"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Cigarro e alumínio, qual a relação? o alcatrão!



Caro leitor desse modesto blog, 

Proponho uma leitura crítica dos dois textos abaixo, que foram buscados na internet após uma rápida pesquisa no Google:



Não é difícil concluir que os gases oriundos do alcatrão utilizado pela Novelis no processo produtivo do alumínio são lançados pelas chaminés da fábrica sobre as nossas cabeças (e narizes) diuturnamente.

Após a leitura, aposto que muitos, assim como eu, lembrarão de vizinhos e conhecidos que, após viverem em Ouro Preto por muitos anos, morreram por causa de câncer no pulmão sem nunca terem fumado.

O alcatrão é um líquido negro e viscoso
É urgente que o serviço público de saúde faça um estudo epidemiológico sério na região de Saramenha, pois somente assim será revelada a verdade sobre as causas das principais doenças que nos assolam.

OBS.: Segundo informações prestadas pela diretoria da Novelis, por meio de Notificação Judicial nos autos do processo 02412.244.551-3 (TJMG/BH), foi realizado em 1987 um estudo sobre os efeitos da poluição na saúde da população de Ouro Preto. Tal estudo, contratado ao Centro São Camilo de Desenvolvimento em Administração de Saúde, de São Paulo/SP, teria concluido que as condições de saúde na cidade estavam dentro dos padrões considerados normais para o Brasil.  

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Diretor da Novelis não aceita críticas

O cidadão ouropretano Pedro Alexandre candidatou-se à vereador nas últimas eleições. Exercendo o seu livre e salutar direito de "corpo a corpo" com o eleitorado, foi até a portaria da Novelis para divulgar suas propostas e o seu número. Logo logo foi interpelado pelo diretor geral da empresa em Ouro Preto que o criticou publicamente por ele ter curtido a postagem do Samuel D'Angelo no facebook. Segue abaixo a manifestação do Pedro Alexandre no facebook sobre o episódio:
"O atual diretor da Novelis foi muito infeliz ao me questionar sobre o manifesto que curtir no Facebook ao falar com um tom de ironia e arrogancia que não votaria em quem repudia a Novelis. Meu caro tenho maior admiração pela Marca Novelis, por algumas pessoas que ai trabalham que são amigos pessoais. Mas você falar comigo que não tenho direito de expressar meu ponto de vista você feriu a liberdade de expressão que é direito de todos resguardado pela connstituição.Sem contar que mencionou que eu nem morava na Vila Operária, ora não moro mas trabalho logo acima, parece que no entendimento deste diretor que está direto e não é diretor, a poluição emitida só fica em Saramenha. Precisa rever seus conceitos..."
 

domingo, 23 de setembro de 2012

Engrossando as fileiras

Muito boa a repercurssão do texto do nosso amigo Samuel D'Angelo. Isso significa que o incômodo é grande e as pessoas não o suportam mais! é chegada a hora de expor os verdadeiros fatos? espero que sim!

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

UMA NOVELIS QUE NÃO ACABA NUNQUIS!!!

Segue abaixo, um texto extraído do facebook de Samuel D'Angelo, com o qual concordamos integralmente.


"UMA NOVELIS QUE NÃO ACABA NUNQUIS!!! Assim diria o nosso tão adorado comediante Mussum, se fosse nato na cidade de Ouro Preto.

Publico aqui umas fotos que tirei hoje da fábrica de alumínio NOVELIS, no fim da tarde, e faço algumas perguntas.

Quantas toneladas de gás cancerígeno essa companhia joga dentro desse buraco que é a região de Saramenha? Não digo "Buraco no sentido ofensivo. Eu também sou morador no bairro de Saramenha.
Digo buraco, é porque, geograficamente, Saramenha é dentro de um enorme e verdadeiro "buraco", cercado de colinas por todos os lados. E - NUNCA - se constói uma fábrica, que emite toneladas diárias de poluentes, no ponto mais baixo de um terreno ou região.
Os gases dessa fábrica são jogados todos no ar e ficam ali no vale. Estacionados, estáticos, entrando em nossos pulmões, consequentemente em nossas correntes sanguíneas, cobrindo todas as plantas, casas e alimentos cultivados em quintais com fuligem tóxica.

