plantas, casas e alimentos cultivados em quintais com fuligem tóxica.
Além de já ter secado uma área verde enorme nas cercanias da fábrica, matando as plantas pelo motivo de estar impedindo-as de fazer o processo de troca de oxigênio-Gás carbônico, que é realizado durante a noite (não por falta de água como querem alegar os os ambientalistas, que trabalham para a fábrica).
Então, durante à noite é o horário mais crítico.
É quando a fumaça que sobe pela chaminé a cima, passa a ser mais densa e com odor muito mais intenso. (E para isso não é necessário um diploma de curso superior pra perceber ou ser um bravo entendedor de questões ambientais).
As noites dos bairros de Saramenha, Saramenha de cima e Bauxita são invadidas por um ar extremamente nebuloso, turvo, com odor forte de enxofre misturado com Hidróxido de Sódio (vulgo Soda caustica), e tem ainda a trilha sonora noturna que segue aos embalos de sons de máquinas velhas, rumores de marretadas dadas em ferro e tubos, sirenes e um cenário que relembra os filmes do MAD MAX, que passavam na década de 80.
Quantas pessoas devem morrer de câncer em Ouro Preto para descobrirmos que essa fábrica é o grande problema de tudo?
Será que nunca associaram o índice de morte por câncer em Ouro Preto nos ultimos 20 ou 30 anos com a história da fabrica e todos os seus Altos e baixos bem como sua situação financeira?
Porque os Antigos donos foram embora? Será que os Indianos trabalham mais e gastam menos, economizando em manutenção e deixando a fábrica em condições de segurança pra lá precárias e altamente primárias?
Ou será que o câncer nas pessoas bem como a área verde que está também esturricando por falta de ar, entra na estatística como "impacto ambiental"?
Depois que cheguei de volta à minha cidade, o que mais ouço falar é em mudanças.
Uma coisa realmente mudou... A minha paisagem e a qualidade do ar que eu respiro.
Minha paisagem está cada vez mais morta, e o ar cada vez mais impossível de se respirar. Minhas plantas morrem... tudo morre.
A área verde ao redor da fábrica está secando. E as áreas, que ainda eram verdes, e pertenciam à essa NOVELIS, estão sendo vendidas para o mercado imobiliário e devastadas para a construção de moradias em prol não sei de quê... Aluguel? Imóveis? Hoteis? me digam... DE QUÊ?
Ninguém faz nada pra mudar isso. E ninguém também reclama de verdade e com autoridade e direitos.
Quantos caixotes mau fornidos e estruturados, chamados de "predinhos pra estudantes" ou hoteis devem aparecer em cima das áreas devastadas, vendidas pela NOVELIS, para percebermos a grande furada?
O dono da novelis precisa voltar pra India cheio de dinheiro no bolso? E um outro, que provavelmente não mora aqui na região de Saramenha, ou bauxita, precisa chegar com sua rede de hoteis ou predinhos para alugar para nós, que só nos ferramos nos ultimos 20...30 anos respirando essa porcaria de ar, e depois, ainda nos ferramos de novo, também financeiramente, por ter de ficar a mercê do crescimento inescrupuloso de uma especulação imobiliária desenfreada?
É assim que funciona? É justo isso?
Precisam morrer quantos cidadãos por causa de câncer para a direção do vento virar?
A morte por câncer é, realmente, vontade de Deus ou do Diabo como dizem por aí ? COM CERTEZA NÃO!
As plantas estão morrendo esturricadas e cobertas de fuligem nas cercanias da fábrica, realmente, por falta de água?
Qual o politico e candidato que quer realmente enfrentar isso de frente e SERIAMENTE, COMO UM VERDADEIRO GOVERNANTE?
O que a população está disposta a fazer.?
Ou Vamos passar o resto da vida vendo essa fábrica, cada vez mais falida, jogar porcaria no nosso naris e na nossa fauna e flora sem reagirmos?
Para decidir a saída ou permanecia dessa situação ridícula é preciso analizar estatísticas?
É pura estatistica?
Então a estatistica tem que ser pura, mas o MEU e o SEU ar, que nós respiramos, não?
O bom senso comum e mais os outros cinco sentidos, inclusive nosso olfato, além d nossa preocupação com nossa saúde, não ajudam em nada nessa precariedade de sistema?
POR QUE?
Eu gostaria de respostas.... E gostaria também que essas chaminés fossem embora daqui direto pra India, que é de onde vêm os novos proprietários dessa novela... Digo... NOVELIS, sucateada e obsoleta.
Chega! Basta!
Lutemos juntos por um futuro melhor, por riqueza e principalmente por uma nova consciência geral.
