"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)
sexta-feira, 10 de julho de 2015
Vale Manganês: a bola da vez
Primeiro a Novelis se foi encerrando a produção de Alumínio. Depois chegou a Hindalco, uma incógnita. Agora é a vez a Vale Manganês abandonar a região de Saramenha. Os fatos, infelizmente, não negam as previsões mais pessimistas que fizemos no blog nos últimos anos. E reiteramos a pergunta: QUAL O FUTURO DE SARAMENHA?
segunda-feira, 29 de junho de 2015
FEAM lança Calculadora do Consumo de Água
A Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) lançou a Calculadora do Consumo de Água. Como o próprio nome diz, trata-se de uma ferramenta para cálculo do consumo de água do cidadão.
Com o cenário de escassez hídrica e de restrição do uso de água no estado de Minas Gerais e a chegada do período seco, há a necessidade de criar mecanismos para a sensibilização e redução do consumo da água. O conceito “economizar água” é amplamente divulgado aos cidadãos.
Porém, é necessário que se conheça primeiramente as principais fontes de consumo, para que, posteriormente, sejam adotadas medidas de redução efetivas em cada domicílio.
Segundo o gerente de Produção Sustentável, Antônio Malard, o objetivo principal é proporcionar ao cidadão uma ferramenta para calcular o consumo de água em sua rotina diária e apresentar as possibilidades de redução de consumo, baseadas nas informações prestadas pelo usuário.
A ferramenta tem uma interface dinâmica e simplificada para atender qualquer tipo de usuário doméstico.
Para estimar os volumes diários, foram levantadas, em diversas áreas das residências, as vazões médias de torneiras, chuveiros, vasos sanitários, banheiras, máquinas de lavar, entre outros utensílios domésticos, baseadas em referências bibliográficas e testes empíricos, conforme explica o gerente.
O resultado é apresentado ao usuário numérica e graficamente (valor por área da residência e valor total), sendo também proporcionada uma comparação com os valores de consumo recomendados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e as médias no Brasil e em Minas Gerais.
Por fim, o nível de consumo é enquadrado em uma das classes apresentadas abaixo e informado ações para redução do consumo.

Com o cenário de escassez hídrica e de restrição do uso de água no estado de Minas Gerais e a chegada do período seco, há a necessidade de criar mecanismos para a sensibilização e redução do consumo da água. O conceito “economizar água” é amplamente divulgado aos cidadãos.
Porém, é necessário que se conheça primeiramente as principais fontes de consumo, para que, posteriormente, sejam adotadas medidas de redução efetivas em cada domicílio.
Segundo o gerente de Produção Sustentável, Antônio Malard, o objetivo principal é proporcionar ao cidadão uma ferramenta para calcular o consumo de água em sua rotina diária e apresentar as possibilidades de redução de consumo, baseadas nas informações prestadas pelo usuário.
A ferramenta tem uma interface dinâmica e simplificada para atender qualquer tipo de usuário doméstico.
Para estimar os volumes diários, foram levantadas, em diversas áreas das residências, as vazões médias de torneiras, chuveiros, vasos sanitários, banheiras, máquinas de lavar, entre outros utensílios domésticos, baseadas em referências bibliográficas e testes empíricos, conforme explica o gerente.
O resultado é apresentado ao usuário numérica e graficamente (valor por área da residência e valor total), sendo também proporcionada uma comparação com os valores de consumo recomendados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e as médias no Brasil e em Minas Gerais.
Por fim, o nível de consumo é enquadrado em uma das classes apresentadas abaixo e informado ações para redução do consumo.

Acesse aqui a Calculadora do Consumo de Água.
domingo, 14 de junho de 2015
domingo, 24 de maio de 2015
Lama vermelha da indústria de beneficiamento de alumina: produção, características, disposição e aplicações alternativas
Artigo disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-70762007000200011&lng=pt&nrm=iso&referer=www.clickfind.com.au
RESUMO
A lama vermelha, resíduo da indústria de beneficiamento do alumino, é gerada a partir do refino da bauxita para produção de alumina (Al2O3) através do processo Bayer. Este trabalho apresenta uma revisão de literatura sobre a produção da lama vermelha, suas características, métodos de disposição final, problemas ambientais provenientes de uma disposição inadequada e aplicações alternativas para o seu aproveitamento econômico.
Palavras chaves: Lama vermelha, processo Bayer, tailing, bauxita.
E a velha fábrica de alúmino aos poucos vai se desfazendo... virou história!
