"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Diagnóstico da Mineração do Estado de Minas Gerais

O Diagnóstico da Mineração do Estado de Minas Gerais é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (SEDE-MG), com objetivo de consolidar uma série de informações sobre a atividade, que servirá de parâmetro para a elaboração do Plano Estadual de Mineração de Minas Gerais (PEMMG), em consonância com as premissas do Plano Nacional de Mineração, bem como para a consulta de outros órgãos, entidades e empresas ligadas ao setor.



sábado, 11 de dezembro de 2021

O LIXO DO OUROPRETANO: UMA TRAGÉDIA ADMINISTRATIVA E AMBIENTAL

 

A cidade histórica, cabeceira de duas importantes bacias hidrográficas brasileiras, ainda sofre com o mau gerenciamento e a disposição incorreta dos seus resíduos sólidos


Por André Lana, blog Operário Verdedezembro de 2021


A renomada cidade de Ouro Preto possui uma condição singular no cenário de proteção ambiental. Além de estar encravada entre importantes parques e áreas de proteção permanentes, como o Parque Estadual do Itacolomi, a Estação Ecológica do Tripuí, o Parque Municipal das Andorinhas e a Floresta Estadual do Uaimii, entre outras, é o divisor físico de duas das principais bacias hidrográficas brasileiras: do São Francisco e do Rio Doce.

É por conta dessa condição natural que as chuvas que caem mais ao norte da majestosa Serra de Ouro Preto correm para o Rio das Velhas, principal afluente do Rio São Francisco e responsável por boa parte do abastecimento de água potável da região metropolitana de Belo Horizonte, enquanto as chuvas que caem mais ao sul da Serra vão para o Ribeirão do Carmo em Mariana e, logo em seguida, para o Rio Doce, responsável pelo abastecimento de várias cidades do centro-leste de Minas Gerais até o Espírito Santo

Fonte: Plano de Manejo do Parque das Andorinhas (CBH Rio das Velhas, 2016)

Contudo, apesar de tamanha importância ambiental, até meados da década de 1990 o Município de Ouro Preto jogava sem qualquer controle todos os seus resíduos sólidos num “lixão” situado às margens da Rodovia Rodrigo Melo Franco de Andrade, quase sobre a divisa com Mariana. Diante de tamanha irregularidade, um grupo de ambientalistas denunciou o caso ao Ministério Público que, depois do devido processamento nos autos da Ação de Obrigação de Fazer nº. 0461.96.003580-0, conseguiu encerrar em definitivo a utilização daquele local.


 Diferença entre Lixão e Aterro Sanitário - Fonte: https://www.ecotres.com.br/ 


Foi nesse contexto que no ano de 1996 surgiu o Aterro Sanitário da Rancharia como uma promessa de novas boas práticas ambientais. Porém, os planos não se concretizaram e o novo empreendimento nunca conseguiu obter o pleno licenciamento ambiental, funcionando na maior parte do tempo até os dias atuais nos mesmos moldes do antigo “lixão”.

Por esta razão o Ministério Público viu-se forçado a propor em 2003 a Ação de Execução, autuada sob o número 0461.03.010953-6, na qual foi determinado em 2016 em primeira instância o prazo máximo de 90 dias para o encerramento definitivo das atividades de depósito de lixo na Rancharia. (Tal fato foi noticiado à época pela imprensa, como por exemplo, pelo Jornal Hoje em Dia)1


Jornal Hoje em Dia de 02/08/2016, em http://hoje.vc/1m3st

Contudo, por meio do Agravo de Instrumento nº. 1.0461.03.010953-6/001, a 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais reformou a referida Decisão determinando que o Município de Ouro Preto providenciasse as adequações necessárias à obtenção de licenciamento ambiental do aterro de Rancharia no prazo de 12 meses, sob pena de multa diária de R$1.000,00, limitada a R$600.000,00. Passados mais de cinco anos, nada mudou!

Denúncias quanto às irregularidades são recorrentes, oriundas de cidadãos, ONGs e órgãos de fiscalização. A Câmara Municipal também já debateu diversas vezes o tema, como mostra, por exemplo, a matéria abaixo, do jornal “O Liberal” de 09/12/2016:


Jornal O Liberal de 09/12/2016, em http://antigo.jornaloliberal.net/noticia/vereador-denuncia-lixao-de-ouro-preto-ao-mp/


Naquela oportunidade o Blog Operário Verde também noticiou o fato: https://operarioverde.blogspot.com/2016/12/pra-onde-vai-o-seu-lixo-uma-vergonha.html . 