Estamos vendo tudo acontecer literalmente debaixo de nossos narizes e também diante dos nossos olhos.
Eu digo FORA ESSA FÁBRICA E ESSA SITUAÇÃO!
E VOCÊS, CIDADÃOS?
E vocês, candidatos? O que dizem a respeito disso?
Qual a solução?
Vocês que ocuparão, durante quatro anos, um cargo que tratará também desse tipo de responsabilidade...
QUAL É A SOLUÇÃO PRA ISSO??
AO INVÉS DE PASSAR COM CARRO DE SOM NA MINHA PORTA E ENCHER O MEU PORTÃO DE "SANTINHOS", APENAS ME RESPONDAM. E AÍ TERÃO OU NÃO O MEU VOTO.
Gostaria de ouvir, como faço para viver em minha casa e meu bairro, sem me preocupar com morte por envenenamento ou doenças letais causadas por poluição de uma fábrica que insiste em ficar aqui funcionando em condições precárias enriquecendo estrangeiros e alterando, para pior, o rítmo de vida bem como o futuro do meu bairro.!!
Você cidadão!!!! Qual é o problema do seu bairro ou distrito?
No meu é esta maldita fábrica de alumínio que mata tudo ao seu redor.
Pense, escreva.!! E verá que o número de candidatos em que vc confia diminuirá muito.
Assim você terá mais certeza na hora de dar seu voto pra alguém.
Basta! Alguma coisa tem que mudar.
Basta mesmo."
Samuel D'Angelo, Músico, Compositor e estudante de Arquitetura
"UMA NOVELIS QUE NÃO ACABA NUNQUIS!!! Assim diria o nosso tão adorado comediante Mussum, se fosse nato na cidade de Ouro Preto.
Publico aqui umas fotos que tirei hoje da fábrica de alumínio NOVELIS, no fim da tarde, e faço algumas perguntas.
Quantas toneladas de gás cancerígeno essa companhia joga dentro desse buraco que é a região de Saramenha? Não digo "Buraco no sentido ofensivo. Eu também sou morador no bairro de Saramenha.
Digo buraco, é porque, geograficamente, Saramenha é dentro de um enorme e verdadeiro "buraco", cercado de colinas por todos os lados. E - NUNCA - se constói uma fábrica, que emite toneladas diárias de poluentes, no ponto mais baixo de um terreno ou região.
Os gases dessa fábrica são jogados todos no ar e ficam ali no vale. Estacionados, estáticos, entrando em nossos pulmões, consequentemente em nossas correntes sanguíneas, cobrindo todas as plantas, casas e alimentos cultivados em quintais com fuligem tóxica.
Além de já ter secado uma área verde enorme nas cercanias da fábrica, matando as plantas pelo motivo de estar impedindo-as de fazer o processo de troca de oxigênio-Gás carbônico, que é realizado durante a noite (não por falta de água como querem alegar os os ambientalistas, que trabalham para a fábrica).
Então, durante à noite é o horário mais crítico.
É quando a fumaça que sobe pela chaminé a cima, passa a ser mais densa e com odor muito mais intenso. (E para isso não é necessário um diploma de curso superior pra perceber ou ser um bravo entendedor de questões ambientais).
As noites dos bairros de Saramenha, Saramenha de cima e Bauxita são invadidas por um ar extremamente nebuloso, turvo, com odor forte de enxofre misturado com Hidróxido de Sódio (vulgo Soda caustica), e tem ainda a trilha sonora noturna que segue aos embalos de sons de máquinas velhas, rumores de marretadas dadas em ferro e tubos, sirenes e um cenário que relembra os filmes do MAD MAX, que passavam na década de 80.
Quantas pessoas devem morrer de câncer em Ouro Preto para descobrirmos que essa fábrica é o grande problema de tudo?
Será que nunca associaram o índice de morte por câncer em Ouro Preto nos ultimos 20 ou 30 anos com a história da fabrica e todos os seus Altos e baixos bem como sua situação financeira?
Porque os Antigos donos foram embora? Será que os Indianos trabalham mais e gastam menos, economizando em manutenção e deixando a fábrica em condições de segurança pra lá precárias e altamente primárias?
Ou será que o câncer nas pessoas bem como a área verde que está também esturricando por falta de ar, entra na estatística como "impacto ambiental"?
Depois que cheguei de volta à minha cidade, o que mais ouço falar é em mudanças.
Uma coisa realmente mudou... A minha paisagem e a qualidade do ar que eu respiro.
Minha paisagem está cada vez mais morta, e o ar cada vez mais impossível de se respirar. Minhas plantas morrem... tudo morre.