Conforme havia anunciado quando do encerramento das suas atividades em Ouro Preto, a Novelis está se desfazendo dos velhos ativos da fábrica de Saramenha. Vários equipamentos foram recentemente à leilão em website especializado: https://www.superbid.net/leilao/lista/ofertas.htm?auction_id=39892
O nosso desejo agora é que a velha fábrica se renove! que aquele local sirva o quanto antes à geração de emprego e renda de forma limpa e segura para os trabalhadores e vizinhos.
O nosso desejo agora é que a velha fábrica se renove! que aquele local sirva o quanto antes à geração de emprego e renda de forma limpa e segura para os trabalhadores e vizinhos.
sábado, 4 de abril de 2015
PARECER ÚNICO SUPRAM nº. 180/2014 - Hindalco
Para ver o PARECER ÚNICO SUPRAM nº. 180/2014, que concedeu Licença Prévia concomitante à Licença de Instalação (LP+LI) à Hindalco do Brasil Indústria e Comércio de Alumina Ltda para funcionamento em Saramenha, CLIQUE AQUI .
“A equipe
interdisciplinar da Supram Central Metropolitana sugere o deferimento da
Licença Prévia concomitante com Licença de Instalação (LP+LI), para o
empreendimento HILDALCO DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ALUMINA LTDA, para a
modernização da Fábrica de Alumina, que consistirá na instalação de
infraestrutura necessária à fabricação de aluminas especiais e hidratos especiais
a partir do hidrato e alumina produzida no processo em operação, no município
de Ouro Preto/MG, pelo prazo de 2 anos, vinculada ao cumprimento das condicionantes e programas propostos
[...]
Oportuno advertir ao empreendedor que o
descumprimento de todas ou quaisquer condicionantes
previstas ao final deste parecer único (Anexo I) e qualquer alteração, modificação
e ampliação sem a devida e prévia comunicação a Supram Central Metropolitana, tornam
o empreendimento em questão passível de autuação.”
sexta-feira, 3 de abril de 2015
A onda ruim de demissões na indústria do alumínio pelo país
O fechamento da metalúrgica de alumínio primário em Ouro Preto/MG, apesar das suas especificidades com relação ao atraso tecnológico, não é um movimento isolado. Outras empresas estão tomando a mesma decisão Brasil afora. Conforme vínhamos alertando nos últimos anos, o mercado dava sinais de crise no setor, motivando as nossas preocupações com o futuro de Saramenha. A questão não era mais "se", mas "quando" e "como". Vejam abaixo matéria publicada em 30/03/2015 no portal de notícias G1, das organizações Globo.
Consórcio do Maranhão confirmou a demissão de 650 funcionários.
Planta de alumina não será afetada e continuará operando normalmente.
Em março do ano passado, a empresa havia anunciado a demissão de 500 trabalhadores alegando altos custos no preço da energia e outros gastos. Em maio, a Justiça do Trabalho determinou a suspensão imediata da demissão coletiva sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Segundo o sindicato, mesmo assim, foram demitidos 333 empregados.
Ao suspender as
operações de alumínio e de alumina de alto custo, a Alcoa avança em seu
objetivo de reduzir sua posição ao 38º percentil da curva de custo mundial da
produção de alumínio, e a de alumina ao 21º percentil, até 2016."
30/03/2015 16h02 - Atualizado em 31/03/2015 16h05
Consórcio do Maranhão confirmou a demissão de 650 funcionários.
Planta de alumina não será afetada e continuará operando normalmente.
Do G1 MA
O Consórcio de Alumínios do Maranhão
(Alumar-Alcoa) confirmou, nesta segunda-feira (30), que suspenderá a produção
remanescente de 74 mil toneladas métricas de alumínio da Alumar, em São Luís (MA).
De acordo com o sindicato dos metalúrgicos, mais 150 funcionários serão
demitidos com a decisão.
Em nota ao G1, a empresa afirmou que os elevados
custos operacionais tornaram a produção de metal inviável na capital. Ela
assegura que planta de alumina não será afetada e continuará operando
normalmente. Confirmou ainda a demissão dos 650 funcionários, embora tenha
destacado ações para reduzir o impacto desta decisão.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de
São Luís (Sindmetal), José Maria Araújo, havia revelado, anteriormente, que 650
funcionários que trabalhavam nesse setor foram desligados da empresa também
nesta segunda.
O sindicato afirma que a empresa vem
divulgando os melhores resultados, premiações e pesquisas, como o lucro líquido
de US$ 432 milhões de dólares no último trimestre de 2014.
