"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Contra as demissões na Novelis de Ouro Preto, ato é marcado para dia 19 de fevereiro

Contra as demissões na Novelis de Ouro Preto, ato é marcado para o dia 19 de fevereiro

04/02/2013

 A audiência pública realizada no último dia 30 de janeiro na Câmara Municipal de Ouro Preto foi marcada por uma demonstração de clareza e indignação por parte dos representantes dos trabalhadores e dos vereadores presentes.

O coordenador político do sindicato, Roberto Wagner de Carvalho, enfatizou que o fechamento da redução II e a demissão de 160 trabalhadores significam mais um passo rumo à desativação total da companhia, que contará com apenas 440 trabalhadores.

Lembrou que a companhia,durante a década de 90, teve 3.000 trabalhadores. 

Além disso, entre os trabalhadores na lista de demissões, existem muitos que já poderiam estar com aposentadoria especial, entretanto, a empresa não recolhe adequadamente o GFIP e continua preenchendo os PPP´s de forma errada.

Outro aspecto é que muitos trabalhadores estão doentes, com problemas na coluna, ou mesmo vítimas de queimaduras.

Ao final de sua explanação, Roberto expôs que o interesse da Novelis em Ouro Preto é somente investir na venda de energia, já que a empresa possui concessão em diversas pequenas usinas hidrelétricas instaladas em Ouro Preto e outras cidades do interior mineiro.

Explicou que isso se deve ao fato de que a que as usinas de produção de alumínio, como a Novelis, são eletrointensivas e consomem muita energia, representando 35% dos custos totais de produção.

Neste sentido, existe um mercado muito grande de especulação de energia.

O próprio fechamento da Novelis não significa que exista uma crise econômica na empresa. É fruto de uma reestruturação, pois a mesma investiu U$ 300 milhões na ampliação da unidade de Pindamonhangaba.

Como solução para o problema propôs a estatização da empresa, pois a Novelis utiliza os recursos naturais do Estado, a mão de obra e quer especular jogando contra os interesses dos trabalhadores e da população de Ouro Preto.

A Novelis enviou um advogado como representante, o qual, leu e explicou uma carta afirmando que a empresa pretende mesmo o fechamento e as demissões.

As demais falas enfatizaram a indignação contra a empresa. Os vereadores enfatizaram que a Câmara não está a venda ao refutarem um trecho da carta da empresa que afirma investir 500 mil reais em obras sociais.

Como proposta da própria Câmara foi aprovado um ato público na portaria da Novelis no dia 19 de fevereiro, 16 horas, para a participação de toda a comunidade. Também serão agendadas reuniões com o Governo do Estado, Ministério Público do Trabalho, e Governo Federal.

A Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais e os sindicatos filiados estiveram presentes e manifestaram todo apoio dos metalúrgicos de Minas Gerais a luta dos trabalhadores da Novelis. Ouve também a fala do MAB, Movimento dos Atingidos por Barragens, que enfatizou como a Novelis e o governo do Estado trataram as mais de 1.000 famílias expulsas de suas terras para a construção das barragens.

Com informações de Geraldo Batata
Fonte: CSP-Conlutas

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