"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A insustentável leveza do alumínio: impactos socioambientais da inserção do Brasil no mercado mundial de alumínio primário

Revista Ciência & Saúde Coletiva
Print version ISSN 1413-8123
Vol.18 no.11. Rio de Janeiro Nov. 2013

Artigo completo disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232013001100013

SciELO - Scientific Electronic Library Online

"O presente artigo procura discutir a produção de alumínio no Brasil e seus impactos socioambientais e à saúde pública. Os impactos da cadeia produtiva do alumínio colocam em xeque a ideia de crescimento sustentável difundido pelos grupos empresariais que atuam no setor. O artigo defende a tese de que a inserção do Brasil no mercado global do alumínio faz parte de uma nova configuração da Divisão Internacional do Trabalho (DIT), cujas atividades econômicas poluentes e altamente dependentes de energia, como o caso deste metal vêm se deslocando para nações periféricas ou emergentes, onde muitas vezes as legislações são menos austeras, do mesmo modo como são menos influentes os movimentos ambientalistas e as reivindicações das populações atingidas nos territórios afetados em seus direitos à saúde, ao ambiente saudável e à cultura. A competitividade desta commodity é garantida no mercado internacional, a partir da produção de externalidades como os danos ao ambiente, desmatamentos, emissões de gases do efeito estufa e de cenários de injustiça ambiental, como também nos empreendimentos de construção de barragens hidrelétricas que expõem comunidades tradicionais a situações que envolvem a perca de seus territórios."

Eficiência em reciclagem antevê fim de mineração por alumínio

 Matéria disponível no site UOL Notícias: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2013/11/24/eficiencia-em-reciclagem-anteve-fim-de-mineracao-por-aluminio.htm

 BBC

Duzentos anos atrás, ninguém sabia que o alumínio existia. Hoje, o material está em toda parte - em latas, janelas, embalagens, carros.

Mas mesmo enquanto novos usos para o alumínio seguem sendo descobertos, o avanço da reciclagem pode fazer com que, em algum momento, não precisemos mais minerar em busca do material.

De um lado, o alumínio é um dos metais mais reativos da tabela periódica. "Incêndios de alumínio são assustadores", diz Andrea Sella, professor de química da Universidade College London. Por isso, ele não é ideal para a construção de aeronaves, por exemplo.

Mas, de outro lado, essa desvantagem é compensada por sua força, flexibilidade e leveza excepcional.

Seu alter ego é o óxido de alumínio, que é macio e maleável e forma uma camada sobre o metal puro no momento em que é exposto ao ar (e isso torna improvável que uma aeronave pegue fogo).

De tão resistente, esse óxido é usado para fazer lixa e outros produtos abrasivos.

E, apesar de o alumínio ser o terceiro elemento mais abundante na crosta da Terra, ele só foi isolado em 1825 e por décadas era tão escasso que valia mais do que a prata.

O motivo pelo qual ficou tanto tempo "escondido" é que, ao contrário do ouro e da prata, ele é extremamente reativo para ocorrer em sua forma pura. É encontrado na forma de bauxita, minério avermelhado e marrom.

Minerar a bauxita é a parte fácil do processo. O mais difícil é extrair o metal - algo que foi obtido pela primeira vez em 1886, com o derretimento da bauxita em outro mineral, criolita, e de uma passagem de uma corrente elétrica por ele, separando os átomos de oxigênio do alumínio.

São necessárias quatro toneladas de bauxita para produzir uma tonelada de alumínio, em um processo que consome bastante energia.

Reciclagem e energia

Mas a reciclagem desse material consome uma fração muito pequena dessa energia.

"Latinhas de bebida podem ser recicladas em 60 dias, ou seja, uma lata de refrigerante pode voltar à prateleira 2 meses depois (de ser usada)", diz Nick Madden, responsável por comprar o material em estado bruto para a Novelis, maior manufatureira global de folhas de alumínio.

O material pode ser reciclado diversas vezes, praticamente de forma infinita.

"É um dos poucos materiais que é genuinamente 100% reciclável", afirma Madden.