A área verde ao redor da fábrica está secando. E as áreas, que ainda eram verdes, e pertenciam à essa NOVELIS, estão sendo vendidas para o mercado imobiliário e devastadas para a construção de moradias em prol não sei de quê... Aluguel? Imóveis? Hoteis? me digam... DE QUÊ?
Ninguém faz nada pra mudar isso. E ninguém também reclama de verdade e com autoridade e direitos.
Quantos caixotes mau fornidos e estruturados, chamados de "predinhos pra estudantes" ou hoteis devem aparecer em cima das áreas devastadas, vendidas pela NOVELIS, para percebermos a grande furada?
O dono da novelis precisa voltar pra India cheio de dinheiro no bolso? E um outro, que provavelmente não mora aqui na região de Saramenha, ou bauxita, precisa chegar com sua rede de hoteis ou predinhos para alugar para nós, que só nos ferramos nos ultimos 20...30 anos respirando essa porcaria de ar, e depois, ainda nos ferramos de novo, também financeiramente, por ter de ficar a mercê do crescimento inescrupuloso de uma especulação imobiliária desenfreada?
É assim que funciona? É justo isso?
Precisam morrer quantos cidadãos por causa de câncer para a direção do vento virar?
A morte por câncer é, realmente, vontade de Deus ou do Diabo como dizem por aí ? COM CERTEZA NÃO!
As plantas estão morrendo esturricadas e cobertas de fuligem nas cercanias da fábrica, realmente, por falta de água?
Qual o politico e candidato que quer realmente enfrentar isso de frente e SERIAMENTE, COMO UM VERDADEIRO GOVERNANTE?
O que a população está disposta a fazer.?
Ou Vamos passar o resto da vida vendo essa fábrica, cada vez mais falida, jogar porcaria no nosso naris e na nossa fauna e flora sem reagirmos?
Para decidir a saída ou permanecia dessa situação ridícula é preciso analizar estatísticas?
É pura estatistica?
Então a estatistica tem que ser pura, mas o MEU e o SEU ar, que nós respiramos, não?
O bom senso comum e mais os outros cinco sentidos, inclusive nosso olfato, além d nossa preocupação com nossa saúde, não ajudam em nada nessa precariedade de sistema?
POR QUE?
Eu gostaria de respostas.... E gostaria também que essas chaminés fossem embora daqui direto pra India, que é de onde vêm os novos proprietários dessa novela... Digo... NOVELIS, sucateada e obsoleta.
Chega! Basta!
Lutemos juntos por um futuro melhor, por riqueza e principalmente por uma nova consciência geral.
Estamos vendo tudo acontecer literalmente debaixo de nossos narizes e também diante dos nossos olhos.
Eu digo FORA ESSA FÁBRICA E ESSA SITUAÇÃO!
E VOCÊS, CIDADÃOS?
E vocês, candidatos? O que dizem a respeito disso?
Qual a solução?
Vocês que ocuparão, durante quatro anos, um cargo que tratará também desse tipo de responsabilidade...
QUAL É A SOLUÇÃO PRA ISSO??
AO INVÉS DE PASSAR COM CARRO DE SOM NA MINHA PORTA E ENCHER O MEU PORTÃO DE "SANTINHOS", APENAS ME RESPONDAM. E AÍ TERÃO OU NÃO O MEU VOTO.
Gostaria de ouvir, como faço para viver em minha casa e meu bairro, sem me preocupar com morte por envenenamento ou doenças letais causadas por poluição de uma fábrica que insiste em ficar aqui funcionando em condições precárias enriquecendo estrangeiros e alterando, para pior, o rítmo de vida bem como o futuro do meu bairro.!!
Você cidadão!!!! Qual é o problema do seu bairro ou distrito?
No meu é esta maldita fábrica de alumínio que mata tudo ao seu redor.
Pense, escreva.!! E verá que o número de candidatos em que vc confia diminuirá muito.
Assim você terá mais certeza na hora de dar seu voto pra alguém.
Basta! Alguma coisa tem que mudar.
Basta mesmo."
Samuel D'Angelo, Músico, Compositor e estudante de Arquitetura
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
A fábrica e a Vila Operária
O texto abaixo foi extraído da Wikipédia. É um bom relato que explica também a origem da Vila Operária de Ouro Preto. Fica a pergunta: a Vila Operária está se libertando?
"A relação entre fábrica e vila operária vem da forma particular de organização capitalista onde as vilas operárias surgem como solução para o problema habitacional da classe trabalhadora e como forma de imobilização dos trabalhadores.
