"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Estudo indica que indústria do alumínio no Brasil prejudica saúde pública

Matéria publicada em 12 de setembro de 2013 no Portal "Terra" na internet. Disponível em: http://noticias.terra.com.br/ciencia/estudo-indica-que-industria-do-aluminio-no-brasil-prejudica-saude-publica,818ec69932f01410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html



Instituto Evandro Chagas estuda impactos da produção do metal em Barcarena, Pará, há 4 anos. Relatório em fase de conclusão aponta a degradação ambiental e contaminação da água como principais problemas.

A exploração de alumínio se tornou um problema de saúde pública no município de Barcarena, no interior do estado do Pará. A cidade, de 120 mil habitantes, concentra a maior refinaria do metal do mundo. Toda a movimentação em torno da atividade industrial seria responsável por problemas ambientais, sociais e trabalhistas. A qualidade da água nas áreas do entorno das atividades industriais foram reprovadas em mais de 90% dos casos por fatores de controle químico ou microbiológicos. Esta é uma das principais constatações do relatório parcial feito pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), ligado ao Ministério da Saúde. Os resultados finais só devem ser divulgados em outubro.

O órgão recebe denúncias desde 2001. Com um volume grande de reclamações dos impactos ambientais, o IEC passou a avaliar as denúncias do despejo de efluentes do processo de beneficiamento da bauxita nos igarapés da região em 2007. Em junho daquele ano, a bacia de deposição de resíduos de uma das empresas se rompeu e o problema foi amplificado. Foi então que o instituo elaborou um projeto em saúde e meio ambiente para avaliar os impactos mais a fundo. O programa, iniciado em 2008 duraria quatro anos, com previsão de encerramento até final de 2013. Nesse meio tempo, outro incidente ambiental foi registrado: um vazamento de efluentes alcalinos atingiu o rio Murucupi em 2009.

"O mais grave é a forma de relação e atuação das empresas, que poderiam ter muito mais respeito com o meio ambiente e os seres humanos que residem naquela região. Associado a isso, temos a clara omissão do poder público", aponta o pesquisador da Seção de Meio Ambiente do IEC, Marcelo Lima. "Diante disso, temos uma população que observa sua condição de qualidade de vida gradativamente piorar, agravados por tantos impactos ambientais", conclui.

Contaminação e desenvolvimento

O município é um dos mais afetados no Brasil com a produção industrial do metal. As etapas de produção deixam marcas na terra, na água e no ar, além da pele, olhos, pulmões e na vida dos trabalhadores e moradores próximos às fábricas de alumínio. Dos 120 mil moradores de Barcarena, 7.000 mil trabalham nas duas empresas do setor na cidade.

O caso já foi levado à Assembleia Legislativa pelo deputado estadual Edmilson Rodrigues. Ele afirma que o problema não atinge apenas os trabalhadores envolvidos na cadeia do alumínio, mas toda a comunidade do entorno, com a poluição e contaminação do solo. Segundo ele, a poluição é tão intensa que chega a deixar amarelados os azulejos brancos das casas próximas às empresas, por conta da quantidade de ferro.

"É um caso de saúde pública. Está comprovado o grau de incidência de doenças pulmonares e degenerativas por conta da poluição. Nem os trabalhadores nem os moradores estão imunes. É grande o número de pessoas com câncer provocado pela contaminação das águas, do solo ou pela poluição", aponta Rodrigues.

A denúncia foi comprovada por um dos estudos do IEC. No entanto, o instituto quer iniciar estudos mais específicos sobre a qualidade do ar na região. "Para isso, pretendemos adquirir tecnologias que sejam suficientes para a mensuração de parâmetros que possam ser indicativos do atual estágio da qualidade do ar", complementou o pesquisador Marcelo Lima.

A Superintendência Regional do Trabalho do Pará reconhece que a produção do alumínio é fruto de um processo agressivo. Mas alega infraestrutura limitada para aumentar o trabalho de fiscalização. São apenas dez fiscais para atender a todo o estado do Pará.

"É grave porque os trabalhadores ficam desassistidos. Nunca teremos uma condição de atender a todos. Mas temos de potencializar esforços. A situação está aquém do mínimo necessário", reconhece Edna Lucia Alves Ferreira da Rocha, auditora fiscal do trabalho chefe do setor de segurança e saúde da Superintendência Regional do Trabalho do Pará.

Situação dos trabalhadores

O alumínio é a principal fonte de economia local e uma importante commoditie nacional. O Brasil é o 4º maior produtor mundial de bauxita (matéria-prima para a produção de alumínio) e detentor da 3º reserva mineral; é o 3º maior produtor mundial de alumina.

A Associação Brasileira de Alumínio estima que cerca de 500 empresas atuem diretamente na indústria do alumínio no Brasil. Desse total, cinco empresas são produtoras de alumínio primário, as demais atuam nas outras etapas da cadeia produtiva – mineração, refinaria, transformação, reciclagem e produção de ligas.