E o Brasil é um dos líderes desse mercado, diz um relatório deste ano produzido pelo Pnuma, braço ambiental da ONU: em 2010, o país reciclou 97,6% de suas latinhas de alumínio, maior porcentagem do mundo.

Demanda

Em teoria, pode chegar o dia em que o mundo terá minerado todo o alumínio de que necessita - talvez possamos apenas seguir reutilizando o que já temos.

"Se a demanda parar de crescer e (reutilizarmos) resíduos, começaremos a reduzir (a exploração) da matéria-prima", agrega Madden.

Por enquanto, porém, a demanda está crescendo, e um dos motivos é a produção de automóveis. Carros de carcaças mais leves significam mais eficiência no gasto de combustível e menos emissões de gás carbônico.

A Novelis aumentou em 25% seu suprimento a montadoras no ano passado, a maior parte dele para um de seus maiores clientes, a Jaguar Land Rover - que começou a produzir Range Rovers com alumínio.

O novo carro usa 25% a menos de combustível em parte porque sua carcaça é 39% mais leve, o que ajuda a reduzir o peso total do carro no equivalente a cinco pessoas.

Quase a metade do alumínio que a Novelis vende para a produção de Range Rovers vem do lixo - latas vazias, resíduos de veículos e de construção. A empresa quer aumentar essa porcentagem para 80% até 2020. Para isso, o desafio é garantir que mais alumínio entre no ciclo da reciclagem.

Se a exploração de bauxita vai persistir nas próximas gerações, isso vai depender da proporção que conseguirmos reutilizar do material já existente, bem como dos novos usos que inventarmos para ele.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Vizinhos da fábrica de alumínio e da indústria química: uma alerta às "saramenhenses" grávidas


Poluição chega até aos pequenos corações, ainda no útero


Estudo canadense reforça a tese de que agentes tóxicos presentes no ar comprometem a formação do primeiro órgão no embrião humano. Segundo médicos, os defeitos cardíacos congênitos são cada vez mais detectados nas maternidades


Por volta do 21º dia de gestação, uma estrutura ainda minúscula e primitiva começa a bater. É o coração, primeiro órgão a se formar no embrião humano e que estará completamente desenvolvido na oitava semana após a concepção. Nesse intervalo de tempo, porém, algo pode dar errado. Um canal que não se fecha, uma válvula que se estreita, um tronco que se sobrepõe a outro… Quando isso ocorre, a criança já nasce com a capacidade cardiovascular comprometida. 

As causas dos defeitos cardíacos congênitos ainda não foram completamente esclarecidas, mas estudos têm demonstrado a importância de um componente ambiental na malformação do órgão: os agentes poluentes. Resultados preliminares de uma pesquisa apresentada no congresso da Associação Americana do Coração encontraram mais uma associação contundente entre resíduos tóxicos industriais e deformidades que surgem durante o desenvolvimento cardíaco. De acordo com os cientistas, a mistura, no ar, de produtos químicos — benzeno, clorofórmio e metanol, por exemplo —, e metais, como mercúrio e chumbo, tem forte correlação com taxas de defeitos cardíacos congênitos.
 
Os pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá, investigaram se morar perto de locais onde há emissão de substâncias poluentes poderia aumentar o risco de gestantes darem à luz crianças com problemas no coração. A poluição é um dos grandes desafios enfrentados pelos canadenses, incluindo os moradores de Edmonton, capital da província de Alberta e grande polo fabril. Uma pesquisa do Ministério da Saúde do país indicou que, nas oito principais cidades do Canadá, 5,9 mil pessoas morrem prematuramente por ano em decorrência da toxidade das partículas aéreas.

“As doenças cardíacas congênitas são um problema global significativo do ponto de vista da saúde pública. Apesar de alguns casos serem atribuídos à genética, em pelo menos metade das vezes, a causa é desconhecida”, explica Deliwe P. Ngwezi, pesquisadora de cardiologia pediátrica da Universidade de Alberta e principal autora do estudo. “Decidimos fazer essa investigação porque, nos hospitais, temos visto muitos casos de bebês e mesmo de fetos ainda não nascidos com defeitos cardíacos. Queríamos verificar se algum fator ligado ao período de gestação poderia estar associado. Assim, se não curar, ao menos é possível, em tese, prevenir as anomalias.”