Vídeo de dezembro de 2016, disponível no Youtube


Logo após esse quase fechamento definitivo do Aterro da Rancharia, a Prefeitura Municipal iniciou entre 2017 e 2020 diversos procedimentos buscando a regularização do espaço. Obras de drenagens, cobrimento e retaludamento foram contratadas, no intuito de retomar a implantação de um verdadeiro aterro, como mostram as fotos abaixo, juntadas à época ao Inquérito Civil nº. 0461.03.010953-6

Fotos de 2017-2018


Paralelamente ao imbróglio da deposição final dos resíduos sólidos no aterro, o Município passou ainda por conturbadas contratações de empresas para coleta domiciliar do lixo. Entre 2011 e 2017, por exemplo, todas as tentativas de licitação foram frustradas, obrigando os gestores a sucessivas dispensas de licitação para contratações de no máximo 180 dias. Foram várias empresas nesse período e pelo menos duas Ações Civis Públicas por Improbidade Administrativa foram propostas contra Ângelo Oswaldo e José Leandro, prefeitos à época. Somente em dezembro de 2017, já sob a gestão de Júlio Pimenta, foi finalmente concluída com sucesso a licitação para contratação de uma empresa especializada, pelo prazo máximo legal de 60 meses.

 Mas lamentavelmente, após tantas idas e vindas administrativas e judiciais, a atual realidade da coleta e deposição de lixo em Ouro Preto continua muito parecida com aquela denunciada no início dos anos de 1990. Segundo dados levantados pela Fundação Gorceix (2017, pag.5)2, atualmente são coletados e despejados na Rancharia cerca de 55 a 60 toneladas de lixo por dia, oriundos de uma população de aproximadamente 70 mil habitantes. E a despeito do que pensam e fazem os gestores da ocasião, todos esses resíduos continuam sendo gerados diariamente!

ATERRO SANITÁRIO OU LIXÃO?

A área de disposição final de resíduos de Ouro Preto, localizado no local denominado Fazenda Rancharia, que fica cerca de 10 km do Centro Histórico pela rodovia que liga Ouro Preto a Ouro Branco, foi pensada e projeta para ser um moderno Aterro Sanitário controlado e com as melhores práticas ambientais.

Imagem extraída do folder de 1996 de divulgação da implantação do Aterro de Rancharia: havia a promessa de um grande empreendimento, que nunca se concretizou

Contudo, passados cerca de 25 anos desde a sua inauguração, o cenário observado ainda é calamitoso. Em visita feita pelo Blog Operário verde no início da tarde do dia 11 de dezembro de 2021, foi verificado que o lixo coletado na cidade estava todo espalhado a céu aberto, sem controle de área de deposição, sem vigilância, sem coleta de chorume e outros líquidos, conforme mostra o vídeo abaixo:


COLETA SELETIVA INCIPIENTE: 

Apesar de já ter sido iniciada em parceria com as associações de catadores locais por meio do programa “Ouro Preto Recicla”3, a coleta seletiva ainda é muito restrita em Ouro Preto. São poucos os bairros atendidos e a capacidade de recebimento de materiais é pequena. Apesar de ser tema recorrente em campanhas eleitorais e retóricas ambientalistas, nunca houve uma ação contundente e efetiva na promoção da coleta seletiva para todo o Município.

Website do programa "Ouro Preto Reclica": https://www.ouropreto.mg.gov.br/coleta-seletiva (acesso em 06/12/2021)


A PROMETIDA USINA DE BENEFICIAMENTO:


A Prefeitura Municipal de Ouro Preto propôs há cerca de quatro anos a construção de uma usina de processamento de resíduos sólidos para, não só promover o tratamento adequado dos resíduos municipais, como também para produzir, como subproduto, a geração de energia elétrica a partir dos componentes orgânicos presentes nesses resíduos.

Dada a necessidade de ampliação de estudos, foi publicado o “Chamamento Público” nº. PMI0001-052017, visando o estabelecimento de Parceria Público-Privada para implantação de tal usina. Em consequência, a empresa Alfa Sigma Eficiência Ltda. foi autorizada a promover os estudos preliminares necessários à análise de viabilidade técnico-financeira. Contudo, tal projeto não avançou, sobretudo devido à falta de acordo com a Câmara Municipal quanto ao tamanho da área e as condições da cessão que seria feita à empresa. 


Fonte: TV TOP Cultura, 14/06/2019


ATERRO SANITÁRIO REGIONAL?

