"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Roupa suja da China aponta caminho a seguir para futuros vencedores entre os metais

 
Por David Stringer


(Bloomberg) - O afastamento da China de uma economia com base na indústria pesada tornou baixistas os mercados de todo tipo de produtos, do minério de ferro até o carvão. Também criou oportunidades para os minerais ignorados que alimentarão sua próxima fase de crescimento.
Entre esses materiais estão a bauxita - o minério utilizado na fabricação de alumínio - e o zinco, o cobre, o gás natural e o urânio utilizados para fabricar ou proporcionar energia aos milhões de máquinas de lavar roupa, aparelhos de ar condicionado e carros novos que os 1,4 bilhão de consumidores da China exigirão, segundo as previsões.

"Estamos observando uma transição", disse Michael Elliott, líder do setor na divisão de mineração mundial da Ernst Young LLP, em entrevista por telefone de Sydney. "Vamos ver que o alumínio terá um pequeno ressurgimento, o cobre certamente estará presente e provavelmente o zinco continue subindo".

A China já ultrapassou o Japão como o maior mercado de consumidores depois dos EUA, segundo a Euromonitor International. A empresa prevê que cerca de 90 por cento das famílias chinesas - 470 milhões - tenham uma renda anual disponível de US$ 15.000 ou mais para 2030, comparado com 133 milhões de famílias nos EUA.

A mudança é uma boa notícia para as companhias mineradoras que foram golpeadas pelo desmoronamento dos preços das commodities utilizadas em grande quantidade para fabricar o aço que impulsionou a fase mais recente de crescimento da China.

A Rio Tinto Group, a segunda maior companhia mineradora do mundo, desacelerará os gastos em minério de ferro e carvão, ao passo que aumentará os investimentos em cobre e bauxita a partir deste ano. A BHP Billiton Ltd. antevê que o consumo de eletricidade impulsione o crescimento da demanda por cobre na China e expandirá suas minas.

Eletrodomésticos

O país já representa cerca de metade das vendas mundiais de eletrodomésticos pequenos, de aspiradores de pó até aparelhos para a cozinha, segundo a Euromonitor.

Uma máquina de lavar roupa comum contém cerca de 7 quilos de alumínio e 2 quilos de cobre, o que coloca esses materiais no grupo de commodities em alta. Normalmente, os refrigeradores têm cerca de 7 quilos de cobre e 4 quilos de alumínio. Uma casa típica precisa de cerca de 125 quilos de cobre para a instalação elétrica, canos e outras ferragens.

Sem contar o declínio de 12 por cento sofrido no que vai deste ano pelo cobre por causa da preocupação com o crescimento mundial, projeta-se que o metal tenha um salto de 21 por cento, segundo a média de previsões de preços em 2015 compiladas pela Bloomberg. As importações de cobre da China quebraram um recorde em 2014, segundo dados alfandegários.

Prevê-se que neste ano o alumínio suba 16 por cento e o zinco, 13 por cento, conforme os prognósticos. Diferentemente, o Citigroup Inc. espera que o minério de ferro caia mais 15 por cento neste ano.

Investimento na Citic

A própria China já mostrou o caminho a seguir. Dois anos atrás, uma unidade da Citic Group Corp., o maior conglomerado do país, realizou um investimento que passou quase desapercebido na desconhecida companhia mineradora australiana Alumina Ltd..

A Citic não ignorava que a Alumina desempenha um papel fundamental no mercado do alumínio, de US$ 76 bilhões, e ao comprar a participação de quase 14 por cento na joint venture com a Alcoa Inc., a empresa obteve uma parte da maior produtora de bauxita e alumina do mundo, com operações em cinco continentes.

As casas chinesas utilizarão 800 milhões de aparelhos de ar condicionado em 2025, o dobro do que em 2013, estima a Rio. Esses aparelhos requererão cerca de 9,4 milhões de toneladas métricas de cobre, com base nos 23,6 quilos utilizados em uma unidade típica.

"A dependência" da China "de materiais importados aumentará, até mesmo na infraestrutura", disse Elliott da Ernst Young. "Cada mês que passa, a proporção de materiais importados no total de consumo aumenta. Essa dependência não vai mudar; de fato, vai crescer".

Título em inglês: 'China's Dirty Laundry Points Path to Next Metal Winners (1)'
Para entrar em contato com o repórter David Stringer, em Melbourne: dstringer3@bloomberg.net

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Sindicato dos Metalúrgicos anuncia acordo com Novelis em assembleia




Publicado pela TV TOP Cultura em 12/01/2015
O Sindicato Metalúrgico de Ouro Preto e a Novelis chegaram a um acordo com relação à demissão dos funcionários da empresa. Confira como foi a assembleia realizada no sindicato nessa sexta-feira para tratar o assunto. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=4JsSnq0qyg0

Mais informações (atualizado em 15/01/2015):


Parabéns aos metalúrgicos de Ouro Preto pela conquista! a união dos trabalhadores dando bons resultados!

