"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Mais um fim para Saramenha: Actech interrompe atividades

 


"A ACTECH informa a toda a comunidade de Ouro Preto e região, aos colaboradores e aos fornecedores que por ventura estejam envolvidos com os nossos negócios que, apesar de todos os investimentos realizados nos últimos 7 meses, todas as melhorias implementadas, todo o grande esforço dos colaboradores e sócios para fins de viabilização da fábrica, teremos que interromper, provisoriamente, parte de nossas atividades a partir de hoje, dia 07 de novembro de 2022.

Tal medida se faz necessária para que possamos ter tempo para buscar soluções que viabilizem a fábrica,baseado em indicadores que implantamos e monitoramos desde o início da nossa gestão. Ressaltamos que referida medida não era o intuito inicial desta gestão, porém se fez necessária em função da inviabilidade da fábrica.

Existe a possibilidade de retorno das atividades de forma integral, porém dependerá de uma série de fatores que serão analisados ao longo dos próximos meses.

A empresa informa que está cumprindo com todas as obrigações legais exigidas nos desligamentos que estão sendo realizados.

Pedimos a gentileza de aguardarem novos comunicados.

Qualquer dúvida entre em contato com nosso canal oficial de comunicação: faleconosco@actechbr.com"

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

BLOG SUSPENSO: em Ouro Preto pode tudo!

Há dez anos este simples blog tem o objetivo de denunciar a decadência e o progressivo abandono da fábrica de Saramenha, cujas consequências diretas são a poluição, o incômodo, o dano à saúde e ao meio-ambiente, entre tantas outras violações.

Ao longo de todo esse tempo vários órgãos foram acionados, desde o Ministério Público à Secretaria de Estado de Meio Ambiente, passando pela Câmara Municipal e Prefeitura, entre outros. Os desrespeitos às garantias constitucionais, às leis de proteção ambiental, de processos administrativos e trabalhistas foram expostos e comprovados, razão pela qual não há órgão ou autoridade que possa alegar desconhecimento sobre os absurdos que acontecem em Saramenha. 

Ao longo de uma década o Operário Verde proporcionou processos judiciais, expedientes administrativos, audiência públicas, matérias jornalísticas e fomentou várias pesquisas escolares e acadêmicas. Colecionou pilhas de documentos, fotos e publicações, muitas enviadas por colaboradores anônimos que compartilham das mesmas preocupações com o bem-estar dos moradores vizinhos da fábrica.

Apesar de todos esse esforço e dedicação, a realidade é dura: a fábrica de Saramenha está funcionando atualmente sem licenciamento ambiental, com o TAC vencido, sem os pressupostos legais para manutenção do alvará de funcionamento, sem cumprir o mínimo do que fora pactuado nos últimos anos como condicionantes... enfim, é a prova viva de que não há lei nessa terra, onde tudo pode ser feito com dinheiro e lobby político!

Apesar de um ou outro bem-intencionado, entre os militantes ambientais da região predomina a postura de distanciamento dos conflitos que envolvem a fábrica de Saramenha, pois, assim como os políticos, temem que suas ações sejam indevidamente atribuídas ao desemprego que eventual fechamento da unidade fabril pode causar. Esquecem-se, porém, que aquela infraestrutura tão bem localizada e valorizada jamais deixará de servir à produção de renda! indo-se embora a alumina, certamente outros empreendimentos mais limpos e sadios ocuparão o local, gerando mais e melhores empregos.

Peço desculpas ao leitores do blog, mas é chegado o momento de reconhecer a derrota. Não há mais o que fazer, nem a quem recorrer. Conformem-se com a poluição, o barulho, os subempregos e a degradação socioambiental, pois é isso que as nossas autoridades desidiosas estão dispostas a manter, mesmo que ao arrepio da lei. 

Alcan, Novelis, Hindalco e Actech não merecem nosso respeito. 

Ouro Preto tem dono! e não é o ouropretano. 

FIM. 



