"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

terça-feira, 18 de junho de 2013

Tudo muda: a luta de ontem nem sempre é a de hoje

As vezes alguém diz: "a poluição em Saramenha já foi muito pior, hoje nem é tanto assim". Obviamente já foi pior, até mesmo porque a produção era muito maior, mas não podemos descontextualizar cada momento histórico vivido pela fábrica e pela sociedade. Durante um bom tempo a fábrica era sinal de progresso, emprego e renda. A balança entre o custo social e o benefício econômico pesava para o lado do capital. Da mesma forma os questionamentos ambientais e de proteção ao patrimônio histórico não eram os mesmos de hoje. As fotos abaixo registram a chegada de um grande equipamento à fábrica passando pela Praça Tiradentes, Rua Direita e Av. Lima Júnior (Volta do Vento), e revelam bem tal despreocupação à época. Mas hoje tudo é diferente! a balança já pesa para o lado do social e as intolerâncias são maiores diante dos esclarecimentos adquiridos ao longo dos anos. Não é porque já foi pior que temos que aceitar pacificamente como está. Novos conceitos, novas pessoas e novos valores. "Assim caminha a humanidade", superando um desafio por vez.











domingo, 16 de junho de 2013

Sara Saramenha

Sara Saramenha
Faça ressurgir as casas da rua do campo...
Com as suas portas e janelas azuis
Hoje engolidas por um frio e triste estacionamento...

Sara saramenha
Abra as portas da vendinha do Sô Acaiaca e Dona candinha
Traga de novo o Lactário da Dona Olivia,
E o Posto do Sô Antero...

Sara Saramenha
Ponha em fila as casinhas, geminadas duas a duas,
De dona Sebastiana, mãe da Lucimar, depois da Gracinda,
De um técnico de futebol um Gilberto de tal
Do Tio Marcondes e tia Izabel,
Do posto médico,
Do Sô Bem, do Sô Valim,
Da portinha do correio
Da casa do Zé cascudo, do Sô Tãozinho
Do Sô Walter, da Casa do Nozinho e tia Zezé,
E até mesmos do consultório Arthur Drummond
De dores lembranças...

Sara Saramenha
Poê de novo o Real, o nosso time , nosso “dream Team”
Do coração, em campo com sua camisa “preti e branca”,
Como dizia o Paulista Lélio, meu grande amigo...
Com Donato, o nosso finado “Patinho Feio” no gol
Dudu e seu cabelo “glostorado”, lambido de vaca, do Mão, do Tatio,
Do Walter do olho grande, Jairzinho, Zezé boia quente,
Zezé da dona Dila, Julinho, Edinho, Louro,
Nico, Carlinhos, Prego, Botão, Nunes, as vezes “Figeno”
Zé Carlos Moringa, Bitota, Tiam, Itamar...
O maior time de nosso pequeno mundo
De memoráveis jogos contra o Santos
Dos Garcias lá das cabeças

Sara saramenha

Saia deste silencio sepulcral
Suas ruas estão mortas ou quase,
Mas , as minhas lembranças estão Vivas, acesas
E teimam em permanecer..

Sara Saramenha
Faz descer no mesmo horário
Um Austin preto e pequeno do Mr. Wouton...
acende de novo o cachimbo do Mr Deputack
Que deixou um capote de lembrança
Para o meu velho pai Juvenal

Sara Saramenha

Desperta com sua sirene estridente
A molecada para a escola
O Grupo escolar Tomaz Antônio Gonzaga
Desperta os nosso para dar o sangue
Engolir fuligem, sujar de lama vermelha os pés
E empestar os pulmões de soda caustica

Sara Saramenha ...
Acorda !!!
Mas, já não há mais jeito
O tempo a engoliu e mastigou...
E a minha infância
Ficou lá atrás , escondida num canto
Do meu coração

Edmundo Guedes

terça-feira, 11 de junho de 2013

Um pouco de Paulo Freire sobre a ecologia

“Urge que assumamos o dever de lutar pelos princípios éticos fundamentais como o respeito à vida dos seres humanos, à vida dos outros animais, à vida dos pássaros, à vida dos rios e das florestas. Não creio na amorosidade entre mulheres e homens, entre os seres humanos, se não nos tornamos capazes de amar o mundo. A ecologia ganha uma importância fundamental neste fim de século.Ela tem que estar presente em qualquer prática educativa de caráter radical, crítico ou libertador (...). Neste sentido me parece uma contradição lamentável fazer um discurso progressista, revolucionário e ter uma prática negadora da vida. Prática poluidora do mar, das águas, dos campos, devastadora das matas. Destruidora das árvores, ameaçadora dos animais e das aves.” (Paulo Freire, Pedagogia da indignação, p.66-7)

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Mudanças na cúpula da Novelis mundial: como ficará Saramenha?

No ano de 2006 o então Presidente da Novelis para a América do Sul, Tadeu Nardocci, anunciou que iria vender a fábrica de Ouro Preto (veja aqui). Porém, o mercado não reagiu ao anúncio e, diante da falta de boas propostas, a empresa desistiu do negócio (veja aqui).

Mais tarde, em 2011,  Marco Antônio Palmieri, ex-aluno da UFOP e ex-gerente da fábrica de Ouro Preto, assumiu a função de sênior para a América do Sul (veja aqui) e foi o responsável, já em 2013, pelo fechamento da Redução II de Saramenha (veja aqui e aqui, com destaque para as datas).

Agora, há cerca de 1 mês, a Novelis anunciou novas modificações na sua cúpula (veja aqui) e Tadeu Nardocci volta a ser o sênior para a América do Sul, com Marco Antônio Palmieri promovido à Presidente da Novelis América do Norte, sede mundial da empresa.

