Fonte: https://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?63862/alerta-desmonte-licenciamento-ambiental-brasil
Um grupo de 46 organizações representativas do movimento socioambiental,
incluindo membros do Ministério Público, divulga nota pública contra
projeto de lei que muda regras de licenciamento ambiental. O grupo, do
qual participam o WWF-Brasil, o Greenpeace, o Instituto Socioambiental e
SOS Mata Atlântica, entre outras 43 entidades, exige que “órgãos
técnicos, comunidade científica, comissões ambientais, populações
atingidas e a sociedade em geral sejam ouvidos”.
Segundo as entidades, trata-se de um desmonte da legislação. O projeto,
que tramita na Câmara dos Deputados, pode ir a votação no plenário ainda
este mês, segundo o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Enquanto
isso, a população de Barcarena, no Pará, sofre as consequências de
vazamento tóxico de mineração. “Trata-se de uma triste e trágica
demonstração de que as regras para o licenciamento ambiental deveriam,
na verdade, se tornar mais rígidas, e não mais permissivas, como quer o
PL em questão”, diz o coordenador de Políticas Públicas do WWF-Brasil,
Michel Santos.
“Caso aprovada a proposta na forma como se encontra, esta e outras
tragédias, como o rompimento da barragem em Mariana, em Minas, ficariam
mais propensas a ocorrer, atingindo de forma ainda mais brutal as
populações locais”, diz um trecho da nota.
E continua: “O texto do PL proposto pela bancada ruralista e outros
setores que desejam mudar as regras de licenciamento ambiental do país
deixa o meio ambiente vulnerável ao recomendar a dispensa de
licenciamento para atividades agropecuárias a qualquer título e
independentemente de seu impacto; ao criar o licenciamento
autodeclaratório e flexibilizar as exigências ambientais; ao deixar
inteiramente na mão de Estados e municípios a decisão sobre o grau de
rigor da licença ambiental -- que pode ser nenhum se prefeitos e
governadores assim entenderem; e ao retirar a obrigatoriedade da
consulta a populações potencialmente atingidas -- uma clara violação aos
direitos de povos indígenas e de comunidades locais, além de
representar ameaças a áreas protegidas”.
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