Não vou ser ingênuo nem irresponsável de veicular que todo aquele pó que caiu sobre a Vila Operária na madrugada de 14 para 15 de julho é tóxico. Não é! como a fábrica gosta de dizer, é "inerte". Porém, também não posso omitir o fato de que toda aquela poeira causa (e realmente causou) o agravamento de sinusites, rinites e várias outras doenças alérgicas e respiratórias. Não foi uma tragédia, mas também não foi algo simples.
O mais grave, creio eu, é o valor simbólico do ocorrido. Digo isso porque desde que a Hindalco reativou a fábrica de alumina em Saramenha, há cerca de um ano e meio, esse foi o terceiro "acidente". Antes desse foram dois derramamentos de lama no Rio Funil.
Observamos uma temerária escala de falhas que pode ser um presságio de algo mais grave. Já pensaram num vazamento de soda cáustica ou de ácido sulfúrico? obviamente muitos irão dizer que não há riscos, mas também não diziam o mesmo sobre o que já ocorreu? será que estamos ignorando uma série de avisos?
O Operário Verde vem desde 2012 alertando a comunidade local e as autoridades sobre os riscos do abandono tecnológico da fábrica de Saramenha. Não é alarmismo ou pessimismo, mas uma leitura fria e atenta dos fatos. Sabemos que esse assunto é espinhoso e delicado, sobretudo em razão dos empregos envolvidos, mas não podemos deixar de pensar na segurança e na saúde dos próprios trabalhadores, dos moradores vizinhos e das crianças da escola e da creche.
O momento é de profunda reflexão...
"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)
sábado, 18 de julho de 2015
quarta-feira, 15 de julho de 2015
Mais um dano ambiental...
Pois bem, já fui adjetivado de várias formas e muitos me acusam de alarmista. Mas está aí a justificativa do meu temor. Não vou escrever muito, as imagens são esclarecedoras. A Hindalco do Brasil repetindo os erros das antecessoras e a nossa querida Vila Operária mais uma vez vítima dos acidentes. Aliás, os acidentes são caracterizados tecnicamente por três fatores: imprudência, negligência ou imperícia. Qual será o caso?
terça-feira, 14 de julho de 2015
Hindalco obtém licenciamento de lavra de bauxita em Santa Bárbara/MG
Para ver o PARECER ÚNICO Nº 0585411/2015 (SIAM), clique no seguinte link:
http://www.meioambiente.mg.gov.br/images/stories/URCS_SupramCentral/RioVelhas/84/14.2-hindalco-revlo.pdf
http://www.meioambiente.mg.gov.br/images/stories/URCS_SupramCentral/RioVelhas/84/14.2-hindalco-revlo.pdf
"10. Conclusão: A equipe
interdisciplinar da Supram Central Metropolitana sugere o deferimento da
Revalidação da Licença de Operação, para o empreendimento Hindalco do Brasil
Indústria e Comércio de Alumina LTDA para a atividade de “Lavra a céu aberto
sem tratamento ou com tratamento a seco – minerais metálicos, exceto minério de
ferro”, código A-02-01-1, classe 3, no município de Santa Bárbara/MG, pelo prazo
de 8 (oito) anos, vinculada ao cumprimento das condicionantes e programas
propostos."
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Imagem da internet |
Audiência pública na Câmara Municipal de Ouro Preto discutiu crise na indústria de ferroliga. Convidados defenderam ampliação dos efeitos da MP 677/15.
Ampliar para Minas Gerais os efeitos da Medida Provisória 677/15, do governo federal, que estende os contratos entre as indústrias eletrointensivas do nordeste brasileiro e a Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco) até 2017, pode ser uma alternativa para reduzir a crise do setor no Estado. Foi essa a conclusão de vários dos convidados que participaram da audiência pública sobre as ameaças e o fechamento de postos de trabalho dos empregados das indústrias de ferroligas e de silício metálico em Minas Gerais na noite desta segunda-feira(13/7/15). A reunião foi realizada pela na Câmara Municipal de Ouro Preto - MG.