Governo do Estado arquiva pedido da Hindalco/Actech de intervenção no Córrego da Varjada

 Diário Oficial Eletrônico do Estado de Minas Gerais, Diário do Executivo, 31/08/2022, pag.48:

"Arquiva-se o processo nº. 25953 de 23/10/2017. Requerente: Hindalco do Brasil Indústria e Comércio de Alumina Ltda. CNPJ: 17.720.994/0001-13. Curso d’água: Córrego Varjada. Motivo: Considerando a fundamentação técnica, que sugere o arquivamento do processo em razão do não atendimento à informação complementar. Considerando a não apresentação das informações solicitadas nos autos do processo, que tem como consequência o arquivamento do processo de outorga, nos termos do art. 24, § 3º do Decreto nº 47.705 de 04 de setembro de 2019. Município: Ouro Preto - MG"

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Pequenas ações, grandes impactos!

Hoje a tarde, dia 05/08/2022, a Actech realizou a lavagem e umidificação das ruas da Vila Operária. Trata-se de uma ação aparentemente simples e superficial, mas na prática leva grande conforto aos moradores que convivem o tempo todo com o pó abrasivo da fábrica. É um exemplo de importante ação mitigadora. 





 

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Um ofício monocrático vale mais que a lei?

Como todos já sabem, a fábrica de alumina de Saramenha, atualmente sob a responsabilidade da empresa Actech, do grupo Terrabel, está operando SEM LICENCIAMENTO AMBIENTAL, cuja renovação foi indeferida no início de 2021. O Termo de Ajustamento de Conduta - TAC que, nos termos do art. 9º da Lei Estadual 7.772/1980, permitia a continuidade da operação de forma precária por mais 12 meses, já venceu sem renovação e sem que as condicionantes tenham sido integralmente cumpridas.  Ou seja, sob os estritos ditames legais, tal fábrica já deveria ter paralisado a produção desde março de 2022.

Porém, de forma bastante atípica e sem qualquer embasamento legal, em violação expressa ao princípio da legalidade preceituado pelo art. 37 da Constituição Federal, a servidora Camila Porto Andrade, Diretora de Análise Técnica da SEMAD-MG, emitiu um simples ofício, subscrito apenas por ela, autorizando o funcionamento da fábrica até que se conclua o pedido de renovação do TAC feito pela Actech. Não atribuiu qualquer prazo para tanto...

A questão que se apresenta é bastante simples: pode uma única servidora de segundo escalão da SEMAD-MG autorizar sozinha, por meio de mero ofício, o funcionamento de uma fábrica de produtos químicos com grave histórico de violações ambientais? Uma fábrica, à próposito, que em linha reta está a cerca de 1 km do Centro Histórico de Ouro Preto, tombado pelo Iphan e pela Unesco. 

A Polícia Ambiental de Minas Gerais, em fiscalização recente determinada pelo Ministério Público de Minas Gerais - MPMG, aceitou o tal ofício como documento válido e capaz de permitir o funcionamento da fábrica. A Prefeitura Municipal de Ouro Preto também o aceitou para validar a existência do Alvará de Funcionamento. O próprio MPMG ainda não se insurgiu contra essa "inovação" legal da SEMAD-MG... 

Assim, já passou da hora de explicações serem dadas à comunidade, que não aguenta mais saber de forma enviesada sobre decisões e interpretações jurídicas de gabinetes, enquanto o pó e o mau-cheiro contaminam tudo à sua volta. 

Com a palavra, os responsáveis!


quinta-feira, 30 de junho de 2022

Nuvem de fumaça sobre o Centro Histórico: rotina

Foto tirada a partir da Ladeira João de Paiva, em 30/06/2022 

 
Foto tirada a partir da Ladeira de Santa Efigênia, em 30/06/2022

Postagem atualizada às 12h 48min de 30/06/22.

sexta-feira, 24 de junho de 2022

Uma visão a partir do bairro Tavares

As fotos abaixo foram enviadas para o Blog na manhã do dia 24/06/2022 por um morador do bairro Tavares, em Saramenha. As imagens deixam claro que a fumaça da fábrica é jogada pelos ventos e pela inversão térmica diretamente para cima da Vila Operária e do campus da UFOP. 