Frente à possível interrupção do funcionamento do aterro da Rancharia, uma das possibilidades já aventadas pelo Munícipio de Ouro Preto em suas manifestações ao Poder Judiciário foi a adesão ao consórcio Ecotres, situado em Conselheiro Lafaiete. Talvez seja essa a mais rápida e eficiente solução para a correta destinação do lixo dos ouropretanos:


Um outra opção possível é o estabelecimento de parceria com a vizinha Mariana, que graças ao apoio e investimento recebido pela Fundação Renova conseguiu avançar bastante na regularização do seu próprio aterro sanitário. 

PLANO INTERMUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS:


O Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PIGIRS), desenvolvido e apresentado em 2020, ainda na gestão do Prefeito Júlio Pimenta, apresentou o levantamento detalhado das atividades de coleta, transporte e disposição final dos resíduos nos 41 municípios participantes do Consórcio Intermunicipal Multissetorial do Vale do Piranga (CIMVALPI), dentre ele Ouro Preto.

 Neste plano foram avaliados os diferentes tipos de resíduos sólidos, envolvendo redução de geração, reutilização e reciclagem, além das possibilidades de tratamento e disposição final. O plano também visou o planejamento de metas e ações para melhor e modernizar todo o sistema de gerenciamento de resíduos sólidos no território de atuação do Consórcio.

 O PIGIRS foi elaborado de acordo com os quesitos legais, em especial a Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei Federal Nº 12.305/2010 e a Política Nacional de Saneamento Básico Lei Nº. 11.445/2007.

 Porém, assim como todas as iniciativas anteriores, não passa de mais um documento sem reflexo prático em Ouro Preto (documentos disponíveis em: https://www.ouropreto.mg.gov.br/transparencia/pigirs). 


(2). Fundação Gorceix. Relatório de Visita Técnica ao Aterro Sanitário do Município de Ouro Preto juntado ao processo TJMG 0109536-79.2003.8.13.0461. Responsável: Prof. Dr. Wilson José Guerra, Geólogo. Ouro Preto, julho de 2017.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Câmara Municipal cria comissão para acompanhar o cumprimento do TAC pela Hindalco

A partir dos encaminhamentos da 41ª Audiência Pública, a Câmara Municipal de Ouro Preto aprovou importantes medidas para que haja o devido acompanhamento do cumprimento do TAC pela Hindalco:

Representação 404/2021: seja a presente REPRESENTAÇÃO encaminhada a Hindalco solicitando que envie o mais breve possível, um relatório contendo todas as ações já realizadas pela empresa, referente ao cumprimento do TAC debatido em Audiência Pública.

Requerimento 507/2021: Após a 41ª audiência pública realizada pela Câmara Municipal, os vereadores apontaram como o encaminhamento a criação de uma comissão especial e essa comissão seria responsável por acompanhar as ações referentes ao cumprimento do TAC. Assinam este documento todos aqueles vereadores que participaram da audiência pública


Disponível em: http://www.cmop.mg.gov.br/ 



segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Prefeitura apoia causa do Sindicato Metalúrgico de Ouro Preto

Os metalúrgicos reivindicam garantia de direitos à Vale devido à notícia de transição da empresa para o grupo VDL

por Nathália Silva 
Notícia publicada em 08/11/2021

A empresa Vale colocou à venda os ativos de sua operação de manganês no Brasil e pretende desfazer-se de três unidades de ferroligas, sendo duas em Minas Gerais (Barbacena e Ouro Preto). Diante disso, o Sindicato Metalúrgico de Ouro Preto elaborou um plano de trabalho para resguardar os direitos dos trabalhadores da empresa.

Em reunião com os representantes do Sindicato no dia 04 de novembro, o prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo, prestou apoio à causa. “É importante que o Município acompanhe, solidariamente, o movimento dos trabalhadores para que os direitos deles sejam resguardados e garantidos. Sempre estivemos atentos com muito empenho e agora nós desejamos que as conquistas dos trabalhadores sejam mantidas e que a cidade venha a ter até um ganho positivo nessa mudança. Ou seja, mais investimentos como, inclusive, a reabertura de um forno que está fechado há algum tempo no bairro Rancharia, em Ouro Preto”.