Entre as motivações da audiência, solicitada pelo vereador Chiquinho de Assis, estão a redução dos salários na unidade da Vale Manganês situada no município. Ligadas ao setor do ferroliga, as empresas têm sofrido, segundo os presentes, com os recentes aumentos de preços da energia elétrica. De acordo com o diretor do Sindicato dos trabalhadores Metalurgicos de Ouro Preto, Roberto Carvalho, a energia é o insumo mais importante dessa indústria, chegando a representar entre 40 e 45% dos custos.
Ainda de acordo com Carvalho, 80% da produção de ferroliga no Brasil está em Minas Gerais. Assim, ele afirmou que a solução mais imediata e rápida para a crise é a ampliação para o Estado dos efeitos da MP 677/15. A medida garantiu a ampliação dos contratos de energia sete indústrias no nordeste com manutenção dos preços, além de criar um fundo com recursos a serem destinado à construção de empreendimentos para geração de energia elétrica.
Foi destacado, porém, que é necessário que a extensão dos benefícios da norma seja condicionada à recontratação dos trabalhadores já demitidos. Roberto Wagner Carvalho, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, sugeriu que fosse obrigatório que as empresas beneficiadas voltassem a garantir o mesmo número de postos de trabalho de 24 meses atrás, com a contratação de novos trabalhadores nos casos em que os antigos não tivessem mais interesse.
Atualmente, a MP 677/15 está sendo analisada por uma comissão criada na Câmara dos Deputados e o deputado federal Leonardo Monteiro (PT/ MG) já apresentou uma emenda que sugere a extensão dos benefícios para Minas Gerais. “Temos que sair daqui com um grupo de ação junto aos parlamentares mineiros em favor dessa emenda”, disse o advogado do Sindicato Renato Lisboa, que defendeu que parlamentares da base e da oposição se unam com esse fim.
Fonte: https://www.facebook.com/sindsaojuliao
Entre as motivações da audiência, solicitada pelo vereador Chiquinho de Assis, estão a redução dos salários na unidade da Vale Manganês situada no município. Ligadas ao setor do ferroliga, as empresas têm sofrido, segundo os presentes, com os recentes aumentos de preços da energia elétrica. De acordo com o diretor do Sindicato dos trabalhadores Metalurgicos de Ouro Preto, Roberto Carvalho, a energia é o insumo mais importante dessa indústria, chegando a representar entre 40 e 45% dos custos.
Ainda de acordo com Carvalho, 80% da produção de ferroliga no Brasil está em Minas Gerais. Assim, ele afirmou que a solução mais imediata e rápida para a crise é a ampliação para o Estado dos efeitos da MP 677/15. A medida garantiu a ampliação dos contratos de energia sete indústrias no nordeste com manutenção dos preços, além de criar um fundo com recursos a serem destinado à construção de empreendimentos para geração de energia elétrica.
Foi destacado, porém, que é necessário que a extensão dos benefícios da norma seja condicionada à recontratação dos trabalhadores já demitidos. Roberto Wagner Carvalho, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, sugeriu que fosse obrigatório que as empresas beneficiadas voltassem a garantir o mesmo número de postos de trabalho de 24 meses atrás, com a contratação de novos trabalhadores nos casos em que os antigos não tivessem mais interesse.
Atualmente, a MP 677/15 está sendo analisada por uma comissão criada na Câmara dos Deputados e o deputado federal Leonardo Monteiro (PT/ MG) já apresentou uma emenda que sugere a extensão dos benefícios para Minas Gerais. “Temos que sair daqui com um grupo de ação junto aos parlamentares mineiros em favor dessa emenda”, disse o advogado do Sindicato Renato Lisboa, que defendeu que parlamentares da base e da oposição se unam com esse fim.