 

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Agência Primaz: Fumaça expelida por fábrica preocupa moradores de Ouro Preto

Imagens mostram poluição tomando bairros e até o campus da Universidade Federal de Ouro Preto


Por Rômulo Soares, 02/06/2022, 10:20 - Agência Primaz de Comunicação


Mais uma vez, moradores da região da Bauxita, em Ouro Preto, reclamam do grande volume de poluição gerada pela fábrica de alumínio, localizada em Saramenha. Há aproximadamente três meses, a Alumina Chemical Technology (Actech) assumiu as operações da unidade, que pertencia à Hindalco, e herdou problemas relacionados à emissão de fumaça, fuligem e mau cheiro. Moradores acreditam, inclusive, que a emissão de particulados aumentou com a nova gestão.

Durante o mês de maio, alguns vídeos e fotos foram publicados por moradores da região da Bauxita, denunciando a quantidade de fumaça que tem saído das chaminés das caldeiras, além de um pó branco proveniente da produção de alumina. Estima-se que aproximadamente 120 famílias são afetadas diariamente com a poluição gerada pela fábrica.

“Nós convivemos há décadas com a emissão de pó de alumina e de particulados muito finos que precipitam sobre a Vila Operária e outros bairros próximos, como a Bauxita. A gente não sabe qual é a gravidade disso. Imagina, pessoas ficarem absorvendo esse pó durante 10 ou 30 anos ininterruptamente, não sabemos os malefícios que podem trazer à saúde. Também tem um cheiro muito forte, também tem caído uma fuligem preta e todo dia temos que tirar uma quantidade significativa de pó”, relata o presidente da Associação dos Moradores da Vila Operária, Luiz Carlos Teixeira, à Agência Primaz.

De acordo com Luiz, mesmo com as constantes mudanças de gestão da unidade, a relação entre a empresa e a comunidade é muito conflituosa. Ele conta que já faz anos que acontecem reuniões entre ambas as partes, mas não há nenhuma mudança nas ações da fábrica. “São muitas promessas e pouca ação efetiva. Geralmente apresentam um plano daquelas ferramentas de qualidade, mas queremos a redução de emissão de poluentes, filtragem e monitoramento”, complementa.

A Prefeitura de Ouro Preto não tem fiscais específicos e nem equipamentos para realizar alguma aferição sobre o caso. Coube, então, à administração municipal, oficializar o órgão estadual, Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), que é o licenciador e fiscalizador da atividade. Além disso, foi criada uma comissão dentro do Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental (Codema), composta por representantes da localidade da Vila Operária, da Secretaria do Meio Ambiente e da empresa para tratativas acerca deste tema.

Enquanto Hindalco, a fábrica não possuía licenciamento ambiental expedido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente para poder operar, tendo seu funcionamento autorizado mediante um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado em abril de 2021, e que foi renovado recentemente. Porém, segundo Luiz Carlos, o TAC foi conquistado pela Hindalco sem que algumas condicionantes fossem cumpridas.

“Com relação ao licenciamento, houve uma mudança no CNPJ, saiu a Hindalco e entrou a ACTECH. Então, eles entraram com um pedido, solicitando a renovação do TAC que estava vigente à Hindalco junto ao Estado e ainda não houve um retorno”, informa o secretário de Meio Ambiente de Ouro Preto, Chiquinho de Assis, à Agência Primaz.

Durante a 30ª reunião ordinária da Câmara de Ouro Preto, ocorrida na terça-feira (24), foram aprovados, por nove votos, dois documentos relacionados ao assunto, ambos de autoria do vereador Matheus Pacheco (PV). O primeiro é a Representação 147/2022, “a ser encaminhada à Empresa ACTECH solicitando informações quanto à concretização do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) de Desenvolvimento Ambiental firmado pela empresa Hindalco”. Já o segundo é o Requerimento 151/2022, “a ser encaminhado à Procuradoria do Município, buscando conhecer a existência de ações, denúncias ou procedimentos administrativos e jurídicos em aberto, em referência à emissão de fumaça produzida pela antiga Empresa Hindalco, atualmente denominada ACTECH”.