Segundo Roberto Wagner de Carvalho, representante do Sindicato Metalúrgico de Ouro Preto, essa transição afeta os municípios de Ouro Preto, Lafaiete e Barbacena e é uma preocupação de todos. “Diante da notícia, montamos um plano de trabalho para resguardar e garantir todos os direitos dos trabalhadores, todas as conquistas histórias obtidas ao longo de muita luta e muito trabalho. Viemos aqui para reunir com o prefeito, pois, dentro desse plano têm ações jurídicas e também de cunho político. Ele nos recebeu muito bem, se comprometeu a ser nosso parceiro na luta para a manutenção das nossas conquistas e retomada da produção do ferroligas para aumentar a geração de emprego e renda de Ouro Preto”.

 

Entenda melhor sobre o assunto

A empresa Vale colocou à venda os ativos de sua operação de manganês no Brasil e pretende dispor de três unidades de ferroligas, sendo duas em Minas Gerais (Barbacena e Ouro Preto) e uma na Bahia (Simões Filho), além de uma mina cativa, Morro da Mina, que atende as unidades mineiras.

Em assinatura no dia 28 de setembro, a empresa confirmou um contrato de venda dos ativos de ferroligas de manganês nos municípios Barbacena, Ouro Preto e Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais, para o Grupo VDL, um conglomerado empresarial que atua nos segmentos de transporte, mineração e siderurgia, em resposta a pedido da Agência CMA sobre o assunto.


Imagem: Neno Vianna, PMOP


domingo, 24 de outubro de 2021

Sobre a atual situação da Hindalco, veja alguns documentos

O indeferimento da Licença de Operação da Hindalco em fevereiro de 2021, tendo como "gambiarra" jurídica para permitir o seu funcionamento um Termo de Ajustamento de Conduta - TAC, assinado entre a empresa e o Secretário Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais, cuja prazo de validade expira em março de 2022, está despertando interesse naqueles que realmente se preocupam com Ouro Preto. 

Foi assim que a Câmara de Vereadores de Ouro Preto, sob pedidos dos combatentes vereadores Matheus Pacheco e Alex Brito, agendou uma audiência pública para tratar do assunto, a se realizar no próximo dia 05 de novembro. 

No link a seguir estão alguns documentos que foram enviados à Câmara para subsidiar as discussões: https://drive.google.com/drive/folders/1wt2LXgPnHrxA-wFUkIMY_tTd_fSCwTfV 




terça-feira, 19 de outubro de 2021

Câmara de Ouro Preto fará Audiência Pública sobre situação da Hindalco

Requerimento nº. 450/2021, de autoria dos Vereadores Matheus Pacheco e Alex Brito, aprovado na 71ª Reunião Ordinária em 19/10/2021:

"Senhor Presidente,

Requeiro a Vossa Excelência, nos termos regimentais desta Casa, ouvido o Plenário,seja o presente Requerimento encaminhado a empresa Hindalco  solicitando chamamento para Audiência Pública no dia 05/11/2021 ás 17hrs, tendo como pauta " Renovação de Licença Operacional".

Justificativa: A Hindalco Industries Limited é a principal companhia de metais do Aditya Birla Group. É a maior companhia de laminagem de alumínio do mundo e também um dos maiores produtores de cobre. Em conjunto com sua subsidiária global, a Novelis Inc., a Hindalco tem presença em 12 países. A companhia opera em toda a cadeia de valor, –desde a mineração de bauxite à refinação de alumina, fundição de alumínio, laminagem e extrusões. Serve setores essenciais da indústria, como a construção de & edifícios, automóvel, embalagem, elétrico, bens de consumo duradouros, refratários e cerâmica. A Hindalco tem uma abordagem global à sustentabilidade, – que engloba uma série de árias, como práticas de mineração sustentáveis, conservação de energia, reciclagem, eliminação de resíduos industriais amiga do ambiente, práticas de segurança, desenvolvimento socio-económico de comunidades em redor da usina e empoderamento dos empregados.

O cuidado com a Licença de Operação pode se tornar um grande desafio no dia a dia de uma grande ou pequena empresa. Basta que para isso ela possa causar algum tipo de dano ambiental.Em um primeiro momento, faremos uma distinção meramente didática entre dano e impacto ambiental. O dano representaria ações que causam impacto ambiental intenso e/ou em larga escala.E a Licença Ambiental serve justamente para evitar que os empreendimentos passem do limite gerando um impacto ambiental com consequências irreversíveis.

Impactos ambientais irreversíveis podem ocorrer através da:

  • contaminação dos lençóis freáticos ou cursos d’água por conta do
  • lançamento de efluentes (resíduo líquido resultante de processos industriais);
  • geração de resíduos sólidos (embalagens, utensílios, recipientes);
  • emissão de gases poluentes (CO2, vapor, NO2), e;
  • supressão da fauna e flora nativa.