Enfim, o que esperar dos dois juntos? diz o ditado que quando um não quer dois não brigam, mas quando os dois querem, como fica o velho brocardo? Vamos esperar pra ver, ou melhor, constatar. 


sexta-feira, 7 de junho de 2013

Novelis é pauta do Jornal Hoje em Dia

Disponível em: http://www.hojeemdia.com.br/noticias/economia-e-negocios/novelis-busca-caminhos-para-manter-a-unidade-de-ouro-preto-1.127839

Novelis busca caminhos para manter a unidade de Ouro Preto


Para garantir sua sobrevivência, a unidade da Novelis de Ouro Preto enxugou custos, reduziu pessoal e deixou de produzir placas de alumínio para se concentrar em tarugos, utilizados na construção civil e por processadoras.

O objetivo é ampliar a rentabilidade do negócio, buscando novos mercados e decretando sua independência da unidade paulista da Novelis em Pindamonhangaba.

Antes dos ajustes, praticamente toda a produção de placas da fábrica de Ouro Preto era enviada para a unidade paulista, onde eram transformadas em chapas e vendidas para indústrias de latas.

Apesar do esforços da porta da fábrica para dentro, o ambiente para os negócios da empresa ainda não é favorável. Mesmo depois do recente fechamento de uma das linhas de redução e da demissão de 127 trabalhadores, um corte de 20% na força de trabalho, a manutenção dos 480 empregos restantes não é garantida.

“O que vai determinar o futuro é o nível de rentabilidade. Se as pressões (de custos) permanecerem, vamos fazer ajustes”, disse o diretor de operação da empresa, Rogério Almeida.

Ao longo do tempo, a Novelis foi gradualmente diminuindo de tamanho em Ouro Preto. Quando foi comprada da Alcan, a planta tinha um alto índice de verticalização da produção. Era responsável desde a mineração da bauxita até a sua transformação em alumina e produção de tarugos e placas de alumínio.

Com baixa escala, a unidade deixou de minerar a bauxita e passou a comprar sucata e alumina. “Desde 1985, não há nenhum investimento em alumínio primário por nenhuma fábrica”, observa Almeida.

Em Ouro Preto, não é diferente. A Novelis não tem plano de investimentos e realizou apenas ajustes no processo produtivo para focar em tarugos. A escala de produção da unidade também é pequena para os padrões atuais, de 42 mil toneladas anuais. “Por enquanto, é um nível satisfatório”, afirma o diretor de operação.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Dia do meio ambiente!

No dia 05 de junho comemora-se o dia do meio ambiente.


A criação da data foi em 1972, em virtude de um encontro promovido pela ONU (Organização das Nações Unidas), a fim de tratar de assuntos ambientais, que englobam o planeta, mais conhecido como conferência das Nações Unidas.

A conferência reuniu 113 países, além de 250 organizações não governamentais, em que a pauta principal abordava a degradação que o homem tem causado ao meio ambiente e os riscos para sua sobrevivência, de tal modo que a diversidade biológica deveria ser preservada acima de qualquer possibilidade.

Nessa reunião, criaram-se vários documentos relacionados às questões ambientais, bem como um plano para traçar as ações da humanidade e dos governantes diante do problema.

A importância da data está relacionada às discussões que se abrem sobre a poluição do ar, do solo e da água; desmatamento; diminuição da biodiversidade e da água potável ao consumo humano, destruição da camada de ozônio, destruição das espécies vegetais e das florestas, extinção de animais, dentre outros.

A partir de 1974, o Brasil iniciou um trabalho de preservação ambiental, através da Secretaria Especial do Meio Ambiente, para levar à população informações acerca das responsabilidades de cada um diante da natureza.

Mas em face da vida moderna, os prejuízos ainda estão maiores. Uma enorme quantidade de lixos é descartada todos os dias, como sacos, copos e garrafas de plástico, latas de alumínio, vidros em geral, papéis e papelões, causando a destruição da natureza e a morte de várias espécies de animais.

A política de reaproveitamento do lixo ainda é muito fraca, em várias localidades ainda não há coleta seletiva; o que aumenta a poluição, pois vários tipos de lixos tóxicos, como pilhas e baterias são descartados de qualquer forma, levando a absorção dos mesmos pelo solo e a contaminação dos lençóis subterrâneos de água.

É importante que a população seja conscientizada dos males causados pela poluição do meio ambiente, assim como de políticas que revertam tal situação.

E cada um pode cumprir com o seu papel de cidadão, não jogando lixo nas ruas, usando menos produtos descartáveis e evitando sair de carro todos os dias. Se cada um fizer a sua parte, o mundo será transformado e as gerações futuras viverão sem riscos.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Texto disponível aqui


MAIS: Prefeitura de Ouro Preto promove o mês do meio ambiente - confira aqui a programação.

domingo, 2 de junho de 2013

Frank Falkenhein, uma grande perda.



Faleceu neste sábado, 1º de junho de 2013, em decorrência de um câncer de pulmão, o professor aposentado Frank Ulrich Helmut Falkenhein, grande colaborador do blog Operário Verde.

Funcionário da Petrobras, Frank foi credenciado para lecionar na UFOP e contribuiu para a estruturação da Escola de Minas e para a implantação da pós-graduação no Departamento de Engenharia Geológica.

Morava na Vila dos Engenheiros, em Saramenha, onde militava contra a poluição da fábrica de alumínio, sendo um constante defensor de um controle ambiental mais rígido e eficaz na região. 

Lamentamos a sua morte e registramos aqui o nosso mais sincero respeito e agradecimento.