De acordo com Matheus Pacheco, a Câmara de Ouro Preto já convidou a Actech para que fossem explanadas as intenções da empresa na cidade, mas não houve resposta. “Sabemos que essa é uma pauta antiga, mas que não pode se tornar utopia. Quem passa pela empresa em Saramenha, não consegue perceber grandes investimentos para tentar mudar essa realidade. Sabemos da importância dos postos de emprego que são gerados pela empresa, mas não podemos nos calar e fechar os olhos para o crime ambiental que a empresa comete”, declara.

Outro motivo de preocupação do vereador é quanto aos efeitos da poluição em duas unidades de ensino que se encontram na Vila Operária: a Creche Colmeia e a Escola Municipal Tomás Gonzaga. “Estudei lá no Ensino Fundamental e convivi com aquela fumaça. Hoje a realidade é a mesma, dos meus pais também foi a mesma. Algo precisa ser feito de forma concreta”, finaliza.


Reuniões do Codema


Na quinta-feira (26), a Actech se reuniu com o Codema para tratar da fumaça expelida pela fábrica. Nela, alguns itens foram pactuados:

  • Instalação de medidores de emissão de particulados;
  • Instalação de uma estação de monitoramento do ar na Vila Operária;
  • Mitigação do pó em suspensão por meio da aspersão de água;
  • Estabelecimento de comunicação mais eficaz entre a fábrica e a comunidade;
  • Apresentação dos documentos legais de garantia de funcionamento.

A Agência Primaz tentou contato tanto com a Actech quanto com a Terrabel — grupo que administra a Actech —, mas não houve resposta. Ao Estado de Minas, o CEO da Terrabel, Maurício Gontijo, disse que a unidade possui uma produção de 280 toneladas de alumina por dia e, para dar conta da demanda, existem dois fatores que emitem fumaça: a queima de biomassa e a calcinação, que é feita em três fornos. Segundo Gontijo, a empresa trocará o combustível desses fornos para um combustível mais limpo, saindo do petróleo bruto para o gás liquefeito de petróleo (GLP).

Quanto ao mau cheiro, Gontijo disse ao EM que é proveniente da soda é usada na fabricação, mas que não há nenhum dano à saúde. De acordo com o gestor, a Actech faz monitoramentos ambientais relativos às emissões atmosféricas, ruídos, efluentes líquidos e superficiais regularmente, estando credenciados nas regras do Conselho de Política Ambiental (Copam).

No dia 19 de maio, também houve uma reunião do Codema. Na ocasião, Alexandre Mortimer Guimarães, representando a Actech, explicou qual é a situação em relação ao pedido de renovação de licença de operação, que foi indeferida pela Semad quando a fábrica ainda era operada pela Hindalco, em razão de descumprimentos de condicionantes. “No dia 5 de abril de 2021, foi firmado um TAC, com uma série de condicionantes, com a validação de um ano. Dentro do prazo, foi apresentado um pedido de prorrogação do prazo, já visando a alteração para a Actech. No dia 29 de março de 2022, antes do vencimento do TAC, foi expedido um ofício pela Semad, prorrogando o TAC da empresa até que fossem analisadas todas as condicionantes”, afirmou Guimarães. 

O professor do Departamento de Engenharia Ambiental da UFOP, Guilherme José Cunha, teve acesso ao laudo da Hindalco no fim do ano passado. De acordo com o docente, todas as quatro estações monitoradas estavam abaixo do limite estabelecido pelo padrão nacional e estadual. Entretanto, segundo ele, havia outros dados que não estavam legíveis, como, por exemplo, quanto à calibração dos equipamentos. “Foram poucos, apenas quatro parâmetros que estavam no relatório, e eles estavam de acordo com a legislação”, diz.

