04/02/2013
A audiência pública realizada no último dia 30 de janeiro na Câmara Municipal de Ouro Preto foi marcada por uma demonstração de clareza e indignação por parte dos representantes dos trabalhadores e dos vereadores presentes.
O coordenador político do sindicato,
Roberto Wagner de Carvalho, enfatizou que o fechamento da redução II e a
demissão de 160 trabalhadores significam mais um passo rumo à
desativação total da companhia, que contará com apenas 440
trabalhadores.
Lembrou que a companhia,durante a década de 90, teve 3.000 trabalhadores.
Além disso, entre os trabalhadores na
lista de demissões, existem muitos que já poderiam estar com
aposentadoria especial, entretanto, a empresa não recolhe adequadamente o
GFIP e continua preenchendo os PPP´s de forma errada.
Outro aspecto é que muitos trabalhadores estão doentes, com problemas na coluna, ou mesmo vítimas de queimaduras.
Ao final de sua explanação, Roberto expôs que o interesse
da Novelis em Ouro Preto é somente investir na venda de energia, já que
a empresa possui concessão em diversas pequenas usinas hidrelétricas
instaladas em Ouro Preto e outras cidades do interior mineiro.
Explicou que isso se deve ao fato de que
a que as usinas de produção de alumínio, como a Novelis, são
eletrointensivas e consomem muita energia, representando 35% dos custos
totais de produção.
Neste sentido, existe um mercado muito grande de especulação de energia.
Como solução
para o problema propôs a estatização da empresa, pois a Novelis utiliza
os recursos naturais do Estado, a mão de obra e quer especular jogando
contra os interesses dos trabalhadores e da população de Ouro Preto.
A Novelis enviou um advogado como
representante, o qual, leu e explicou uma carta afirmando que a empresa
pretende mesmo o fechamento e as demissões.
As demais falas enfatizaram a indignação
contra a empresa. Os vereadores enfatizaram que a Câmara não está a
venda ao refutarem um trecho da carta da empresa que afirma investir 500
mil reais em obras sociais.
Como proposta da própria Câmara foi
aprovado um ato público na portaria da Novelis no dia 19 de fevereiro,
16 horas, para a participação de toda a comunidade. Também serão
agendadas reuniões com o Governo do Estado, Ministério Público do Trabalho, e Governo Federal.
A Federação Democrática dos Metalúrgicos
de Minas Gerais e os sindicatos filiados estiveram presentes e
manifestaram todo apoio dos metalúrgicos de Minas Gerais a luta dos
trabalhadores da Novelis. Ouve também a fala do MAB, Movimento dos
Atingidos por Barragens, que enfatizou como a Novelis e o governo do
Estado trataram as mais de 1.000 famílias expulsas de suas terras para a
construção das barragens.
Com informações de Geraldo Batata
Fonte: CSP-Conlutas
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