"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

sábado, 18 de julho de 2015

Ainda sobre o vazamento de alumina, mas pensando no futuro.

Não vou ser ingênuo nem irresponsável de veicular que todo aquele pó que caiu sobre a Vila Operária na madrugada de 14 para 15 de julho é tóxico. Não é! como a fábrica gosta de dizer, é "inerte". Porém, também não posso omitir o fato de que toda aquela poeira causa (e realmente causou) o agravamento de sinusites, rinites e várias outras doenças alérgicas e respiratórias. Não foi uma tragédia, mas também não foi algo simples.

O mais grave, creio eu, é o valor simbólico do ocorrido. Digo isso porque desde que a Hindalco reativou a fábrica de alumina em Saramenha, há cerca de um ano e meio, esse foi o terceiro "acidente". Antes desse foram dois derramamentos de lama no Rio Funil.

Observamos uma temerária escala de falhas que pode ser um presságio de algo mais grave. Já pensaram num vazamento de soda cáustica ou de ácido sulfúrico? obviamente muitos irão dizer que não há riscos, mas também não diziam o mesmo sobre o que já ocorreu? será que estamos ignorando uma série de avisos?

O Operário Verde vem desde 2012 alertando a comunidade local e as autoridades sobre os riscos do abandono tecnológico da fábrica de Saramenha. Não é alarmismo ou pessimismo, mas uma leitura fria e atenta dos fatos. Sabemos que esse assunto é espinhoso e delicado, sobretudo em razão dos empregos envolvidos, mas não podemos deixar de pensar na segurança e na saúde dos próprios trabalhadores, dos moradores vizinhos e das crianças da escola e da creche.

O momento é de profunda reflexão...


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