Um dos pedidos de Guilherme à Actech é a instalação de uma estação de monitoramento na Vila Operária, já que o maior número de reclamação vem de pessoas que vivem em bairros próximos à fábrica.

“Nós sabemos que não vai resolver o problema da poluição, mas vai traduzir numa medição técnica aquilo que nós vemos e sentimos todos os dias. Nós estamos cansados de fazer vídeo, foto e isso não ter valor legal para o licenciamento. Queremos uma medição técnica que demonstre claramente o que sofremos no dia a dia”, declara André Lana, morador da Vila Operária, corroborando com o pedido do professor da UFOP.

Há anos, André Lana relata, denuncia e registra indícios de malefícios que a produção da fábrica faz. Porém, ele diz que já perdeu a esperança de alguma providência por parte do poder público ou mesmo pela empresa e teme que aconteça alguma tragédia. “Chegamos em um ponto de falar tanto e nada ser feito, principalmente porque há, por parte das autoridades, o medo do desemprego. Eu só acredito que vai acontecer alguma providência quando uma tragédia acontecer. Vazar um gás ou explodir uma caldeira, matar um trabalhador ou estudante. Aí, quando acontecer a tragédia, nós vamos ter todo o histórico para mostrar as omissões no processo”, desabafa.

[...]



terça-feira, 31 de maio de 2022

Novelis retoma a sede da Associação Atlética Aluminas

No dia 17 de maio de 2022 a MM. Juíza da 2ª Vara Cível da Comarca de Ouro Preto proferiu Sentença na Ação de Reintegração de Posse nº. 5000574-75.2020.8.13.0461, proposta pela empresa Novelis do Brasil Ltda. contra a Associação Atlética Aluminas, determinando que todos os quase 17 mil metros quadrados de infraestrutura daquela entidade esportiva, incluindo o ginásio e o campo, utilizados há décadas pela comunidade de Saramenha, sejam devolvidos ao grupo empresarial indiano que adquiriu a fábrica. Também determinou o pagamento de aluguéis desde 2015. 

CLIQUE AQUI e veja a Sentença na íntegra. 




sexta-feira, 27 de maio de 2022

Relato sobre a reunião entre Comunidade, ACTECH e Prefeitura

Na tarde da última quinta-feira, dia 26 de maio de 2022, representantes da comunidade e da Prefeitura foram até à fábrica de alumina da ACTECH, em Saramenha, para uma reunião sobre relacionamento comunitário e institucional. 

Após as devidas apresentações, alguns itens foram pactuados: 1). Instalação de medidores de emissão de particulados nas chaminés das caldeiras movidas à queima de biomassa; 2). instalação de uma estação de monitoramento do ar na Vila Operária; 3). Mitigação do pó em suspensão por meio da aspersão de água, inclusive com uso de caminhões pipa; 4). Estabelecimento de comunicação mais eficaz entre a fábrica e a comunidade, constando também a divulgação dos dados técnicos de monitoramento ambiental; e 5). Apresentação pela fábrica dos documentos legais que lhes dão guarida ao funcionamento, bem como sobre os futuros processos de licenciamento ambiental junto ao Governo do Estado. 

Além disso, os representantes da comunidade apontaram a necessidade da implantação de um plano de emergência e pânico junto aos membros da Escola Municipal Tomás Antônio Gonzaga, de modo a lhes permitir saber como agir com as crianças no caso de algum sinistro na fábrica. Também apontaram a necessidade de que a Prefeitura Municipal promova um estudo epidemiológico na comunidade, tornando possível verificar se há ou não vinculação entre o pó da fábrica e as doenças que mais acometem os ouro-pretanos.

Outras reuniões acontecerão para o acompanhamento das medidas pactuadas, tendo sido criado para tanto um grupo permanente de diálogo entre as partes. 