Uma reunião para discutir o assunto está
agendada para esta quarta-feira (1º) e terá a participação de representantes do
sindicato e da empresa. O presidente sindical José Maria Araújo disse que os
trabalhadores lutarão pela garantia de emprego, melhores salários, além de
benefícios para aqueles que serão demitidos retroativos à data-base (1° de
março).
Em nota também ao G1, o governo do
estado do Maranhão lamentou o anúncio feito pelo Consórcio de Alumínios do
Maranhão (Alumar-Alcoa).
Leia a nota na íntegra:
"O Governo do Maranhão lamenta o anúncio
feito pela Alumar de que desativará a terceira linha de produção de alumínio no
Estado, com a consequente redução de 650 postos de trabalho. Em 2014, a Alumar
reduziu sua capacidade de produção em duas oportunidades, nos meses de maio e
outubro. Portanto, a decisão, sob a justificativa de reduzir custos e da falta
de competitividade do preço de alumínio no mercado, reitera a lamentável
política adotada pela empresa nos últimos anos, quando dois terços das linhas
de produção no Maranhão foram desativadas.
Ainda este ano, o governador Flávio Dino, o
vice-governador Carlos Brandão e o secretário de Indústria e Comércio,
Simplício Araújo, realizaram audiências com a direção da empresa, para discutir
as perspectivas de investimentos no Estado. Em nenhum momento, os dirigentes da
multinacional informaram ao governo sobre a intenção de adotarem a drástica
decisão, que fere os interesses do Estado e da nossa população. O governador
Flávio Dino determinou aos secretários Simplício Araújo (Indústria e Comércio)
e Julião Amin (Trabalho e Economia Solidária) imediata interlocução junto à
empresa, visando assegurar responsabilidade social e alternativas para
minimizar os danos causados."
Demissões em 2014
Em março do ano passado, a empresa havia anunciado a demissão de 500 trabalhadores alegando altos custos no preço da energia e outros gastos. Em maio, a Justiça do Trabalho determinou a suspensão imediata da demissão coletiva sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Segundo o sindicato, mesmo assim, foram demitidos 333 empregados.
Leia a nota na íntegra do Consórcio de Alumínios do Maranhão
:
"A Alcoa, líder na produção de metais
leves, anunciou hoje que suspenderá a produção remanescente de 74 mil toneladas
métricas de alumínio da Alumar, em São Luís (MA). A decisão está alinhada com o
recente anúncio da companhia de avaliar possíveis reduções, fechamentos ou
vendas em sua capacidade de produtos primários para otimizar ainda mais o
portfólio de commodities. A expectativa é de que este ajuste seja concluído até
15 de abril próximo.
“Continuamos a tomar medidas decisivas para
criar um negócio competitivo em nível global baseados em uma revisão da nossa
capacidade nos negócios de produtos primários”, declarou Bob Wilt, presidente
Global do Grupo de Produtos Primários da Alcoa. “São decisões difíceis, mas
necessárias, para apoiar a estratégia da Alcoa de reduzir a base de custos dos
nossos negócios de commodities.”
Essa suspensão dá continuidade à redução de
85 mil toneladas métricas nas operações de São Luís realizada em maio de 2014,
e mais 12 mil toneladas métricas implementadas em outubro de 2014. As condições
desafiadoras do mercado global e os elevados custos operacionais tornaram a
produção de metal inviável. A planta de alumina não será afetada e continuará
operando normalmente.
“Nós sabemos como esta decisão afeta
profundamente nossos funcionários, empresas contratadas e nossas comunidades”,
afirmou José A. Drummond, presidente da Alcoa América Latina. “Nossas equipes
trabalharam arduamente para tornar as operações competitivas. Manteremos o
diálogo com nossos funcionários, o sindicato e a comunidade para minimizar o
impacto dessa decisão. Continuaremos empenhados em atingir as condições de
competitividade necessárias para a produção de alumínio na região.”
Esta suspensão está alinhada com o anúncio da
Alcoa, de 6 de março de 2015, de avaliar 500 mil toneladas métricas de
capacidade de produção de alumínio e 2,8 milhões de toneladas métricas de
alumina, com vistas a possíveis reduções, fechamentos ou vendas. Com o ajuste
na linha de produção de São Luís, a Alcoa deixará de produzir aproximadamente
740 mil toneladas métricas anuais, o equivalente a 21% de sua capacidade de produção
de metal.
