"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

DNPM autoriza arrendamento de minas de bauxita da Novelis pela Hindalco

Publicação do DNPM no Diário Oficial da União de 27/01/2014, página 48, seção 1
  
RELAÇÃO N 8/2014 - DF

Fase de Concessão de Lavra

Autoriza averbação do contrato de Arrendamento Total da concessão de lavra (449)

003.022/1965-NOVELIS DO BRASIL LTDA- Arrendatário: HIDALCO DO BRASIL INDÚSTRIA E COMERCIO DE ALUMINA LTDA- CNPJ 17.720.994/0001-13 - Termino do arrendamento: 20 (vinte) anos a partir da averbação no DNPM

004.100/1967-NOVELIS DO BRASIL LTDA- Arrendatário: HINDALCO DO BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO DE ALUMINA LTDA- CNPJ 17.720.994/0001-13 - Termino do arrendamento: 20 (vinte) anos a partir da averbação no DNPM

800.631/1968-NOVELIS DO BRASIL LTDA- Arrendatário: HINDALCO DO BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO DE ALUMINA LTDA- CNPJ 17.720.994/0001-13 - Termino do arrendamento: 20 (vinte) anos a partir da averbação no DNPM

 Conheça o DNPM: http://www.dnpm.gov.br

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Novo ano, velhos problemas....


E o ano de 2014 começou com os mesmo velhos problemas em Saramenha. As fotos acima, tiradas em 12/01/2014 por volta das 18 horas, mostram as manchas brancas de soda cáustica nos tanques e no telhado da velha fábrica, hoje administrada pela Hindalco do Brasil.

E nós moradores estamos bem ali, a poucos metros...

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A insustentável leveza do alumínio: impactos socioambientais da inserção do Brasil no mercado mundial de alumínio primário

Revista Ciência & Saúde Coletiva
Print version ISSN 1413-8123
Vol.18 no.11. Rio de Janeiro Nov. 2013

Artigo completo disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232013001100013

SciELO - Scientific Electronic Library Online

"O presente artigo procura discutir a produção de alumínio no Brasil e seus impactos socioambientais e à saúde pública. Os impactos da cadeia produtiva do alumínio colocam em xeque a ideia de crescimento sustentável difundido pelos grupos empresariais que atuam no setor. O artigo defende a tese de que a inserção do Brasil no mercado global do alumínio faz parte de uma nova configuração da Divisão Internacional do Trabalho (DIT), cujas atividades econômicas poluentes e altamente dependentes de energia, como o caso deste metal vêm se deslocando para nações periféricas ou emergentes, onde muitas vezes as legislações são menos austeras, do mesmo modo como são menos influentes os movimentos ambientalistas e as reivindicações das populações atingidas nos territórios afetados em seus direitos à saúde, ao ambiente saudável e à cultura. A competitividade desta commodity é garantida no mercado internacional, a partir da produção de externalidades como os danos ao ambiente, desmatamentos, emissões de gases do efeito estufa e de cenários de injustiça ambiental, como também nos empreendimentos de construção de barragens hidrelétricas que expõem comunidades tradicionais a situações que envolvem a perca de seus territórios."

Eficiência em reciclagem antevê fim de mineração por alumínio

 Matéria disponível no site UOL Notícias: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2013/11/24/eficiencia-em-reciclagem-anteve-fim-de-mineracao-por-aluminio.htm

 BBC

Duzentos anos atrás, ninguém sabia que o alumínio existia. Hoje, o material está em toda parte - em latas, janelas, embalagens, carros.

Mas mesmo enquanto novos usos para o alumínio seguem sendo descobertos, o avanço da reciclagem pode fazer com que, em algum momento, não precisemos mais minerar em busca do material.

De um lado, o alumínio é um dos metais mais reativos da tabela periódica. "Incêndios de alumínio são assustadores", diz Andrea Sella, professor de química da Universidade College London. Por isso, ele não é ideal para a construção de aeronaves, por exemplo.

Mas, de outro lado, essa desvantagem é compensada por sua força, flexibilidade e leveza excepcional.