Foto: Victor STUTZ, do Diário de Ouro Preto

Eis o documento pelo qual a fábrica justifica o seu funcionamento

 


quinta-feira, 19 de maio de 2022

Reunião entre CODEMA, ACTECH e moradores

Na manhã dessa quarta-feira, dia 19 de maio, a subcomissão designada pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental de Ouro Preto – CODEMA para tratar da interlocução entre a ACTECH e a comunidade de Saramenha, reuniu-se com representantes da fábrica e dos moradores da Vila Operária. 

Na ocasião foi dito pelos técnicos da empresa que os novos proprietários do empreendimento, do grupo TERRABEL, querem estabelecer uma nova dinâmica com a comunidade local, de modo que haja mais transparência e diálogo. Afirmaram que estão cientes dos problemas ambientais denunciados pela população e que estão se esforçando para resolvê-los, apesar do pouco tempo em que estão à frente da direção da fábrica. 

Por outro lado, os representantes dos moradores destacaram que os problemas não são novos e que já foram realizadas dezenas de reuniões nos últimos anos na tentativa de solução da poeira, do mau-cheiro e do barulho que emana da fábrica, mas sempre sem sucesso. Afirmaram que não têm mais esperanças de solução e que infelizmente temem pelo pior, como vazamentos de gases e explosões de caldeiras que vitimem alunos da Escola Tomás Antônio Gonzaga, moradores vizinhos e os trabalhadores da fábrica. 

Perguntado diretamente sobre como está o licenciamento ambiental, o Sr. Alexandre Mortimer Guimarães, gestor da fábrica, afirmou que a Renovação de Licença de Operação foi indeferida em 2021, ainda sob a gestão da Hindalco, e que logo após foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta - TAC com o Governo do Estado para permitir a continuação da produção até que fossem sanadas as irregularidades verificadas. Disse ainda que, apesar de não ter sido publicada, a prorrogação de tal Termo foi deferida por mais 12 meses, o que deu guarida ao funcionamento da fábrica até abril de 2023. Disse ainda que estão tomando todas as providencias para um novo licenciamento ambiental e também para o descomissionamento da barragem do Marzagão. 

Ao final da reunião, estabeleceu-se a criação de uma mesa permanente de diálogo entre os moradores e a direção da fábrica para tratar dos impactos socioambientais do empreendimento, já com o compromisso de instalação de uma estação de monitoramento do ar na Vila Operária. 

Participaram pela subcomissão do CODEMA os Conselheiros Flávio Andrade, Guilherme Gomes e Pedro Lisboa. Pela comunidade estavam Luís Carlos Teixeira e André Lana. Os representantes da empresa foram Alexandre Mortimer Guimarães e Gustavo Godinho. A reunião foi secretariada pela servidora Simone, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Assista na íntegra



sábado, 14 de maio de 2022

Prefeitura NEGA informação sobre a existência de alvará de funcionamento da fábrica

Apesar do que dispõe os arts. 63, III; 66, II e III; 71, V e VI; 74, VII; 75; e 76, III, VI, da Lei Complementar Municipal nº. 93/2011;

Apesar do disposto no art. 155, V da Lei Municipal nº. 178/1980, que impõe o licenciamento ambiental como "conditi o sine qua non" para emissão do alvará de funcionamento (mas que, apesar disso, a fábrica contínua em plena operação e funcionamento mesmo sem o devido licenciamento!);

A Prefeitura Municipal de Ouro Preto achou por bem se NEGAR a responder a simples pergunta: A FÁBRICA DE SARAMENHA DA HINDALCO / ACTECH TEM ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO VÁLIDO?


(...)


Mais um vídeo denuncia o caos ambiental da fábrica

 


Vídeo circulou no whatsapp em 14/05/2022

De mau a pior... qual será o limite deles?

Registros fotográficos de 14 de maio de 2022:









quarta-feira, 11 de maio de 2022

Absurdo! Absurdo! Absurdo! poluição sem fim!!!

 Mais registros da absurda poluição da fábrica da Hindalco / Actech - está insurpotável!!!