Além de já ter secado uma área verde enorme nas cercanias da fábrica, matando as plantas pelo motivo de estar impedindo-as de fazer o processo de troca de oxigênio-Gás carbônico, que é realizado durante a noite (não por falta de água como querem alegar os os ambientalistas, que trabalham para a fábrica).

Então, durante à noite é o horário mais crítico.

É quando a fumaça que sobe pela chaminé a cima, passa a ser mais densa e com odor muito mais intenso. (E para isso não é necessário um diploma de curso superior pra perceber ou ser um bravo entendedor de questões ambientais).

As noites dos bairros de Saramenha, Saramenha de cima e Bauxita são invadidas por um ar extremamente nebuloso, turvo, com odor forte de enxofre misturado com Hidróxido de Sódio (vulgo Soda caustica), e tem ainda a trilha sonora noturna que segue aos embalos de sons de máquinas velhas, rumores de marretadas dadas em ferro e tubos, sirenes e um cenário que relembra os filmes do MAD MAX, que passavam na década de 80.

Quantas pessoas devem morrer de câncer em Ouro Preto para descobrirmos que essa fábrica é o grande problema de tudo?

Será que nunca associaram o índice de morte por câncer em Ouro Preto nos ultimos 20 ou 30 anos com a história da fabrica e todos os seus Altos e baixos bem como sua situação financeira?

Porque os Antigos donos foram embora? Será que os Indianos trabalham mais e gastam menos, economizando em manutenção e deixando a fábrica em condições de segurança pra lá precárias e altamente primárias?

Ou será que o câncer nas pessoas bem como a área verde que está também esturricando por falta de ar, entra na estatística como "impacto ambiental"?

Depois que cheguei de volta à minha cidade, o que mais ouço falar é em mudanças.

Uma coisa realmente mudou... A minha paisagem e a qualidade do ar que eu respiro.

Minha paisagem está cada vez mais morta, e o ar cada vez mais impossível de se respirar. Minhas plantas morrem... tudo morre.

A área verde ao redor da fábrica está secando. E as áreas, que ainda eram verdes, e pertenciam à essa NOVELIS, estão sendo vendidas para o mercado imobiliário e devastadas para a construção de moradias em prol não sei de quê... Aluguel? Imóveis? Hoteis? me digam... DE QUÊ?

Ninguém faz nada pra mudar isso. E ninguém também reclama de verdade e com autoridade e direitos.

Quantos caixotes mau fornidos e estruturados, chamados de "predinhos pra estudantes" ou hoteis devem aparecer em cima das áreas devastadas, vendidas pela NOVELIS, para percebermos a grande furada?

O dono da novelis precisa voltar pra India cheio de dinheiro no bolso? E um outro, que provavelmente não mora aqui na região de Saramenha, ou bauxita, precisa chegar com sua rede de hoteis ou predinhos para alugar para nós, que só nos ferramos nos ultimos 20...30 anos respirando essa porcaria de ar, e depois, ainda nos ferramos de novo, também financeiramente, por ter de ficar a mercê do crescimento inescrupuloso de uma especulação imobiliária desenfreada?

É assim que funciona? É justo isso?

Precisam morrer quantos cidadãos por causa de câncer para a direção do vento virar?

A morte por câncer é, realmente, vontade de Deus ou do Diabo como dizem por aí ? COM CERTEZA NÃO!

As plantas estão morrendo esturricadas e cobertas de fuligem nas cercanias da fábrica, realmente, por falta de água?

Qual o politico e candidato que quer realmente enfrentar isso de frente e SERIAMENTE, COMO UM VERDADEIRO GOVERNANTE?

O que a população está disposta a fazer.?

Ou Vamos passar o resto da vida vendo essa fábrica, cada vez mais falida, jogar porcaria no nosso naris e na nossa fauna e flora sem reagirmos?

Para decidir a saída ou permanecia dessa situação ridícula é preciso analizar estatísticas?

É pura estatistica?

Então a estatistica tem que ser pura, mas o MEU e o SEU ar, que nós respiramos, não?

O bom senso comum e mais os outros cinco sentidos, inclusive nosso olfato, além d nossa preocupação com nossa saúde, não ajudam em nada nessa precariedade de sistema?