Na pesquisa, os cientistas coletaram dados de emissões químicas de 2003 a 2010, casos de defeitos cardíacos congênitos registrados pelo Hospital Infantil Stollery entre 2004 e 2011 e número de nascimentos na província durante o mesmo período. Foram identificadas 1.903 ocorrências de malformação cardíaca, a uma taxa de 5,8 casos em cada mil nascidos vivos. As doenças mais comuns eram defeitos no septo (47,9%), obstrução ventricular (15,2%) e malformação conotruncal (12,2%). No intervalo de tempo estudado, os cálculos estatísticos resultaram em um forte coeficiente de correlação (0,94, sendo que o máximo é 1) entre o risco de apresentar o problema e o fato de a mãe ter sido exposta, no primeiro trimestre de gravidez, à mistura de 13 substâncias químicas emitidas por indústrias (veja infografia). A partir de 2006, contudo, o coeficiente caiu e manteve-se em 0,84.

“É interessante notar que foi nessa data que o governo canadense começou a apertar o cerco contra a poluição industrial, com a introdução e a implementação do Plano de Manejo Químico, que tem como objetivo monitorar e reduzir as emissões de agentes tóxicos no ar e na água”, observa Ngwezi. “Nós reconhecemos a necessidade de fazer mais medições e de ampliar a pesquisa para outros locais e com número maior de participantes, inclusive porque nossos dados são preliminares, mas acreditamos que essa é mais uma evidência de que a poluição pode ser muito prejudicial não só para crianças e adultos, mas para o ser humano ainda em formação.”

A médica afirma esperar que pesquisas semelhantes incentivem políticas públicas de controle ambiental. Ela lembra que a estimativa no Canadá é de que sejam gastos US$ 8 bilhões por ano em decorrência apenas dos problemas causados pela poluição do ar. Isso inclui contas hospitalares e de seguridade social. Mas as gestantes não devem esperar que governos tomem providências. Ngwezi aconselha que elas evitem lidar com compostos orgânicos e pesticidas, principalmente no primeiro trimestre de gestação. “Esse é um estágio crítico, é quando se formam os órgãos dos bebês”, lembra. “Se você está planejando engravidar, tente ficar o mais longe possível de áreas muito poluídas”, aconselha.

De acordo com Michael Gewitz, presidente do congresso da Associação Americana do Coração, a pesquisa, por ser ainda preliminar, não prova a relação entre os agentes poluentes tóxicos e os riscos para o desenvolvimento cardíaco. Ainda assim, ele ressalta a importância dos resultados como ponto de partida para novas investigações e no sentido de fornecer um alerta sobre os riscos potenciais da exposição à poluição.

“Precisamos investir mais em pesquisas semelhantes. Descobrir a influência do ambiente sobre a formação do feto é importante não só sob o ponto de vista da cardiologia, mas para um amplo espectro de anomalias que ocorrem ainda dentro do útero, incluindo psiquiátricas e neurológicas”, avalia.


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Vai um band-aid aí?

Foto do tanque de soda cáustica da fábrica de alumina da Hindalco em Saramenha, 
tirada em 19/11/13, por volta das 18 horas.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Vale tudo por um voto?


O imediatismo de um emprego, de um favor pessoal e de um agrado, por vezes afasta a discussão sobre o meio ambiente dos locais onde deveria ocorrer com maior intensidade. E boa parte do povo ainda acha que mais vale um emprego de qualquer jeito na mão agora do que uma boa saúde e bem estar ao longo do tempo. Não que uma coisa anule a outra, mas só sobrevivem de forma sustentável quando discutidas juntas.

Ainda precisamos caminhar muito nas discussões e, sobretudo, nas ações de proteção ao meio ambiente.

