O fechamento da metalúrgica de alumínio primário em Ouro Preto/MG, apesar das suas especificidades com relação ao atraso tecnológico, não é um movimento isolado. Outras empresas estão tomando a mesma decisão Brasil afora. Conforme vínhamos alertando nos últimos anos, o mercado dava sinais de crise no setor, motivando as nossas preocupações com o futuro de Saramenha. A questão não era mais "se", mas "quando" e "como". Vejam abaixo matéria publicada em 30/03/2015 no portal de notícias G1, das organizações Globo.
30/03/2015 16h02 - Atualizado em 31/03/2015 16h05
Consórcio do Maranhão confirmou a demissão de 650 funcionários.
Planta de alumina não será afetada e continuará operando normalmente.
Do G1 MA
O Consórcio de Alumínios do Maranhão
(Alumar-Alcoa) confirmou, nesta segunda-feira (30), que suspenderá a produção
remanescente de 74 mil toneladas métricas de alumínio da Alumar, em São Luís (MA).
De acordo com o sindicato dos metalúrgicos, mais 150 funcionários serão
demitidos com a decisão.
Em nota ao G1, a empresa afirmou que os elevados
custos operacionais tornaram a produção de metal inviável na capital. Ela
assegura que planta de alumina não será afetada e continuará operando
normalmente. Confirmou ainda a demissão dos 650 funcionários, embora tenha
destacado ações para reduzir o impacto desta decisão.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de
São Luís (Sindmetal), José Maria Araújo, havia revelado, anteriormente, que 650
funcionários que trabalhavam nesse setor foram desligados da empresa também
nesta segunda.
O sindicato afirma que a empresa vem
divulgando os melhores resultados, premiações e pesquisas, como o lucro líquido
de US$ 432 milhões de dólares no último trimestre de 2014.
Uma reunião para discutir o assunto está
agendada para esta quarta-feira (1º) e terá a participação de representantes do
sindicato e da empresa. O presidente sindical José Maria Araújo disse que os
trabalhadores lutarão pela garantia de emprego, melhores salários, além de
benefícios para aqueles que serão demitidos retroativos à data-base (1° de
março).
Em nota também ao G1, o governo do
estado do Maranhão lamentou o anúncio feito pelo Consórcio de Alumínios do
Maranhão (Alumar-Alcoa).
Leia a nota na íntegra:
"O Governo do Maranhão lamenta o anúncio
feito pela Alumar de que desativará a terceira linha de produção de alumínio no
Estado, com a consequente redução de 650 postos de trabalho. Em 2014, a Alumar
reduziu sua capacidade de produção em duas oportunidades, nos meses de maio e
outubro. Portanto, a decisão, sob a justificativa de reduzir custos e da falta
de competitividade do preço de alumínio no mercado, reitera a lamentável
política adotada pela empresa nos últimos anos, quando dois terços das linhas
de produção no Maranhão foram desativadas.
Ainda este ano, o governador Flávio Dino, o
vice-governador Carlos Brandão e o secretário de Indústria e Comércio,
Simplício Araújo, realizaram audiências com a direção da empresa, para discutir
as perspectivas de investimentos no Estado. Em nenhum momento, os dirigentes da
multinacional informaram ao governo sobre a intenção de adotarem a drástica
decisão, que fere os interesses do Estado e da nossa população. O governador
Flávio Dino determinou aos secretários Simplício Araújo (Indústria e Comércio)
e Julião Amin (Trabalho e Economia Solidária) imediata interlocução junto à
empresa, visando assegurar responsabilidade social e alternativas para
minimizar os danos causados."
Demissões em 2014
Em março do ano passado, a empresa havia anunciado a demissão de 500
trabalhadores alegando altos custos no preço da energia e outros gastos. Em
maio, a Justiça do Trabalho determinou a suspensão imediata da demissão coletiva
sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Segundo o sindicato, mesmo assim, foram
demitidos 333 empregados.
Leia a nota na íntegra do Consórcio de Alumínios do Maranhão
:
"A Alcoa, líder na produção de metais
leves, anunciou hoje que suspenderá a produção remanescente de 74 mil toneladas
métricas de alumínio da Alumar, em São Luís (MA). A decisão está alinhada com o
recente anúncio da companhia de avaliar possíveis reduções, fechamentos ou
vendas em sua capacidade de produtos primários para otimizar ainda mais o
portfólio de commodities. A expectativa é de que este ajuste seja concluído até
15 de abril próximo.
“Continuamos a tomar medidas decisivas para
criar um negócio competitivo em nível global baseados em uma revisão da nossa
capacidade nos negócios de produtos primários”, declarou Bob Wilt, presidente
Global do Grupo de Produtos Primários da Alcoa. “São decisões difíceis, mas
necessárias, para apoiar a estratégia da Alcoa de reduzir a base de custos dos
nossos negócios de commodities.”
Essa suspensão dá continuidade à redução de
85 mil toneladas métricas nas operações de São Luís realizada em maio de 2014,
e mais 12 mil toneladas métricas implementadas em outubro de 2014. As condições
desafiadoras do mercado global e os elevados custos operacionais tornaram a
produção de metal inviável. A planta de alumina não será afetada e continuará
operando normalmente.
“Nós sabemos como esta decisão afeta
profundamente nossos funcionários, empresas contratadas e nossas comunidades”,
afirmou José A. Drummond, presidente da Alcoa América Latina. “Nossas equipes
trabalharam arduamente para tornar as operações competitivas. Manteremos o
diálogo com nossos funcionários, o sindicato e a comunidade para minimizar o
impacto dessa decisão. Continuaremos empenhados em atingir as condições de
competitividade necessárias para a produção de alumínio na região.”
Esta suspensão está alinhada com o anúncio da
Alcoa, de 6 de março de 2015, de avaliar 500 mil toneladas métricas de
capacidade de produção de alumínio e 2,8 milhões de toneladas métricas de
alumina, com vistas a possíveis reduções, fechamentos ou vendas. Com o ajuste
na linha de produção de São Luís, a Alcoa deixará de produzir aproximadamente
740 mil toneladas métricas anuais, o equivalente a 21% de sua capacidade de produção
de metal.
Como resultado do anúncio de hoje, a Alcoa
arcará no primeiro trimestre com encargos de reestruturação estimados entre US$
10 milhões e US$ 15 milhões, após os impostos, ou US$ 0,01 por ação.
Ao suspender as
operações de alumínio e de alumina de alto custo, a Alcoa avança em seu
objetivo de reduzir sua posição ao 38º percentil da curva de custo mundial da
produção de alumínio, e a de alumina ao 21º percentil, até 2016."