A produção industrial de alumínio e alumina em Barcarena se concentra em duas empresas, a Albrás e Alunorte, respectivamente. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do município, na Albrás há quadro reduzido de trabalhadores, desde que a empresa passou o controle de capital estrangeiro para estatal norueguesa.

"A empresa já teve na década de 1980 mais de 2 mil funcionários, hoje tem 1,2 mil funcionários, com uma produção 100% maior. A gente questiona muito a situação social, a responsabilidade das empresas com a região. Não há compromisso", pondera o presidente do sindicato, Josenildo Vilhena.

Segundo ele, os trabalhadores sofrem uma pressão muito grande por produtividade e atingimento de metas. A Albrás é a 8ª maior fábrica de alumínio do mundo, e a Alunorte, a maior planta internacional de alumina. "O impacto ambiental é forte porque explora bauxita. Para se produzir 100 milhões de toneladas de alumina tem que gerar na natureza mais de 12 milhões de toneladas de bauxita. É muita terra revirada, lençol freático agredido, uma agressão imensa", analisa.

Vilhena fala que a dívida social é "impagável". "Existe o impacto, ele tá ai há mais de 20 anos, mas nós precisamos transformar esse alumínio em outros produtos. Pra gente desenvolver a região de forma sustentável", conclui.

Caso já foi estudado

O médico Hermano Albuquerque de Castro, hoje diretor da Escola Nacional de Saúde Pública, estudou o caso dos impactos da produção de alumínio em Barcarena há quase dez anos. O levantamento apontou que o processo é muito penoso para os trabalhadores e a população.

"Barcarena praticamente vive dessa indústria e é um dos municípios muito contaminados por esse processo de produção. Não só Barcarena, mas na própria trajetória do metal há contaminação de rios pela bauxita", lembra Castro. Ele reafirma a gravidade da questão ambiental e aponta ainda outra questão ligada à saúde: "O alumínio é considerado uma substância carcinogênica (causadora de câncer) pelos órgãos internacionais".

Posicionamento das empresas

A refinaria de alumina Hydro Alunorte e a fábrica de alumínio Albras rebatem as críticas e afirmam cumprir todas as normas de responsabilidade social, qualidade dos produtos, saúde, segurança e meio ambiente. As empresas garantem que a reportam mensalmente a performance ambiental à Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará, responsável pelo licenciamento e fiscalização das atividades industriais no Estado. Para gerenciar as emissões atmosféricas, ambas as unidades alegam ter equipamentos de tratamento.

As empresas reconhecem que em 2009 houve um incidente ambiental devido a uma forte e incomum chuva que incidiu na região. Parte do material na superfície do depósito de resíduos sólidos teria sido arrastada pelas águas pluviais e atingiu o rio Murucupi.

Após o incidente, a Alunorte diz ter aumentado a capacidade do sistema de tratamento de efluentes, incluindo uma bacia de contenção ainda maior. Em relação à contaminação da água potável, as empresas alegam que o estudo do Instituto Evandro Chagas indica que o problema é desencadeado pelo descarte de esgoto nos rios, e não devido às atividades industriais.

As empresas consideram injusta a acusação de que "só reagem quando estão sob pressão." Tanto a Hydro Alunorte quanto a Albras asseguram ter equipes específicas trabalhando com as comunidades de Barcarena, além de realizar investimentos sociais com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos habitantes.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Hindalco investe em fábrica em MG para disputar mercado de químicos

 Com informações de "Ecofinanças", em 18/07/2014. Disponível em: http://www.ecofinancas.com/noticias/hindalco-investe-fabrica-mg-para-disputar-mercado-quimicos_cimm

Em uma unidade comprada da Novelis, em Ouro Preto (MG), a indiana Hindalco começou no ano passado a montar uma indústria química para produzir hidratos e aluminas especiais. Com investimento previsto em R$ 120 milhões em até três anos, a empresa tem o objetivo de produzir 145 mil toneladas anuais, volume significativo para brigar em um mercado em que atuam hoje empresas como Alcoa e Votorantim Metais.

A Hindalco já opera indiretamente no Brasil com a Novelis, sua subsidiária em laminação de alumínio. Com a fábrica mineira, dá início as suas operações no país com a marca "mãe", por meio de sua controlada criada para o novo projeto, a Hindalco Brasil .

A unidade em Ouro Preto já produziu alumina no passado e estava fechada desde 2009. Foi comprada em 2013, após dois anos de estudos do grupo indiano. "Começamos a ver que a fábrica tem um tamanho adequado para produzirmos aluminas especiais", diz Eli Murilo Araújo, diretor executivo da Hindalco Brasil . Em agosto do ano passado, a Hindalco começou a ligar as máquinas e, até agora, investiu R$ 30 milhões em adaptações, com ajustes de processos para dar ritmo à produção.

O objetivo da Hindalco é produzir hidratos e aluminas especiais tanto para o mercado local como para exportação. Em até três anos, a empresa planeja finalizar os investimentos previstos no desenvolvimento dos produtos e levar a fábrica a sua plena capacidade. "O ritmo de aceleração da produção vai depender tanto da demanda do mercado como dos projetos que a Hindalco pretende desenvolver", diz Araújo.