Fonte: https://www.facebook.com/sindsaojuliao
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Foto: Facebook do Sindicato São Julião |
segunda-feira, 13 de julho de 2015
Associação Casa Azul realiza workshop de leitura territorial em Ouro Preto
No final do ano de 2014 a Prefeitura Municipal de Ouro Preto anunciou em seu site na internet (clique aqui e veja) diversas ações em prol da comunidade em razão do fechamento da fábrica de alumínio de Saramenha.
Uma delas foi assim descrita:
"Outra ação com destaque apresentada ao prefeito foi o projeto da Associação Casa Azul, liderado pelo arquiteto Mauro Munhoz, responsável pela criação da Festa Literária Internacional de Paraty. O projeto consiste em uma leitura aprofundada do território ouro-pretano, a fim de identificar a vocação do munícipio, estimular a economia, o turismo e a cultura local, bem como atrair novos investimentos. Tudo isso levando em consideração toda a articulação e o esforço que já existe a favor dessas temáticas."
Pois bem, tal projeto terá uma etapa nesta semana, nos dias 16 e 17 de julho de 2015, quando lideranças locais serão recebidas pelos técnicos da Associação Casa Azul. O objetivo, conforme anunciado, é realizar "um diagnóstico de aptidões, a partir de uma metodologia de leitura territorial, que irá apontar caminhos possíveis para o desenvolvimento de um projeto sustentável para a cidade de Ouro Preto". Ainda segundo o convite, "será realizado um Workshop de Leitura Territorial", para o qual foram convidados "agentes de relevância na discussão das questões locais."
Desejamos sucesso ao projeto!
Uma delas foi assim descrita:
"Outra ação com destaque apresentada ao prefeito foi o projeto da Associação Casa Azul, liderado pelo arquiteto Mauro Munhoz, responsável pela criação da Festa Literária Internacional de Paraty. O projeto consiste em uma leitura aprofundada do território ouro-pretano, a fim de identificar a vocação do munícipio, estimular a economia, o turismo e a cultura local, bem como atrair novos investimentos. Tudo isso levando em consideração toda a articulação e o esforço que já existe a favor dessas temáticas."
Pois bem, tal projeto terá uma etapa nesta semana, nos dias 16 e 17 de julho de 2015, quando lideranças locais serão recebidas pelos técnicos da Associação Casa Azul. O objetivo, conforme anunciado, é realizar "um diagnóstico de aptidões, a partir de uma metodologia de leitura territorial, que irá apontar caminhos possíveis para o desenvolvimento de um projeto sustentável para a cidade de Ouro Preto". Ainda segundo o convite, "será realizado um Workshop de Leitura Territorial", para o qual foram convidados "agentes de relevância na discussão das questões locais."
Desejamos sucesso ao projeto!
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Imagem extraída da internet |
sexta-feira, 10 de julho de 2015
Vale Manganês: a bola da vez
Primeiro a Novelis se foi encerrando a produção de Alumínio. Depois chegou a Hindalco, uma incógnita. Agora é a vez a Vale Manganês abandonar a região de Saramenha. Os fatos, infelizmente, não negam as previsões mais pessimistas que fizemos no blog nos últimos anos. E reiteramos a pergunta: QUAL O FUTURO DE SARAMENHA?
segunda-feira, 29 de junho de 2015
FEAM lança Calculadora do Consumo de Água
A Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) lançou a Calculadora do Consumo de Água. Como o próprio nome diz, trata-se de uma ferramenta para cálculo do consumo de água do cidadão.
Com o cenário de escassez hídrica e de restrição do uso de água no estado de Minas Gerais e a chegada do período seco, há a necessidade de criar mecanismos para a sensibilização e redução do consumo da água. O conceito “economizar água” é amplamente divulgado aos cidadãos.
Porém, é necessário que se conheça primeiramente as principais fontes de consumo, para que, posteriormente, sejam adotadas medidas de redução efetivas em cada domicílio.