A fábrica/indústria química de alumina de Saramenha (ou o que sobrou dela) continua funcionando, mesmo sem licenciamento ambiental e já vencido o prazo do TAC que lhe dava guarida. Sequer deveria ter alvará municipal, já que o licenciamento ambiental é condição para tanto. Infelizmente os moradores de Ouro Preto continuam submetidos à fumaça tóxica e ao envenenamento das águas do Rio Funil.

O flagrante acima é apenas mais um dentre os inúmeros já apresentados na última década ao Ministério Público e às autoridades ambientais e administrativas. 

Dadas as filigranas jurídicas e burocráticas envolvidas, creio que somente haverá uma ação enérgica quando ocorrer uma tragédia que vitime os trabalhadores e vizinhos da fábrica, ou então os alunos da Escola Tomás Antônio Gonzaga - um vazamento de gás, por exemplo, seria fatal!. Quando tal dia chegar, e parece não estar longe, esta postagem e todos os demais e-mails e documentos já apresentados servirão para compor o histórico de omissão ao qual os ouro-pretanos estão submetidos. 

E ainda nem estamos falando da barragem do Marzagão...

Registre-se mais uma vez minha indignação!!!

segunda-feira, 2 de maio de 2022

De onde virá a bauxita?

Nos últimos dias tem chegado ao conhecimento deste Blog algumas informações que colocam em dúvida a viabilidade da fábrica de Saramenha também no que se refere ao fornecimento de matéria prima (minério de bauxita). 

Parte da "Fazenda do Gama" em Mariana (40 hectares), foi vendida para a empresa SAINT-GOBAIN PAM BIONERGIA LTDA, com menção expressa à exploração de bauxita pela compradora. 

As jazidas da região de Santa Bárbara e Barão de Cocais estão na abrangência do Parque Serra do Gandarela e, por isso, sob intenso controle dos órgãos ambientais, que lutam para preservação íncolume daquela região. 

Já os estudos sobre as minas na Zona da Mata mineira foram arquivados a pedido da própria empresa, conforme públicado no Diário Oficial do Estado na última sexta-feira:

www.jornalminasgerais.mg.gov.br. ANO 130 – Nº 82 – 55 PÁGINAS BELO HORIZONTE, sexta -feira , 29 de Abril de 2022. Pag. 8, Diário do Executivo Minas Gerais: O Superintendente Regional da SUPRAM Zona da Mata, torna público o arquivamento dos processos de Licenciamentos Ambientais abaixo identificados: [...]  2) Hindalco do Brasil Indústria e Comércio de Alumínio Ltda, Lavra a céu aberto sem tratamento ou com tratamento a seco – minerais metálicos, exceto minério de ferro, DNPM/Ano: 930110/1997, Pedra Dourada/MG, PA n° 00012/1995/018/2017, Classe 3. Motivo: a pedido do empreendedor. a) Dorgival da Silva. Superintendente Regional da SUPRAM Zona da Mata.

As questões relacionadas à viabilidade da fábrica de Saramenha parecem se complicar mais a cada dia que passa. E enquanto isso os trabalhadores e vizinhos sofrem as consequências diretas do "fim de feira" sujo e fedorento.  

terça-feira, 26 de abril de 2022

E o pó? continua e só aumenta!

Nos últimos dias a quantidade de pó, branco da alumina e preto da queima de madeira nas caldeiras, tem aumentado bastante! na manhã do último domingo, dia 24/04/2022, o cheiro também estava insurpotável, ao ponto de dar dor de cabeça. Como previsto, a fábrica vai de mau a pior... 




E a Actech? em silêncio total!!!


sexta-feira, 1 de abril de 2022

Tic Tac... o que acontecerá na próxima semana?

Na próxima semana, especificamente a partir do dia 05 de abril, vence o prazo do Termo de Ajustamento de Conduta - TAC firmado pela Hindalco com o Governo de Minas para a continuidade do funcionamento da fábrica de Saramenha. 

Das ações de investimento, mitigação e reparação previstas no TAC, nada foi visto ou explicado à comunidade nestes últimos 12 meses. A única notícia que tivemos é que a Hindalco foi vendida com "porteira fechada" para a Acthec - Terrabel, que assumiu toda a bronca, inclusive mantendo o mesmo CNPJ. 

