Artigo publicado no Jornal "Tribuna Livre", em
"Com o fechamento da fábrica de alumínio Equisa, Alcan, Novelis, Ouro
Preto se livra de uma poluição agressiva, que fez muito mal a sua
população, durante 70 anos.
Encravada no vale do rio Tripuí, marco inicial das minas de ouro,
esta usina utilizou dos mesmos africanos, que deram seu sangue a este
país. O Brasil sem uma legislação ambiental deixou poluir a água do rio,
o ar e a mente dos que dela aproveitaram.
A ocupação desregrada das montanhas da bela cidade barroca foi
diretamente provocada por um crescimento, ilusório, das populações
oriundas das cidades vizinhas, onde a economia tinha falido, o que saiu
caro, muito mais caro do que o imposto arrecadado, pois a cidade cresceu
sem as necessidades básicas como esgoto, água potável, escolas, ruas,
áreas de lazer, energia elétrica…
Justamente, neste mês de dezembro de 2014, a famosa ALCAN fechou.
Acabou a fábrica de alumínio, a primeira da América do Sul. Neste
momento de pesar, algo de novo e cheiroso, também acontece: o surgimento
de uma pequena fábrica de perfume.
Talvez, por ironia do destino, que vem nos mostrar o caminho para um novo tempo. Ouro Preto precisa de um novo tempo.
Tempo de reflexão, tempo de músicas, de danças, de poesias, pinturas,
teatro, cinema, tempo de harmonia, tempo de amor. Como o cheiro do
perfume que desperta a alma do ser, é chegada a hora de vivermos uma
nova vida.
Um centro cultural municipal deveria ser instalado na fábrica de
Alumínio, para que o fortalecimento da nossa cultura ouro-pretana siga
em frente e feliz."
*Escrito por José Efigênio Pinto Coelho, ouropretano, artista plástico, filósofo, restaurador e escritor.
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