O que vemos acontecer em Saramenha é a discussão sobre a quantidade de empregos geradas ser colocada antes de qualquer outra, no claro intuito de minimizar as críticas ambientais, gerar moeda com políticos locais e colocar os trabalhadores contra os próprios trabalhadores. Assim, pretendem que a culpa pelo declínio da fábrica deixe de ser da falta de investimentos e dos erros estratégicos dos diretores e passe a ser dos ambientalistas "chatos". Ora, chega de covardia, que cada um assuma a sua responsabilidade! Se tem números de empregos gerados para divulgar, por que não divulgam também os números de investimentos? Quanto será gasto aqui para modernizar a velha fábrica? enfim, tudo continua um enorme mistério.... é como se uma árvore seca começasse a dar folhas da noite para o dia sem nenhuma explicação.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Estudo aponta a indústria de alumínio do país como oligopólio

Segundo o estudo, apenas 6 empresas dominam o mercado de alumínio brasileiro.

Clique aqui e leia.

Destacamos o seguinte trecho, com nosso grifo:

"Com base nessas afirmações, o setor de alumínio metálico fica bem caracterizado como um oligopólio operando com um produto padronizado. A verificação da evolução da capacidade instalada do setor, no período de 1995 a 2004, mostra o mesmo número de participantes (players ) e crescimento de 1.222 para 1.467 milhares de toneladas por ano. Os números demonstram, portanto, que o setor cresceu 20%, em termos de capacidade instalada, no período. É interessante observar o expressivo crescimento da CBA, empresa genuinamente nacional pertencente ao Grupo Votorantin, e também a falta de investimento pela Alcan, no período." [Alcan que virou pela Novelis em 2005]


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Poluição do ar está entre principais causas de câncer, diz OMS

Matéria disponível no site da Folha de São Paulo, com informações da agência internacional de notícias Reuters. Em 17/10/2013.

Luiz Guarnieri/Brazil Photo Press-13.mai.2013/Estadão Conteúdo

O ar que respiramos está repleto de substâncias cancerígenas e contribui com centenas de milhares de mortes por ano, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira pela Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (AIPC), subordinada à Organização Mundial da Saúde (OMS).

O relatório disse que 223 mil mortes por câncer de pulmão ocorridas em 2010 no mundo resultaram da poluição atmosférica, e que também há fortes indícios de que a contaminação do ar eleva o risco de câncer de bexiga.

Já era sabido que a poluição atmosférica, decorrente principalmente das emissões de gases no transporte, geração energética, indústria e agricultura, eleva os riscos de diversas doenças cardiorrespiratórias.

Algumas pesquisas sugerem que nos últimos anos a exposição à poluição cresceu significativamente em algumas partes do mundo, especialmente em países populosos e que passam por uma rápida industrialização, como a China.

"Agora sabemos que a poluição atmosférica externa é não só um grande risco à saúde em geral, mas também a principal causa ambiental das mortes por câncer", disse Kurt Straif, diretor da seção de monografias da AIPC, que tem a tarefa de classificar os agentes cancerígenos.

Em nota divulgada após uma semana de reuniões entre especialistas que revisaram a literatura científica mais recente, a AIPC disse que a poluição atmosférica ao ar livre e o material particulado --um importante componente da poluição-- devem passar a ser classificados como agentes carcinogênicos do Grupo 1.

Essa classificação abrange mais de cem outros agentes cancerígenos conhecidos, como o amianto, o plutônio, a poeira de sílica, a radiação ultravioleta e o cigarro.

A classificação já abrangia também muitas substâncias habitualmente encontradas no ar poluído, como a fumaça dos motores a diesel, solventes, metais e poeiras. Mas esta é a primeira vez que os especialistas classificam o próprio ar poluído dos ambientes externos como uma causa do câncer.

Nossa tarefa foi avaliar o ar que todos respiram, em vez de focar em poluentes específicos do ar", disse Dana Loomis, subdiretora da seção. "Os resultados dos estudos revistos apontam na mesma direção: o risco de desenvolver câncer de pulmão é significativamente maior em pessoas expostas à poluição atmosférica."

Embora os níveis e a composição da poluição atmosférica variem muito de um lugar para outro, a AIPC disse que suas conclusões se aplicam a todas as regiões do mundo.