Veja o acordo clicando AQUI (atualizado em 17/01/2015)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

FEAM divulga inventário 2014 de áreas contaminadas de MG

Para quem ainda tem dúvidas sobre os passivos ambientais da produção de alumínio em Ouro Preto, aí estão as informações disponíveis em http://feam.br/images/stories/declaracoes_ambientais/GESTAO_AREAS_CONTAMINADAS/inventrio%20de%20reas%20contaminadas%20-%202014.pdf e também em http://feam.br/declaracoes-ambientais/gestao-de-areas-contaminadas

MUNICÍPIO: OURO PRETO
NOVELIS DO BRASIL LTDA - ATERRO DOMÉSTICO
Atividade: Indústria Metalúrgica
Endereço: Acesso estrada Ouro Preto/Ouro Branco, KM 521.
Coordenadas: X= -43.555899 | Y= -20.406823 | Datum: WGS84
Classificação: AMR - Área em Processo de Monitoramento para Reabilitação
Etapa de Gerenciamento: Monitoramento
Fonte de contaminação: Disposição de resíduos
Meios Impactados:Solo, Água Subterrânea
Contaminantes: Fluoreto, Cianeto


MUNICÍPIO: OURO PRETO
NOVELIS DO BRASIL LTDA - ATERRO INDUSTRIAL
Atividade: Indústria Metalúrgica
Endereço: Acesso estrada Ouro Preto/Ouro Branco, KM 521
Coordenadas: X= -43.557014 | Y= -20.408029 | Datum: WGS84
Classificação: AMR - Área em Processo de Monitoramento para Reabilitação
Etapa de Gerenciamento: Monitoramento
Fonte de contaminação: Disposição de resíduos
Meios Impactados: Solo, Água Subterrânea
Contaminantes: Fluoreto, Cianeto


MUNICÍPIO: OURO PRETO
NOVELIS DO BRASIL LTDA - GALPÃO DE BARCELOS
Atividade: Indústria Metalúrgica
Endereço: Estrada de Ouro Branco/Ouro Preto a 2 Km da BR 356
Coordenadas: X= -43.524452 | Y= -20.411881 | Datum: WGS84
Classificação: ACI - Área Contaminada sob Intervenção
Etapa de Gerenciamento: Intervenção/Remediação
Fonte de contaminação: Disposição de resíduos
Meios Impactados: Solo, Água Subterrânea
Contaminantes: Fluoreto, Cianeto


MUNICÍPIO: OURO PRETO
NOVELIS DO BRASIL LTDA - MORRO DO MINÉRIO
Atividade: Indústria Metalúrgica
Endereço: Acesso R. Geraldo Laércio - Tavares
Coordenadas: X= -43.516395 | Y= -20.407647 | Datum: WGS84
Classificação: ACI - Área Contaminada sob Intervenção
Etapa de Gerenciamento: Intervenção/Remediação
Fonte de contaminação: Disposição de resíduos
Meios Impactados: Solo, Água Subterrânea
Contaminantes: Fluoreto, Cianeto


MUNICÍPIO: OURO PRETO
NOVELIS DO BRASIL LTDA - PANIFICADORA
Atividade: Indústria Metalúrgica
Endereço: Rua José Barbosa da Silva, nº 100 - Bauxita
Coordenadas: X= -43.505841 | Y= -20.401629 | Datum: WGS84
Classificação: ACI - Área Contaminada sob Intervenção
Etapa de Gerenciamento: Intervenção/Remediação
Fonte de contaminação: Disposição de resíduos
Meios Impactados: Solo, Água Subterrânea
Contaminantes: Fluoreto, Cianeto
 
 
 


sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Atenção trabalhadores da Novelis Ouro Preto: Assembleia Geral hoje, sexta-feira, 09/01, às 17h!

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Julião convoca todos os trabalhadores da NOVELIS para uma Assembléia Geral Extraordinária.

Data – sexta-feira -09/01/2015
Horário – 17h
Em sua sede localizada na  Rua Professor Francisco Pignatário, nº 67, Bauxita, Ouro Preto-MG

Informação disponível em:  http://jornalvozativa.com/noticias/atencao-trabalhadores-da-novelis-assembleia-geral-hoje-sexta-feira-0901-as-17h/

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Prefeitura de Muniz Freire/ES pede exploração de bauxita em áreas do Caparaó

Matéria disponível no site da Web Ales, em: http://www.al.es.gov.br/portal/frmShowContent.aspx?i=27137 
Por: Titina Cardoso/Web Ales. Em 15/12/2014
Fotos de Nivaldo Jr. 

Debater a exploração de bauxita no município de Muniz Freire, na região do Caparaó, foi o objetivo de audiência pública realizada na manhã desta segunda-feira (15) pela Comissão de Infraestrutura. Os deputados receberam o prefeito do município, Paulo Fernando Mignone (PSB), que solicitou que a mineradora Curimbaba - empresa detentora da lavra para a exploração de bauxita no município – comece a exploração do mineral para gerar renda e emprego na região.