Seu alter ego é o óxido de alumínio, que é macio e maleável e forma uma camada sobre o metal puro no momento em que é exposto ao ar (e isso torna improvável que uma aeronave pegue fogo).

De tão resistente, esse óxido é usado para fazer lixa e outros produtos abrasivos.

E, apesar de o alumínio ser o terceiro elemento mais abundante na crosta da Terra, ele só foi isolado em 1825 e por décadas era tão escasso que valia mais do que a prata.

O motivo pelo qual ficou tanto tempo "escondido" é que, ao contrário do ouro e da prata, ele é extremamente reativo para ocorrer em sua forma pura. É encontrado na forma de bauxita, minério avermelhado e marrom.

Minerar a bauxita é a parte fácil do processo. O mais difícil é extrair o metal - algo que foi obtido pela primeira vez em 1886, com o derretimento da bauxita em outro mineral, criolita, e de uma passagem de uma corrente elétrica por ele, separando os átomos de oxigênio do alumínio.

São necessárias quatro toneladas de bauxita para produzir uma tonelada de alumínio, em um processo que consome bastante energia.

Reciclagem e energia

Mas a reciclagem desse material consome uma fração muito pequena dessa energia.

"Latinhas de bebida podem ser recicladas em 60 dias, ou seja, uma lata de refrigerante pode voltar à prateleira 2 meses depois (de ser usada)", diz Nick Madden, responsável por comprar o material em estado bruto para a Novelis, maior manufatureira global de folhas de alumínio.

O material pode ser reciclado diversas vezes, praticamente de forma infinita.

"É um dos poucos materiais que é genuinamente 100% reciclável", afirma Madden.

E o Brasil é um dos líderes desse mercado, diz um relatório deste ano produzido pelo Pnuma, braço ambiental da ONU: em 2010, o país reciclou 97,6% de suas latinhas de alumínio, maior porcentagem do mundo.

Demanda

Em teoria, pode chegar o dia em que o mundo terá minerado todo o alumínio de que necessita - talvez possamos apenas seguir reutilizando o que já temos.

"Se a demanda parar de crescer e (reutilizarmos) resíduos, começaremos a reduzir (a exploração) da matéria-prima", agrega Madden.

Por enquanto, porém, a demanda está crescendo, e um dos motivos é a produção de automóveis. Carros de carcaças mais leves significam mais eficiência no gasto de combustível e menos emissões de gás carbônico.

A Novelis aumentou em 25% seu suprimento a montadoras no ano passado, a maior parte dele para um de seus maiores clientes, a Jaguar Land Rover - que começou a produzir Range Rovers com alumínio.

O novo carro usa 25% a menos de combustível em parte porque sua carcaça é 39% mais leve, o que ajuda a reduzir o peso total do carro no equivalente a cinco pessoas.

Quase a metade do alumínio que a Novelis vende para a produção de Range Rovers vem do lixo - latas vazias, resíduos de veículos e de construção. A empresa quer aumentar essa porcentagem para 80% até 2020. Para isso, o desafio é garantir que mais alumínio entre no ciclo da reciclagem.

Se a exploração de bauxita vai persistir nas próximas gerações, isso vai depender da proporção que conseguirmos reutilizar do material já existente, bem como dos novos usos que inventarmos para ele.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Vizinhos da fábrica de alumínio e da indústria química: uma alerta às "saramenhenses" grávidas


Poluição chega até aos pequenos corações, ainda no útero


Estudo canadense reforça a tese de que agentes tóxicos presentes no ar comprometem a formação do primeiro órgão no embrião humano. Segundo médicos, os defeitos cardíacos congênitos são cada vez mais detectados nas maternidades


Por volta do 21º dia de gestação, uma estrutura ainda minúscula e primitiva começa a bater. É o coração, primeiro órgão a se formar no embrião humano e que estará completamente desenvolvido na oitava semana após a concepção. Nesse intervalo de tempo, porém, algo pode dar errado. Um canal que não se fecha, uma válvula que se estreita, um tronco que se sobrepõe a outro… Quando isso ocorre, a criança já nasce com a capacidade cardiovascular comprometida. 