POR QUE?

Eu gostaria de respostas.... E gostaria também que essas chaminés fossem embora daqui direto pra India, que é de onde vêm os novos proprietários dessa novela... Digo... NOVELIS, sucateada e obsoleta.

Chega! Basta!

Lutemos juntos por um futuro melhor, por riqueza e principalmente por uma nova consciência geral.

Estamos vendo tudo acontecer literalmente debaixo de nossos narizes e também diante dos nossos olhos.

Eu digo FORA ESSA FÁBRICA E ESSA SITUAÇÃO!

E VOCÊS, CIDADÃOS?

E vocês, candidatos? O que dizem a respeito disso?

Qual a solução?

Vocês que ocuparão, durante quatro anos, um cargo que tratará também desse tipo de responsabilidade...

QUAL É A SOLUÇÃO PRA ISSO??

AO INVÉS DE PASSAR COM CARRO DE SOM NA MINHA PORTA E ENCHER O MEU PORTÃO DE "SANTINHOS", APENAS ME RESPONDAM. E AÍ TERÃO OU NÃO O MEU VOTO.

Gostaria de ouvir, como faço para viver em minha casa e meu bairro, sem me preocupar com morte por envenenamento ou doenças letais causadas por poluição de uma fábrica que insiste em ficar aqui funcionando em condições precárias enriquecendo estrangeiros e alterando, para pior, o rítmo de vida bem como o futuro do meu bairro.!!

Você cidadão!!!! Qual é o problema do seu bairro ou distrito?

No meu é esta maldita fábrica de alumínio que mata tudo ao seu redor.

Pense, escreva.!! E verá que o número de candidatos em que vc confia diminuirá muito.

Assim você terá mais certeza na hora de dar seu voto pra alguém.

Basta! Alguma coisa tem que mudar.

Basta mesmo."


Samuel D'Angelo, Músico, Compositor e estudante de Arquitetura

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A fábrica e a Vila Operária

O texto abaixo foi extraído da Wikipédia. É um bom relato que explica também a origem da Vila Operária de Ouro Preto. Fica a pergunta: a Vila Operária está se libertando?

 "A relação entre fábrica e vila operária vem da forma particular de organização capitalista onde as vilas operárias surgem como solução para o problema habitacional da classe trabalhadora e como forma de imobilização dos trabalhadores.

São perfeitamente funcionais e lucrativas para o patronato industrial, mas elas também formam uma constelação de traços culturais presentes na experiência de vida dos atores sociais presentes nesta situação industrial.

A idéia de 'complexo fábrica com vila operária' busca dar conta da complexidade de relações sociais que marca este sistema social. O complexo é ao mesmo tempo fabril e sócio-cultural, envolve tanto relações de trabalho quanto relações extrafabris, em um fluxo de relações entre o espaço fabril e o espaço doméstico, entre a fábrica e a vila operária.

Assim, as fábricas com vila operária formam um complexo sócio-econômico, cultural e político: a fábrica moderna, o trabalho assalariado (chamada de “servidão burguesa” por Leite Lopes), o paternalismo industrial com formas especificas de educação (escola operária), de religião (capelas com padroeiros católicos), de consumo (armazém da fábrica), e de lazer (clubes da fábrica).

Para Leite Lopes (1988, p. 16-18), as fábricas com vila operária formam um “padrão especifico de relações de dominação”, são fábricas que “subordinam diretamente os seus trabalhadores para além da esfera da produção”, estas fábricas constituem uma “configuração de uma estrutura de relações sociais de dominação, dentre outras configurações possíveis no interior do modo de produção capitalista e no interior do conjunto de relações entre a classe operária e o patronato”.

As relações de dominação marcam profundamente as fábricas com vila operária. Nesta situação, os patrões não são simplesmente patrões, não se estabelece uma simples relação contratual, mas, os patrões são os proprietários da casas onde residem os operários, assim como, de toda a rede de serviços presentes nestas vilas (armazém, clube, capela, escola). A ameaça da perda do emprego vem junto com a ameaça da perda da casa.