Consultando o Diário Oficial do Estado e o Sistema de Licenciamento Ambiental, nada foi encontrado sobre uma possível renovação do TAC ou um novo licenciamento ambiental. Tudo permanece obscuro e com fortes indícios de que há problemas e decisões não reveladas.

As perguntas são óbvias: foi protocolizado pedido de renovação do TAC? quais medidas já foram cumpridas? se nada foi feito, a fábrica fechará ou continuará funcionando clandestinamente com vistas grossas dos políticos? sem licenciamento e sem TAC, a Policia Ambiental vai fechar a fábrica? enfim, muitas perguntas e nenhuma resposta. Quem viver, verá!



sexta-feira, 25 de março de 2022

Mais um flagrante!

Esse barulhão, que veio acompanhado de uma nuvem de fumaça/poeira, foi registrado no início da noite do dia 25/03/2022, por volta das 20 horas. Mais um para a coleção de incômodos e abusos da fábrica para com a comunidade vizinha. 

 

E aí, Terrabel / Actech, como fica o Marzagão?

Em meio a muitas dúvidas sobre o futuro da fábrica de Saramenha, que até o presente momento não teve renovado o TAC para prosseguimento da operação, muito menos obteve o licenciamento ambiental, a pergunta que faço é sobre o futuro da barragem de rejeitos do Marzagão. O cronograma de "dois ou três" anos dito na reportagem a seguir já se encerrou sem uma solução definitiva. 

TV Top Cultura, 14/02/2019

E aí Terrabel e/ou Alumina Chemical Technology (Actech), o que será feito? qual o novo cronograma? quais os riscos? 

segunda-feira, 14 de março de 2022

Av. Lima Jr.: Dúvida geotécnica e intervenção irregular em APP

Conforme já exposto AQUI no blog numa postagem de 23/02/2022, preocupa-nos bastante a forma aparentemente displicente com que a terra (filito) do acidente geológico da Estação/Morro da Forca foi jogada no buraco surgido na Av. Lima Jr., mais conhecida como estrada da "curva" ou "volta do vento". 

Após o Prefeito Municipal divulgar a "conclusão" da obra, surgiram nas redes sociais vídeos e fotos que corroboram a nossa preocupação. Além das questões geotécnicas, há ainda denuncia de intervenção irregular em Área de Preservação Permanente (APP), uma vez que a obra está a menos de 30 metros do Rio Funil. Não há registros de que a intervenção feita pela Prefeitura tenha licenciamento ambiental pelo CODEMA ou de qualquer outro órgão de controle ambiental. 

Eis o vídeo as fotos:

Vídeo que circulou no whatsapp da FAMOP em 14/03/2022





Fotos tiradas em 13/03/2022


quarta-feira, 9 de março de 2022

Prefeito admite que escondeu a verdade da população

O Prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo (PV), concedeu entrevista ao repórter Antônio Isidoro, da Rádio Real FM 90,1, na qual admitiu que sabia desde 2021 que a missão do gerente indiano da Hindalco em Saramenha era fechar a fábrica. 

Cliquei AQUI e ouça a entrevista!

É lamentável que o Prefeito não tenha advertido a comunidade sobre o iminente desaparecimento da Hindalco do Brasil no Município, impedindo assim que todos pudessem se preparar para os inevitáveis impactos. Trabalhadores, fornecedores, vizinhos e servidores públicos foram alijados das discussões. Tudo ficou restrito aos gabinetes, num claro conchavo para favorecer os empresários, em detrimento do povo ouro-pretano. 

É importante lembrar que em 18/11/2021 a Câmara Municipal realizou a 41ª Audiência Pública para tratar da falta de licenciamento ambiental da fábrica, ocasião em que os representantes da Hindalco falaram de um futuro promissor, sem revelar o que de fato estava acontecendo nos bastidores. Mentiram e o Prefeito foi conivente!