Os hidratos são comprados principalmente por empresas de tratamento de água. Já as aluminas especiais - derivadas dos hidratos - são mais vendidas para as indústrias de refratários, catalisadores, isoladores e automotiva (para velas de veículos).

Apesar de também serem obtidos a partir da bauxita, os hidratos e aluminas especiais são diferentes da alumina metalúrgica, que origina o alumínio. A produção não é eletrointensiva e é feita exclusivamente por processos químicos. Segundo Araújo, a bauxita utilizada pela Hindalco é trazida de uma mina que está a 120 km de Ouro Preto, em Santa Bárbara (MG), cujos direitos minerários são da empresa indiana.

Neste ano, a Hindalco já poderá produzir 90 mil toneladas, segundo Araújo, que devem ser vendidas principalmente ao mercado interno. Quando chegar às 145 mil toneladas ao ano, o plano é destinar 70%, cerca de 100 mil toneladas, para os clientes locais e o restante para países latino-americanos, como Chile e Uruguai, e de outras regiões.

Com esses volumes, a empresa deve provocar um grande impacto no mercado local. No ano passado, a produção brasileira de alumina para uso não metalúrgico somou 187,9 mil toneladas, segundo dados da Associação Brasileira do Alumínio (Abal). O volume é pouco menos do dobro do volume que a Hindalco quer vender no Brasil . Além de Alcoa e Votorantim Metais, que têm produção local, empresas, como Eti, Alteo e Almatis importam o produto no país.

Controlada pelo conglomerado Aditya Birla, sediado em Mumbai, a Hindalco também produz aluminas especiais na Índia.

Flúor: uma das substâncias mais perigosas para o cérebro

A Fluoride Action Network (FAN) relatou que 34 estudos associam o flúor com a diminuição dos níveis de QI em humanos, enquanto muitos outros estudos ligam o flúor à aprendizagem e perda de memória, danos ao cérebro fetal e função neurocomportamental alterada.

Vide em: http://www.noticiasnaturais.com/2014/06/as-4-toxinas-mais-perigosas-para-o-cerebro/#

4 Toxinas Mais Perigosas para o Cérebro

Qual a ligação desse assunto com Saramenha? respondo com um trecho extraído de um estudo científico disponível em http://www.lnlm-sbic.org/papers/vol9-no3-art2.pdf:


"Um dos compostos químicos mais utilizados para conservar a estabilidade térmica e química do banho é a alumina fluoretada (ou secundária). Algumas fábricas compram essa matéria-prima, outras a produzem. A produção é feita através da Planta de Tratamento de Gases (PTG). A geração consiste em captar os “gases sujos”, ricos em flúor, provenientes dos fornos de redução e fazê-los entrar em contato com a alumina virgem (ou primária). A alumina primária, por ser um material poroso, adsorve o flúor da massa gasosa, produzindo alumina secundária e gás limpo (Shinzato, 2007). Após a adsorção, a alumina, já fluoretada, se deposita nos filtros de manga, que são estruturas de poliéster que separam a alumina do gás limpo. O gás lavado é expelido pela chaminé e a alumina secundária é depositada no silo diário para retornar aos fornos de redução na forma de matéria-prima."

domingo, 20 de julho de 2014

Mais uma manhã na Vila Operária... só mais uma como as outras.

E é assim que começam os nossos dias na Vila Operária. Essa foto é do dia 18 de julho de 2014, por volta das 08 da manhã.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Produção de alumínio cai 16,1% até maio


07/07/2014

Os cortes de produção anunciados desde o início do ano passado no Brasil levaram o volume de alumínio primário produzido no país a uma queda de 16,1% neste ano até maio. Juntas, as cinco empresas que atuam no setor - Albras, Alumar, Votorantim Metais, Alcoa e Novelis - produziram 470,4 mil toneladas nos primeiros cinco meses deste ano. No mesmo período do ano passado, foram 560,8 mil toneladas.

Apenas em maio, a queda foi de 26,4%, para 81,4 mil toneladas, ante 110,6 mil toneladas um ano antes. Se esse nível mensal permanecer até o fim do ano, a produção de 2014 somará 1,04 milhão de toneladas, 20% abaixo do volume de 1,30 milhão de toneladas no ano passado.

Depois de já ter reduzido a produção no ano passado, em março a Alcoa anunciou um corte de 147 mil toneladas de metal primário nas unidades de Poços de Caldas (MG) e na Alumar, onde atua em conjunto com a BHP Billiton, em São Luís (MA). A companhia tem capacidade de produção de cerca de 365 mil toneladas no país e, descontados os cortes, mantém em operação 85 mil toneladas, 23% do total.

O alto custo da energia para produção é uma das razões para os cortes no país. Tanto a Alcoa como a Votorantim Metais, que também reduziu a produção em Alumínio (SP), passaram a vender energia, aproveitando os preços mais altos do mercado. A Novelis também desativou parte de sua linha de Ouro Preto (MG) no ano passado e agora avalia se vai manter a operação.



Fonte: Valor Econômico (www.valoronline.com.br)