Christopher Wild, diretor da agência, disse que a classificação da poluição atmosférica como um agente carcinogênico é um passo importante no sentido de alertar os governos sobre os perigos e os custos em potencial.

"Há formas muito eficientes de reduzir a poluição atmosférica e, dada a escala da exposição que afeta as pessoas no mundo todo, este relatório deveria passar um forte sinal à comunidade internacional para agir."

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Há sempre muitas opções para o depois do fim

O declínio de Saramenha é certo e visível, mas jamais podemos supor que depois da metalurgia não haverá mais nada. Pelo contrário, o fim do ciclo do alumínio pode representar o surgimento de novos empreendimentos que garantam empregos de forma muito mais "limpa" e responsável. Segue um bom exemplo vindo do México:
"No lado leste da cidade, bem perto do centro histórico, funcionava uma siderúrgica enorme, do tamanho de uma CSN ou uma Usiminas, desde 1904. Nos anos 80 a indústria foi fechada. Depois de alguns anos abandonada com os terrenos correndo sério risco de serem vendidos para empreendimentos mobiliários, um governador corajoso resolveu transformar tudo num parque, o Parque Fundidora. Os fornos se tornaram museus, os 142 hectares foram descontaminados, revegetados e abertos ao público. Ali funcionam vários equipamentos culturais e um museu dedicado a “arqueologia industrial”, apontando claro para a memória da época aura do setor secundário. Já pensaram quantos espaços culturais e parques poderemos ter na medida em que nosso parque industrial, um pouco mais novo que este de Monterrey, for sendo desativado. Infelizmente, o mais comum é o terreno ficar anos abandonado enquanto corre o processo de falência, acumulando lixo e aedes-egypti pra todo lado. Depois, na nossa fúria capitalista, o terreno é então vendido para que se perpetue o processo de construção e destruição privada das cidades. Espaço público, este coitado, que fique esperando elegermos um prefeito ou um governador corajoso."
Clique aqui e conhece o Parque Fundidora

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Acidente: realmente imprevisível ou fruto de omissão?

Um trabalhador de uma siderúrgica morreu e outros ficaram feridos após a explosão de uma caldeira. O acidente ocorreu na tarde desta segunda-feira (7), na zona rural de Várzea da Palma, região Norte de Minas. Clique aqui e leia a matéria do jornal Hoje em Dia.

No ambiente industrial que, em tese, deveria ter equipamentos controlados e constantemente aferidos, a ocorrência de acidentes não pode ser considerada uma simples eventualidade ou azar. Certamente é fruto de omissão na manutenção e falta de investimentos (inclusive em capacitação) que garantam a saúde dos trabalhadores e vizinhos.

Os sinais sempre são dados e permitem evitar os acidentes. Mas quando um ou mais ignoram ou subestimam os avisos, o acidente passa a ser uma certeza.

A passagem da Vale pelo mercado de alumínio brasileiro

Vale: multinacional anti-Brasil

 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Chá das 5 com a Hindaldo: Vereadores se encontram com diretores da fábrica


Na tarde de quarta-feira (2), o presidente da Câmara de Ouro Preto, Léo Feijoada (PSDB), junto aos vereadores Alysson Gugu (PPS), Solange Estevam (PPS), Zé do Binga (PPS) e Luiz Gonzaga (PR), recebeu membros da empresa Hindalco, integrante do grupo indiano Aditya Birla, para tratar da reabertura da Alumina no Município.

Clique aqui e leia a matéria completa no site da Câmara, de onde também veio a foto abaixo.

Reflexões sobre a Resolução CONAMA 436/2011



A Resolução nº. 436/2011, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), estabeleceu os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas instaladas ou com pedido de licença de instalação anteriores a 02 de janeiro de 2007.

Porém, segundo o Parecer SUPRAM313/2012, o mesmo CONAMA acatou que “para as indústrias contempladas conforme a ‘Tabela 2’ (no Brasil são duas, a Novelis em Ouro Preto e a Alcoa Alumínio em Poços de Caldas) fosse concedido prazo de até 10 (dez) anos para que as fábricas realizassem as adequações e ajustes operacionais para o atendimento à citada Resolução”. 