A subordinação dos trabalhadores têxteis era um fator gerador de medo, que pairava sobre a classe operária, medo de perder o emprego, medo de perder a casa, medo de “sujar” o nome da família junto ao poder patronal, implicando danos para os familiares que poderiam vir a precisar de algum beneficio futuro, como emprego na fábrica ou casa na vila. A “boa conduta” era um pré-requisito para o acesso ao emprego e a moradia, e o nome da família era o código que poderia dar acesso ou barrar determinado trabalhador."

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O que quer o Operário Verde?

Me perguntaram: o que você quer? fechar a fábrica? Respondi prontamente: NÃO!

Para muitos a luta contra a poluição da Novelis em Saramenha é vista como um embate extremo em que uma das partes obrigatoriamente deve sair perdendo, mas isso não é verdade.

A luta é para que a fábrica se modernize, invista em novas tecnologias e em soluções limpas, como filtros mais adequados à alumina maranhense, uso de gás natural na fabricação da pasta soderberg e substituição da atual torre de lavagem de gases por mais um dry scrubber. Assim, os efeitos para a comunidade serão imediatos e a fábrica ganhará melhores indicadores ambientais e financeiros.

Financeiros? sim, financeiros!

Todos os moradores de Saramenha recolhem diariamente em seus quintais uma boa quantidade de alumina, o pozinho que é o principal insumo da Novelis. Ora, será que é bom para a empresa jogar tanta quantidade de matéria prima sobre as casas dos vizinhos? Claro que não! é prejuízo na certa, por isso a poluição ambiental é ruim para todos.

A salvação da Novelis em Ouro Preto passa, obrigatoriamente, pela modernização da fábrica, mas isso não temos visto há tempos, infelizmente.

As últimas notícias dão conta de que a fábrica de laminados em Pindamonhangaba/SP vai parar de receber os lingotes de Ouro Preto a partir de dezembro de 2012, graças aos altos investimentos feitos pelo grupo Indalco na unidade paulista. Dizem que a Novelis vai produzir suas chapas com 85% de material oriundo de reciclagem e 15% de material importado.

Aliás, o nosso vizinho Paraguai está oferendo energia elétrica barata (de Itaipú) e incentivos fiscais que estão levando para aquele país as indústrias que consomem grandes quantidades de energia, como é o caso das siderúrgicas de gusa e alumínio.

Solução tem, mas a realidade está exposta e evidente.

E muitos ainda vão fingir surpresa...




segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Negado à Novelis pedido de prorrogação de concessão de usina hidrelétrica

Luciana Collet, da Agência Estado
 
SÃO PAULO - O Ministério de Minas e Energia indeferiu o pedido de prorrogação do prazo de concessão da Usina Hidrelétrica de Jurumirim, pertencente à Novelis. A usina, que não chegou sequer a ser construída, está situada no Rio Ipiranga, no município de Guaraciaba (MG), e tem potência prevista de 48 megawatts (MW).

Conforme portaria publicada hoje do Diário Oficial da União (DOU), a usina foi outorgada em abril de 1978, e transferida para a Novelis em junho de 2005. O documento determina que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adote as providências necessárias para a extinção da concessão.

A Aneel já havia recomendado ao MME a negativa à prorrogação do prazo da concessão da hidrelétrica Jurumirim por observar que as obras não tinham sido iniciadas até a entrada em vigor da Lei nº 8.987, de 1995, o que, segundo a agência, ocasionou a impossibilidade de prorrogação. A Novelis chegou a fazer um pedido de reconsideração à Aneel, que também foi negado.

A Novelis possui um outro requerimento de prorrogação do prazo da concessão de usina em andamento, da Hidrelétrica Brecha, com 12,4 MW de potência instalada, localizada no mesmo rio Piranga. A concessão foi outorgada em 1948 e renovada em 1978 pelo prazo de 30 anos, que se expirou em 19 de abril de 2008. A usina fornece energia para a unidade da Novelis em Ouro Preto. A Aneel já encaminhou o requerimento para deliberação do MME, recomendando que a renovação pode ser concedida, pelo prazo de até vinte anos.

disponível em: http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios+geral,negado-a-novelis-pedido-de-prorrogacao-de-concessao-de-usina-hidreletrica,100761,0.htm