É desta forma que os rios ficaram irreconhecíveis com o passar dos anos, assim como toda a paisagem das grandes cidades.

Os cientistas ao analisarem o futuro verificam que as ações de alto impacto ambiental podem levar a um estado caótico de escassez de recursos, com altos níveis de poluição e efeito estufa.Desde então, as Legislações passaram a nortear os limites das ações industriais para que tal cenário futurístico não chegasse tão rápido.Resultado disso, aqui no Brasil, foi o Licenciamento Ambiental, que verifica as etapas de uma empresa (que se enquadra no quadro de danos ambientais acima) para saber se ela está cumprindo com todas as medidas que visam reduzir os potenciais danos.A burocracia dessa verificação pode ser grande e gerar algumas dores de cabeça. Para evitar imprevistos e passar por esse processo com tranquilidade, é importante verificar o passo a passo do processo de renovação da Licença Ambiental de Operação (LO) e assim antecipar algumas ações mais demoradas.

O que é Licença Operação?

A Licença de Operação é a última das três licenças que são expedidas em um Licenciamento Ambiental.A primeira delas é a Licença Prévia: uma licença requerida na fase de planejamento do empreendimento para que possa determinar a viabilidade ambiental do empreendimento.A segunda é a Licença de Instalação: caso seja viável, em termos ambientais, e a Licença Prévia seja concedida, após o término do projeto de construção, é requerida a Licença de Instalação. Esta confere se a obra estará adequada para o meio ambiente da região.Por último é que vem a Licença Operação, que podemos definir como o documento que permite a execução das atividades industriais de um empreendimento através da análise da implementação de um conjunto de medidas que visam o menor impacto ambiental.Esse mecanismo de verificação para implementar e tornar possível a operação de uma empresa, permite que, por exemplo, na possibilidade de destruição de espécies nativas, o órgão regulador em conjunto com o empreendimento, possam encontrar medidas que equilibrem e minimizem o impacto.Apesar de os exemplos em relação à Licença de Operação serem em sua maioria ambientais, vale lembrar que não é só para o meio ambiente que o Licenciamento Ambiental tem um impacto positivo. Vamos te contar como ele influência também na estrutura econômica da sua empresa."

sábado, 16 de outubro de 2021

Quais são os passivos ambientais da fábrica de Saramenha?

Você sabe quais são os principais passivos ambientais deixados em Ouro Preto pela fábrica de alumínio/alumina? Não são poucos!!!

Ao longo de toda sua existência desde 1945, desde a Elquisa até a atual Hindalco, passando por Alcan e Novelis, a fábrica de Saramenha gerou grande quantidade de detritos e contaminações, já apuradas pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (clique aqui e veja), conforme o seguinte quadro-resumo:

Empresa responsável

Área contaminada

Produtos contaminantes

Hindalco do Brasil

Área/planta da fábrica

Bário, Ferro, Fluoreto, Manganês, Níquel

Hindalco do Brasil

Barragem do Marzagão

Bário, Ferro, Manganês, Níquel

Novelis do Brasil

Área/planta da fábrica

Alumínio, Arsênio, Bário, Benzo(a)antraceno,

Benzo(a)pireno, Benzo(b)fluoranteno, Dibenzo(a,h)antraceno, Fenantreno, Fluoreto, Manganês, Molibdênio, Níquel

Novelis do Brasil

Aterros industriais e domésticos

Alumínio, Chumbo, Ferro, Fluoreto, Nitrato (como N), Vanádio

Novelis do Brasil

Galpão de Barcelos

Cobalto

Novelis do Brasil

Lago do Azedo

(“buraco quente”)

Alumínio, Arsênio, Chumbo, Cobalto, Fluoreto, Mercúrio, Vanádio

Novelis do Brasil

Morro do Minério

(acima do bairro Tavares, sentido Parque do Itacolomi)

Alumínio, Bário, Benzo(k)fluoranteno, Chumbo, Cobalto, Criseno, Cromo, Fluoreto, Níquel

Novelis do Brasil

Panificadora

(bairro Bauxita)

Alumínio, Boro, Chumbo, Cromo, Fluoreto, Molibdênio, Níquel, Nitrato (como N)

É importante ainda destacar que NUNCA foi feito um estudo epidemiológico com os moradores do entorno da fábrica, bem como NÃO há apurações técnicas conclusivas acerca dos danos caudados pelos particulados emitidos pela fábrica sobre os bens e monumentos tombados de Ouro Preto.

 





quarta-feira, 13 de outubro de 2021