APInfraestrutura_15122014_PauloMignone_baixa_NivaldoJr.jpg APInfraestrutura_15122014_mesa3_baixa_NivaldoJr.jpg
O prefeito Paulo Mignone pediu para a empresa começar a exploração gerando renda e emprego na região

“No início do ano fomos procurados pelo contador da empresa com o pedido de uma anuência para a Curimbaba. Nós não assinamos, não concedemos, para exatamente provocar essa discussão. A pergunta vem desde 1988, quando a Curimbaba se instalou no nosso município. Isso vem se agravando com a cobrança das comunidades onde estão instaladas as reservas. Precisamos levar aos nossos munícipes uma resposta”, relatou Mignone. 

Muniz Freire possui uma reserva de bauxita localizada em uma área com mais de 94 mil hectares e com uma estimativa de produção de 13 mil toneladas/mês. Para o presidente da Comissão de Infraestrutura, deputado Marcelo Santos (PMDB), a não exploração da reserva tem impedido o crescimento do município. “A partir da exploração teremos desenvolvimento na região, com reflexos enormes na economia do Espírito Santo”, defendeu o parlamentar. 

Logística

APInfraestrutura_15122014_NeryRossi_baixa_NivaldoJr.jpgO Secretário de Estado de Desenvolvimento, Nery Rossi, foi um dos convidados para o debate. Ele destacou que as informações sobre a reserva estão “congeladas na secretaria”. Os últimos estudos foram em 2004. Para ele, um dos fatores que atrapalha a exploração do mineral na região é a logística de transporte. “Um processo de refino, de concentração da bauxita em alumina, poderia ser feito aqui ou em Minas Gerais, mas como transportar para um porto?”, questionou.

“A BR 262 continua igualzinha a 2004 e não suportaria a frota de caminhões para transportar a alumina. Tem que se avaliar algum tipo de logística rodoviária ou ferroviária. Se a região estivesse perto de uma ferrovia, seria ‘melzinho na chupeta’”, explicou. 

Explicação da empresa

Os representantes da Mineradora Curimbaba explicaram os motivos pelos quais a empresa não explora a reserva de bauxita no município. O geólogo e diretor de pesquisa da empresa, Mário Luiz de Andrade Uchoa, relatou que “apesar de o prefeito ter falado de 1988, a portaria de lavra é desde 2008”. 

APInfraestrutura_15122014_MarioLuiz_baixa_NivaldoJr.jpgEle também explicou que a bauxita encontrada em Muniz Freire tem em torno de 15% de quartzo. Essa composição não é adequada para a empresa, que não explora a bauxita para a produção de alumínio, mas para a indústria de refratários, abrasivos e para a indústria de petróleo.  

Uchoa explicou ainda que a topografia da região é muito agressiva. Outro impedimento é que a estimativa de produção na região ainda é baixa para que a empresa consiga um financiamento bancário para dar início à exploração. “Não somos tão grandes assim, não estamos nem entre as 500 maiores empresas do Brasil. Não queremos impedir o desenvolvimento do Estado de modo algum”, disse. 

Decisões 

O prefeito Paulo Mignone compreendeu os motivos da empresa, porém, destacou que a situação financeira de Muniz Freire é complicada. “Preocupa-nos muito a região do Caparaó, formada por 11 municípios. A região está morrendo. É uma época de queda de arrecadação, queda de receita, todo mundo tenta se agarrar em alguma coisa. É um município do interior muito carente”, relatou. Ele informou que vai se reunir com uma comissão de moradores interessada na exploração da bauxita para que eles possam se reunir com a diretoria na sede da Curimbaba em Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais.  
Para o secretário Nery Rossi o encontro foi bastante esclarecedor. “A aproximação dos entes é fundamental. O que eu posso fazer nesse momento é colocar o Estado à disposição. O Estado, obviamente, não vai carregar o projeto, mas podemos ajudar. Embora a gente não tenha chegado a uma solução, talvez tenha sido uma das reuniões mais produtivas e esclarecedoras que eu tenha participado”, afirmou. 

O presidente da comissão, deputado Marcelo Santos, avaliou positivamente a audiência. “Foram dadas informações que não tínhamos e que agora serão socializadas com a população, como a expedição da lavra que foi em 2008 e achávamos que tinha sido antes. Estreitamos o relacionamento para podermos viabilizar uma parceria que culmine na exploração da bauxita”, afirmou. 

Por enquanto, a empresa vai colaborar com um projeto de tratamento de esgoto na área rural do município. “Foi uma condicionante do Iema (Instituto Estadual de Meio Ambiente) que a gente fizesse um projeto de esgotamento em duas vilas rurais”, explicou Uchoa. 

Bauxita

A bauxita é a principal fonte natural de alumínio e a maior parte de sua extração mundial é destinada à obtenção desse elemento, que é matéria-prima para a fabricação de inúmeros produtos usados no dia a dia, como panelas, esquadrias, latinhas, peças de automóveis e aviões, cabos elétricos, entre outros. O elemento também é utilizado para a indústria de abrasivos, refratários, cimento e produtos químicos, entre outros.