"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Poluição & Perfume, por José Efigênio Pinto Coelho

Artigo publicado no Jornal "Tribuna Livre", em por Cidinha Hilário.
Disponível em:  http://www.jornaltribunalivre.com.br/2014/12/noticias/ouro_preto/poluicao-perfume/#more-73278

"Com o fechamento da fábrica de alumínio Equisa, Alcan, Novelis, Ouro Preto se livra de uma poluição agressiva, que fez muito mal a sua população, durante 70 anos.

Encravada no vale do rio Tripuí, marco inicial das minas de ouro, esta usina utilizou dos mesmos africanos, que deram seu sangue a este país. O Brasil sem uma legislação ambiental deixou poluir a água do rio, o ar e a mente dos que dela aproveitaram.

A ocupação desregrada das montanhas da bela cidade barroca foi diretamente provocada por um crescimento, ilusório, das populações oriundas das cidades vizinhas, onde a economia tinha falido, o que saiu caro, muito mais caro do que o imposto arrecadado, pois a cidade cresceu sem as necessidades básicas como esgoto, água potável, escolas, ruas, áreas de lazer, energia elétrica…

Justamente, neste mês de dezembro de 2014, a famosa ALCAN fechou. Acabou a fábrica de alumínio, a primeira da América do Sul. Neste momento de pesar, algo de novo e cheiroso, também acontece: o surgimento de uma pequena fábrica de perfume.

Talvez, por ironia do destino, que vem nos mostrar o caminho para um novo tempo. Ouro Preto precisa de um novo tempo.

Tempo de reflexão, tempo de músicas, de danças, de poesias, pinturas, teatro, cinema, tempo de harmonia, tempo de amor. Como o cheiro do perfume que desperta a alma do ser, é chegada a hora de vivermos uma nova vida.

Um centro cultural municipal deveria ser instalado na fábrica de Alumínio, para que o fortalecimento da nossa cultura ouro-pretana siga em frente e feliz."

*Escrito por José Efigênio Pinto Coelho, ouropretano, artista plástico, filósofo, restaurador e escritor.
 

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