Como resultado do anúncio de hoje, a Alcoa
arcará no primeiro trimestre com encargos de reestruturação estimados entre US$
10 milhões e US$ 15 milhões, após os impostos, ou US$ 0,01 por ação.
domingo, 1 de março de 2015
O futuro do Operário Verde nas mãos da Justiça
O blog Operário Verde está no ar desde março de 2012 levando às pessoas informações e opiniões sobre os impactos socioambientais da produção de alumínio e alunina em Saramenha, sobretudo o impacto negativo do declínio da produção industrial no nosso bairro. Neste sentido, afirmamos desde o início que o fechamento da unidade da Novelis em Ouro Preto era uma questão de tempo, algo previsível, e que deveríamos impedir que o natural sucateamento da fábrica (ante à falta de investimentos) agravasse a poluição e seus efeitos sobre as nossas vidas (vizinhos e trabalhadores). Diante do iminente "fim de feira", era preciso lutar pela qualidade do nosso meio ambiente.
Não era uma questão de prever o futuro, mas de analisar sistematicamente as notícias, boatos, fatos e estudos sobre o assunto. O blog fez apenas o que qualquer cidadão poderia fazer: reuniu todas as informações sobre o mercado mundial e a fábrica de alumínio aqui instalada desde a década de 1940. Mais ainda, criou paralelos e comparações com outras situações semelhantes mundo afora, demonstrando que os processos que envolvem o fechamento de uma unidade industrial são sempre muito parecidos e invariavelmente nocivos às comunidades vizinhas.
Com o mesmo objetivo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Julião e a Associação Comunitária da Vila Operária colocaram-se em defesa da população ouropretana. Vários cidadãos também o fizeram individualmente. Infelizmente o mesmo não foi feito pelo poder público, que simplesmente se omitiu e não teve capacidade de perceber as transformações que estavam ocorrendo. Todos esses fatos podem ser vistos nas postagens que o Operário Verde fez nos últimos anos denunciando todas as ações e omissões que de alguma forma poderiam prejudicar ou prejudicaram o povo. Criou-se aqui, naturalmente, um registro histórico de tudo que vivemos.
Atualmente, diante das conquistas e das diversas intervenções mitigadoras conquistadas junto aos órgãos ambientais e de defesa dos direitos dos trabalhadores, resta evidente que desde o início estávamos certos. A fábrica fechou como era previsto, mas como teria sido sem as resistências criadas por nós? Como seria se este modesto blog não tivesse rompido o intencional silêncio da imprensa ouropretana sobre o assunto? como teria sido sem os alertas que levamos à Câmara Municipal e às demais autoridades? Certamente teria sido muito pior para a nossa cidade, em especial para a nossa Saramenha.
Agora o cenário mudou. Não discutimos mais a produção de alumínio. Passamos a pensar no futuro das instalações deixadas pela fábrica, na Hindalco que continua suas operações, na dinâmica urbanística do nosso bairro, enfim, continuaremos discutindo e pensando os impactos socioambientais na nossa região!
Esse relato faz-se necessário porque a continuidade do blog Operário Verde será decidida nos próximos dias pelo Poder Judiciário. Poucos sabem, pois nunca publicamos nada sobre o assunto, mas ocorre que desde 2013 a empresa Novelis do Brasil está processando o cidadão responsável pelo blog. O objetivo da empresa é tirar o blog do ar e receber uma indenização por supostos danos morais (que jamais foram comprovados). A antecipação de tutela requerida pela empresa foi negada. O mesmo com relação ao recurso de Agravo levado pela Novelis ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Agora é a vez do julgamento ser feito pela Justiça de 1ª instância de Ouro Preto. Estamos confiantes de que venceremos mais uma vez, pois jamais publicamos ofensas ou mentiras. Muitas de nossas postagens são contestadas pela empresa, mas isso é absolutamente normal, haja vista que ninguém quer ver suas falhas apontadas. As divergências existem e sempre existirão. Nunca criamos qualquer dano ou embaraço à empresa, apenas exercemos com determinação os direitos que nos são garantidos pela Constituição Federal.
Jamais cedemos às pressões psicológicas que sofremos e vamos aguardar e aceitar com tranquilidade a Decisão que vier da Justiça, pois acreditamos que somente o Poder Judiciário pode exercer controle sobre as nossas publicações. Lamentavelmente a empresa nunca postou nenhum comentário no blog ou nos enviou notas para publicação. Ao invés do diálogo, quis apenas nos silenciar, nos censurar, nos controlar, e isso não podemos aceitar.