Segundo o gerente de Produção Sustentável, Antônio Malard, o objetivo principal é proporcionar ao cidadão uma ferramenta para calcular o consumo de água em sua rotina diária e apresentar as possibilidades de redução de consumo, baseadas nas informações prestadas pelo usuário.
A ferramenta tem uma interface dinâmica e simplificada para atender qualquer tipo de usuário doméstico.
Para estimar os volumes diários, foram levantadas, em diversas áreas das residências, as vazões médias de torneiras, chuveiros, vasos sanitários, banheiras, máquinas de lavar, entre outros utensílios domésticos, baseadas em referências bibliográficas e testes empíricos, conforme explica o gerente.
O resultado é apresentado ao usuário numérica e graficamente (valor por área da residência e valor total), sendo também proporcionada uma comparação com os valores de consumo recomendados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e as médias no Brasil e em Minas Gerais.
Por fim, o nível de consumo é enquadrado em uma das classes apresentadas abaixo e informado ações para redução do consumo.

Com o cenário de escassez hídrica e de restrição do uso de água no estado de Minas Gerais e a chegada do período seco, há a necessidade de criar mecanismos para a sensibilização e redução do consumo da água. O conceito “economizar água” é amplamente divulgado aos cidadãos.
Porém, é necessário que se conheça primeiramente as principais fontes de consumo, para que, posteriormente, sejam adotadas medidas de redução efetivas em cada domicílio.
Segundo o gerente de Produção Sustentável, Antônio Malard, o objetivo principal é proporcionar ao cidadão uma ferramenta para calcular o consumo de água em sua rotina diária e apresentar as possibilidades de redução de consumo, baseadas nas informações prestadas pelo usuário.
A ferramenta tem uma interface dinâmica e simplificada para atender qualquer tipo de usuário doméstico.
Para estimar os volumes diários, foram levantadas, em diversas áreas das residências, as vazões médias de torneiras, chuveiros, vasos sanitários, banheiras, máquinas de lavar, entre outros utensílios domésticos, baseadas em referências bibliográficas e testes empíricos, conforme explica o gerente.
O resultado é apresentado ao usuário numérica e graficamente (valor por área da residência e valor total), sendo também proporcionada uma comparação com os valores de consumo recomendados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e as médias no Brasil e em Minas Gerais.
Por fim, o nível de consumo é enquadrado em uma das classes apresentadas abaixo e informado ações para redução do consumo.

Acesse aqui a Calculadora do Consumo de Água.
domingo, 14 de junho de 2015
domingo, 24 de maio de 2015
Lama vermelha da indústria de beneficiamento de alumina: produção, características, disposição e aplicações alternativas
Artigo disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-70762007000200011&lng=pt&nrm=iso&referer=www.clickfind.com.au
RESUMO
A lama vermelha, resíduo da indústria de beneficiamento do alumino, é gerada a partir do refino da bauxita para produção de alumina (Al2O3) através do processo Bayer. Este trabalho apresenta uma revisão de literatura sobre a produção da lama vermelha, suas características, métodos de disposição final, problemas ambientais provenientes de uma disposição inadequada e aplicações alternativas para o seu aproveitamento econômico.
Palavras chaves: Lama vermelha, processo Bayer, tailing, bauxita.
E a velha fábrica de alúmino aos poucos vai se desfazendo... virou história!
Conforme havia anunciado quando do encerramento das suas atividades em Ouro Preto, a Novelis está se desfazendo dos velhos ativos da fábrica de Saramenha. Vários equipamentos foram recentemente à leilão em website especializado: https://www.superbid.net/leilao/lista/ofertas.htm?auction_id=39892
O nosso desejo agora é que a velha fábrica se renove! que aquele local sirva o quanto antes à geração de emprego e renda de forma limpa e segura para os trabalhadores e vizinhos.
O nosso desejo agora é que a velha fábrica se renove! que aquele local sirva o quanto antes à geração de emprego e renda de forma limpa e segura para os trabalhadores e vizinhos.
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