São perfeitamente funcionais e lucrativas para o patronato industrial, mas elas também formam uma constelação de traços culturais presentes na experiência de vida dos atores sociais presentes nesta situação industrial.
A idéia de 'complexo fábrica com vila operária' busca dar conta da complexidade de relações sociais que marca este sistema social. O complexo é ao mesmo tempo fabril e sócio-cultural, envolve tanto relações de trabalho quanto relações extrafabris, em um fluxo de relações entre o espaço fabril e o espaço doméstico, entre a fábrica e a vila operária.
Assim, as fábricas com vila operária formam um complexo sócio-econômico, cultural e político: a fábrica moderna, o trabalho assalariado (chamada de “servidão burguesa” por Leite Lopes), o paternalismo industrial com formas especificas de educação (escola operária), de religião (capelas com padroeiros católicos), de consumo (armazém da fábrica), e de lazer (clubes da fábrica).
Para Leite Lopes (1988, p. 16-18), as fábricas com vila operária formam um “padrão especifico de relações de dominação”, são fábricas que “subordinam diretamente os seus trabalhadores para além da esfera da produção”, estas fábricas constituem uma “configuração de uma estrutura de relações sociais de dominação, dentre outras configurações possíveis no interior do modo de produção capitalista e no interior do conjunto de relações entre a classe operária e o patronato”.
As relações de dominação marcam profundamente as fábricas com vila operária. Nesta situação, os patrões não são simplesmente patrões, não se estabelece uma simples relação contratual, mas, os patrões são os proprietários da casas onde residem os operários, assim como, de toda a rede de serviços presentes nestas vilas (armazém, clube, capela, escola). A ameaça da perda do emprego vem junto com a ameaça da perda da casa.
A subordinação dos trabalhadores têxteis era um fator gerador de medo, que pairava sobre a classe operária, medo de perder o emprego, medo de perder a casa, medo de “sujar” o nome da família junto ao poder patronal, implicando danos para os familiares que poderiam vir a precisar de algum beneficio futuro, como emprego na fábrica ou casa na vila. A “boa conduta” era um pré-requisito para o acesso ao emprego e a moradia, e o nome da família era o código que poderia dar acesso ou barrar determinado trabalhador."
"A relação entre fábrica e vila operária vem da forma particular de organização capitalista onde as vilas operárias surgem como solução para o problema habitacional da classe trabalhadora e como forma de imobilização dos trabalhadores.
São perfeitamente funcionais e lucrativas para o patronato industrial, mas elas também formam uma constelação de traços culturais presentes na experiência de vida dos atores sociais presentes nesta situação industrial.
A idéia de 'complexo fábrica com vila operária' busca dar conta da complexidade de relações sociais que marca este sistema social. O complexo é ao mesmo tempo fabril e sócio-cultural, envolve tanto relações de trabalho quanto relações extrafabris, em um fluxo de relações entre o espaço fabril e o espaço doméstico, entre a fábrica e a vila operária.
Assim, as fábricas com vila operária formam um complexo sócio-econômico, cultural e político: a fábrica moderna, o trabalho assalariado (chamada de “servidão burguesa” por Leite Lopes), o paternalismo industrial com formas especificas de educação (escola operária), de religião (capelas com padroeiros católicos), de consumo (armazém da fábrica), e de lazer (clubes da fábrica).
Para Leite Lopes (1988, p. 16-18), as fábricas com vila operária formam um “padrão especifico de relações de dominação”, são fábricas que “subordinam diretamente os seus trabalhadores para além da esfera da produção”, estas fábricas constituem uma “configuração de uma estrutura de relações sociais de dominação, dentre outras configurações possíveis no interior do modo de produção capitalista e no interior do conjunto de relações entre a classe operária e o patronato”.
As relações de dominação marcam profundamente as fábricas com vila operária. Nesta situação, os patrões não são simplesmente patrões, não se estabelece uma simples relação contratual, mas, os patrões são os proprietários da casas onde residem os operários, assim como, de toda a rede de serviços presentes nestas vilas (armazém, clube, capela, escola). A ameaça da perda do emprego vem junto com a ameaça da perda da casa.
A subordinação dos trabalhadores têxteis era um fator gerador de medo, que pairava sobre a classe operária, medo de perder o emprego, medo de perder a casa, medo de “sujar” o nome da família junto ao poder patronal, implicando danos para os familiares que poderiam vir a precisar de algum beneficio futuro, como emprego na fábrica ou casa na vila. A “boa conduta” era um pré-requisito para o acesso ao emprego e a moradia, e o nome da família era o código que poderia dar acesso ou barrar determinado trabalhador."
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