Matéria disponível no site UOL Notícias: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2013/11/24/eficiencia-em-reciclagem-anteve-fim-de-mineracao-por-aluminio.htm
Duzentos anos atrás, ninguém sabia que o alumínio existia. Hoje, o
material está em toda parte - em latas, janelas, embalagens, carros.
Mas
mesmo enquanto novos usos para o alumínio seguem sendo descobertos, o
avanço da reciclagem pode fazer com que, em algum momento, não
precisemos mais minerar em busca do material.
De um lado, o
alumínio é um dos metais mais reativos da tabela periódica. "Incêndios
de alumínio são assustadores", diz Andrea Sella, professor de química da
Universidade College London. Por isso, ele não é ideal para a
construção de aeronaves, por exemplo.
Mas, de outro lado, essa desvantagem é compensada por sua força, flexibilidade e leveza excepcional.
Seu
alter ego é o óxido de alumínio, que é macio e maleável e forma uma
camada sobre o metal puro no momento em que é exposto ao ar (e isso
torna improvável que uma aeronave pegue fogo).
De tão resistente, esse óxido é usado para fazer lixa e outros produtos abrasivos.
E,
apesar de o alumínio ser o terceiro elemento mais abundante na crosta
da Terra, ele só foi isolado em 1825 e por décadas era tão escasso que
valia mais do que a prata.
O motivo pelo qual ficou tanto tempo
"escondido" é que, ao contrário do ouro e da prata, ele é extremamente
reativo para ocorrer em sua forma pura. É encontrado na forma de
bauxita, minério avermelhado e marrom.
Minerar a bauxita é a
parte fácil do processo. O mais difícil é extrair o metal - algo que foi
obtido pela primeira vez em 1886, com o derretimento da bauxita em
outro mineral, criolita, e de uma passagem de uma corrente elétrica por
ele, separando os átomos de oxigênio do alumínio.
São necessárias quatro toneladas de bauxita para produzir uma tonelada de alumínio, em um processo que consome bastante energia.
Reciclagem e energia
Mas a reciclagem desse material consome uma fração muito pequena dessa energia.
"Latinhas
de bebida podem ser recicladas em 60 dias, ou seja, uma lata de
refrigerante pode voltar à prateleira 2 meses depois (de ser usada)",
diz Nick Madden, responsável por comprar o material em estado bruto para
a Novelis, maior manufatureira global de folhas de alumínio.
O material pode ser reciclado diversas vezes, praticamente de forma infinita.
"É um dos poucos materiais que é genuinamente 100% reciclável", afirma Madden.
E
o Brasil é um dos líderes desse mercado, diz um relatório deste ano
produzido pelo Pnuma, braço ambiental da ONU: em 2010, o país reciclou
97,6% de suas latinhas de alumínio, maior porcentagem do mundo.
Demanda
Em
teoria, pode chegar o dia em que o mundo terá minerado todo o alumínio
de que necessita - talvez possamos apenas seguir reutilizando o que já
temos.
"Se a demanda parar de crescer e (reutilizarmos) resíduos,
começaremos a reduzir (a exploração) da matéria-prima", agrega Madden.
Por
enquanto, porém, a demanda está crescendo, e um dos motivos é a
produção de automóveis. Carros de carcaças mais leves significam mais
eficiência no gasto de combustível e menos emissões de gás carbônico.
A
Novelis aumentou em 25% seu suprimento a montadoras no ano passado, a
maior parte dele para um de seus maiores clientes, a Jaguar Land Rover -
que começou a produzir Range Rovers com alumínio.
O novo carro
usa 25% a menos de combustível em parte porque sua carcaça é 39% mais
leve, o que ajuda a reduzir o peso total do carro no equivalente a cinco
pessoas.
Quase a metade do alumínio que a Novelis vende para a
produção de Range Rovers vem do lixo - latas vazias, resíduos de
veículos e de construção. A empresa quer aumentar essa porcentagem para
80% até 2020. Para isso, o desafio é garantir que mais alumínio entre no
ciclo da reciclagem.
Se a exploração de bauxita vai persistir
nas próximas gerações, isso vai depender da proporção que conseguirmos
reutilizar do material já existente, bem como dos novos usos que
inventarmos para ele.
Muito interessante essa reportagem acerca da reciclagem do alumínio.
ResponderExcluir