Assim, até 2021 devem ser feitos aqui em Saramenha investimentos capazes de resolver tal adequação, pois caso contrário a fábrica fechará por falta de licenciamento ambiental. 

Isso nos faz pensar: essa divisão da fábrica que vemos acontecer hoje faz com que o seu enquadramento na norma mude? Se a Hindalco vai iniciar as suas operações agora, não deveria desde já estar adequada a nova norma, já que a exceção da norma é para empreendimentos anteriores ao ano de 2007? Se há no horizonte a possibilidade do fechamento em 2021, não deveria o poder público acompanhar o caso mais de perto face ao grande passivo ambiental envolvido?

Enfim, reflexões para quem se interessa pelo assunto. 
 

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Pepe Mujica e o seu discurso desassombrado na Assembleia Geral das Nações Unidas

Carta Maior, 27/09/2013.
Por: Vanessa Silva - Portal Vermelho

 
Mujica: "humanidade ocupou o templo com o deus mercado"

 

Destoando dos discursos feitos pelos seus pares durante a 68ª Assembleia Geral da ONU, o presidente uruguaio José Mujica criticou veementemente o consumismo e defendeu que “enquanto o homem recorrer à guerra quando fracassar a política, estaremos na pré-história. "É através da ciência e não dos bancos que o planeta deve ser governado. “Pensem que a vida humana é um milagre e nada vale mais que a vida. E que nosso dever biológico é acima de todas as coisas, impulsionar e multiplicar a vida. Deveríamos ter um governo para a humanidade que supere o individualismo e crie cabeças políticas”.

Mujica defendeu a utilidade da produção de recursos no mundo: temos que “mobilizar as grandes economias não para produzir descartáveis com obsolescência programada, mas para criar coisas úteis para a população mundial. Muito melhor do que fazer guerras. Talvez nosso mundo necessite de menos organismos mundiais, destes que organizam fóruns e conferências. E que no melhor dos casos ninguém obedece”. “O que uns chamam de crise ecológica é consequência da ambição humana, este é nosso triunfo e nossa derrota”.

Veja mais clicando aqui: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=22775

 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

E em caso de acidente ou pânico? o que fazer?

Caros leitores,

Em Curitiba/PR, um depósito da Eletrolux pegou fogo no dia 17/09/13 e a fumaça tóxica obrigou os moradores dos bairros vizinhos a sair de suas casas com urgência (veja a notícia clicando aqui). Logo depois, no dia 20/09/13, uma fábrica de artefatos plásticos ardeu em chamas em Contagem/MG deixando os vizinhos em pânico. Partes metálicas da fábrica foram arremessadas sobre as casas e uma tragédia por pouco não ocorreu (veja os vídeos aqui). Na sequência, no dia 24/09/13, a queima de material numa fábrica de fertilizantes em São Francisco do Sul/SC obrigou os moradores da cidade a fugir da fumaça tóxica que se espalhou pelo ar (veja clicando aqui).

Os episódios acima descritos nos fazem refletir sobre as consequência de um acidente na fábrica de alumínio de Saramenha. Caso ocorra, como a população vizinha deverá se comportar? dentro dos muros da fábrica há procedimentos técnicos de segurança e combate a incêndio e pânico estabelecidos. Por exemplo, o cloro utilizado no processo de fabricação da alumina é inodoro e há dentro da fábrica sistemas de monitoramento que avisam sobre eventuais vazamentos, obrigando assim os operários a utilizar máscaras estrategicamente posicionadas. Mas e do lado de fora? como deve se comportar uma professora da Escola Tomás Antônio Gonzaga que está a pouco mais de 50 metros da fábrica com uma sala lotada de crianças? como os moradores da Vila Operária podem identificar uma situação de emergência?

O fato é que não há e nunca houve qualquer orientação às professoras da escola ou à população da Vila Operária. A fábrica vem se mantendo distante da comunidade e evita sobremaneira qualquer contato que provoque questionamentos e revelações. No intuito de não causar temor, preferem manter as possíveis vítimas ignorantes do risco que correm.