Para encerrar esta postagem, que pode ser a última, copio abaixo um trecho do voto do Desembargador Amorim Siqueira, relator do Agravo de Instrumento da Novelis que foi desprovido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (nº. 1.0461.13.002629-1/001):
Não era uma questão de prever o futuro, mas de analisar sistematicamente as notícias, boatos, fatos e estudos sobre o assunto. O blog fez apenas o que qualquer cidadão poderia fazer: reuniu todas as informações sobre o mercado mundial e a fábrica de alumínio aqui instalada desde a década de 1940. Mais ainda, criou paralelos e comparações com outras situações semelhantes mundo afora, demonstrando que os processos que envolvem o fechamento de uma unidade industrial são sempre muito parecidos e invariavelmente nocivos às comunidades vizinhas.
Com o mesmo objetivo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Julião e a Associação Comunitária da Vila Operária colocaram-se em defesa da população ouropretana. Vários cidadãos também o fizeram individualmente. Infelizmente o mesmo não foi feito pelo poder público, que simplesmente se omitiu e não teve capacidade de perceber as transformações que estavam ocorrendo. Todos esses fatos podem ser vistos nas postagens que o Operário Verde fez nos últimos anos denunciando todas as ações e omissões que de alguma forma poderiam prejudicar ou prejudicaram o povo. Criou-se aqui, naturalmente, um registro histórico de tudo que vivemos.
Atualmente, diante das conquistas e das diversas intervenções mitigadoras conquistadas junto aos órgãos ambientais e de defesa dos direitos dos trabalhadores, resta evidente que desde o início estávamos certos. A fábrica fechou como era previsto, mas como teria sido sem as resistências criadas por nós? Como seria se este modesto blog não tivesse rompido o intencional silêncio da imprensa ouropretana sobre o assunto? como teria sido sem os alertas que levamos à Câmara Municipal e às demais autoridades? Certamente teria sido muito pior para a nossa cidade, em especial para a nossa Saramenha.
Agora o cenário mudou. Não discutimos mais a produção de alumínio. Passamos a pensar no futuro das instalações deixadas pela fábrica, na Hindalco que continua suas operações, na dinâmica urbanística do nosso bairro, enfim, continuaremos discutindo e pensando os impactos socioambientais na nossa região!
Esse relato faz-se necessário porque a continuidade do blog Operário Verde será decidida nos próximos dias pelo Poder Judiciário. Poucos sabem, pois nunca publicamos nada sobre o assunto, mas ocorre que desde 2013 a empresa Novelis do Brasil está processando o cidadão responsável pelo blog. O objetivo da empresa é tirar o blog do ar e receber uma indenização por supostos danos morais (que jamais foram comprovados). A antecipação de tutela requerida pela empresa foi negada. O mesmo com relação ao recurso de Agravo levado pela Novelis ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Agora é a vez do julgamento ser feito pela Justiça de 1ª instância de Ouro Preto. Estamos confiantes de que venceremos mais uma vez, pois jamais publicamos ofensas ou mentiras. Muitas de nossas postagens são contestadas pela empresa, mas isso é absolutamente normal, haja vista que ninguém quer ver suas falhas apontadas. As divergências existem e sempre existirão. Nunca criamos qualquer dano ou embaraço à empresa, apenas exercemos com determinação os direitos que nos são garantidos pela Constituição Federal.
Jamais cedemos às pressões psicológicas que sofremos e vamos aguardar e aceitar com tranquilidade a Decisão que vier da Justiça, pois acreditamos que somente o Poder Judiciário pode exercer controle sobre as nossas publicações. Lamentavelmente a empresa nunca postou nenhum comentário no blog ou nos enviou notas para publicação. Ao invés do diálogo, quis apenas nos silenciar, nos censurar, nos controlar, e isso não podemos aceitar.
Para encerrar esta postagem, que pode ser a última, copio abaixo um trecho do voto do Desembargador Amorim Siqueira, relator do Agravo de Instrumento da Novelis que foi desprovido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (nº. 1.0461.13.002629-1/001):
"A medida pleiteada implicaria em retirar da internet as
publicações contendo o nome da empresa agravante, em verdadeira censura do conteúdo
das publicações no site em questão, previamente à decisão final da lide. Tal
censura equivaleria a esvaziar de forma absoluta o direito fundamental à
liberdade de expressão.
Lado outro, manter no ar o blog não causa, data venia, dano de igual proporção à honra objetiva da empresa
agravada. Isto porque, em ambiente democrático de livre expressão, em que está
presente a realidade da internet, possibilitando o ativismo social, incumbe à
pessoa jurídica conviver com ao menos um mínimo de propaganda negativa."
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