Na "Tribuna Livre" da Câmara Municipal de Ouro Preto em 17/09/2013 fiz esse alerta de forma expressa. O poder público precisa intervir para que sejam adotados procedimentos de segurança em Saramenha.

Defesa Civil diz que fumaça pode causar irritação na garganta, náusea e insuficiência respiratória - Salmo Duarte/Agência RBS/Estadão Conteúdo
















foto: Salmo Duarte/Agência RBS/Estadão Conteúdo
                 de São Francisco do Sul/SC

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Uma andorinha só não faz o verão...

Diz o ditado que uma andorinha só não faz o verão. Talvez seja verdade.

Pode não ser impossível, mas certamente é muito difícil para um único passarinho afastar sozinho a tenebrosidade do inverno.Todas as dificuldades aparecem, desde as intempéries do próprio inverno, até o descuido daqueles que deviam ajudar o pobre pássaro a se manter quentinho.

Querem saber, isso cansa. Eu cansei. Chega de tentar voar, vou voltar a ciscar.





















ATUALIZAÇÃO EM 28/09/13: pensei em apagar essa postagem, pois a minha motivação encontra-se renovada! Mas não posso deixar de lado o registro de que a discussão a que se propõe o blog é difícil e por vezes incompreendida. Com altos e baixos, vivo a cada dia conquistando novos apoiadores e causando reflexões em mais e mais pessoas. Vivo também sofrendo ataques e ameaças que me colocam em dúvida sobre a importância e, sobretudo, o reconhecimento do meu trabalho. Não quero o mal de ninguém, muito menos das empresas que são responsáveis pela degradação de Saramenha, pelo contrário, quero o bem da comunidade, dos operários e do meio ambiente. Por isso durmo tranquilo e tenho a certeza de que estou dando um bom exemplo para os meus filhos, meus maiores tesouros. Por isso também não posso desistir dessa luta. Posso não conseguir mudar o mundo, mas tentarei sempre! Para a felicidade de Leonardo Boff, vou me reencontrar como águia!

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

De olho no mercado de alumínio para entender o que aconterecerá aqui

Por Olívia Alonso | Valor Econômico

A produção de alumínio primário no Brasil somou 110,8 mil toneladas em julho deste ano, 8% abaixo do volume de 120,4 mil toneladas no mesmo mês de 2012, segundo informações da Associação Brasileira do Alumínio (Abal).

Na comparação com junho, houve um aumento de 5,3% em julho, já que no mês anterior foram produzidas 105,2 mil toneladas.

No acumulado de janeiro a julho, as empresas localizadas no país produziram 776,8 mil toneladas do metal, 8,4% abaixo das 847,7 mil toneladas no mesmo período do ano passado.

O volume produzido no Brasil foi menor em todos os meses deste ano, na comparação com os mesmos meses de 2012. Em todo o ano de 2012, a produção foi de 1,44 milhão de toneladas no país.

No mês passado, a Alcoa anunciou um corte de 124 mil toneladas em sua produção nas unidades de São Luís (MA) e Poços de Caldas (MG).

Três meses antes, a Novelis encerrou a produção de 20 mil toneladas em uma de suas linhas em Ouro Preto (MG), onde produzia 50 mil toneladas ao ano.

Em 2010, a Novelis já havia encerrado a unidade de Aratu, na Bahia, onde fazia 60 mil toneladas. Um ano antes, a Valesul fechou as portas da fábrica de Santa Cruz (RJ), que tinha capacidade para 95 mil toneladas.

A Votorantim Metais, por meio da CBA, tem capacidade para produzir 475 mil toneladas na cidade de Alumínio (SP), enquanto a Albras, controlada pela Norsk Hydro, tem capacidade para 460 mil toneladas em Barcarena (PA).

Em São Luís, onde a Alcoa opera em parceria com a BHP Billiton, por meio do consórcio Alumar, a capacidade total é de 450 mil toneladas. Já em Poços de Caldas, a Alcoa poderia produzir 97 mil toneladas

Leia mais em:
http://www.valor.com.br/empresas/3259004/producao-brasileira-de-aluminio-sobe-53-em-julho-ante-junho#ixzz2ecEpm4jO