As causas dos defeitos cardíacos congênitos ainda não foram completamente esclarecidas, mas estudos têm demonstrado a importância de um componente ambiental na malformação do órgão: os agentes poluentes. Resultados preliminares de uma pesquisa apresentada no congresso da Associação Americana do Coração encontraram mais uma associação contundente entre resíduos tóxicos industriais e deformidades que surgem durante o desenvolvimento cardíaco. De acordo com os cientistas, a mistura, no ar, de produtos químicos — benzeno, clorofórmio e metanol, por exemplo —, e metais, como mercúrio e chumbo, tem forte correlação com taxas de defeitos cardíacos congênitos.
 
Os pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá, investigaram se morar perto de locais onde há emissão de substâncias poluentes poderia aumentar o risco de gestantes darem à luz crianças com problemas no coração. A poluição é um dos grandes desafios enfrentados pelos canadenses, incluindo os moradores de Edmonton, capital da província de Alberta e grande polo fabril. Uma pesquisa do Ministério da Saúde do país indicou que, nas oito principais cidades do Canadá, 5,9 mil pessoas morrem prematuramente por ano em decorrência da toxidade das partículas aéreas.

“As doenças cardíacas congênitas são um problema global significativo do ponto de vista da saúde pública. Apesar de alguns casos serem atribuídos à genética, em pelo menos metade das vezes, a causa é desconhecida”, explica Deliwe P. Ngwezi, pesquisadora de cardiologia pediátrica da Universidade de Alberta e principal autora do estudo. “Decidimos fazer essa investigação porque, nos hospitais, temos visto muitos casos de bebês e mesmo de fetos ainda não nascidos com defeitos cardíacos. Queríamos verificar se algum fator ligado ao período de gestação poderia estar associado. Assim, se não curar, ao menos é possível, em tese, prevenir as anomalias.”

Na pesquisa, os cientistas coletaram dados de emissões químicas de 2003 a 2010, casos de defeitos cardíacos congênitos registrados pelo Hospital Infantil Stollery entre 2004 e 2011 e número de nascimentos na província durante o mesmo período. Foram identificadas 1.903 ocorrências de malformação cardíaca, a uma taxa de 5,8 casos em cada mil nascidos vivos. As doenças mais comuns eram defeitos no septo (47,9%), obstrução ventricular (15,2%) e malformação conotruncal (12,2%). No intervalo de tempo estudado, os cálculos estatísticos resultaram em um forte coeficiente de correlação (0,94, sendo que o máximo é 1) entre o risco de apresentar o problema e o fato de a mãe ter sido exposta, no primeiro trimestre de gravidez, à mistura de 13 substâncias químicas emitidas por indústrias (veja infografia). A partir de 2006, contudo, o coeficiente caiu e manteve-se em 0,84.

“É interessante notar que foi nessa data que o governo canadense começou a apertar o cerco contra a poluição industrial, com a introdução e a implementação do Plano de Manejo Químico, que tem como objetivo monitorar e reduzir as emissões de agentes tóxicos no ar e na água”, observa Ngwezi. “Nós reconhecemos a necessidade de fazer mais medições e de ampliar a pesquisa para outros locais e com número maior de participantes, inclusive porque nossos dados são preliminares, mas acreditamos que essa é mais uma evidência de que a poluição pode ser muito prejudicial não só para crianças e adultos, mas para o ser humano ainda em formação.”

A médica afirma esperar que pesquisas semelhantes incentivem políticas públicas de controle ambiental. Ela lembra que a estimativa no Canadá é de que sejam gastos US$ 8 bilhões por ano em decorrência apenas dos problemas causados pela poluição do ar. Isso inclui contas hospitalares e de seguridade social. Mas as gestantes não devem esperar que governos tomem providências. Ngwezi aconselha que elas evitem lidar com compostos orgânicos e pesticidas, principalmente no primeiro trimestre de gestação. “Esse é um estágio crítico, é quando se formam os órgãos dos bebês”, lembra. “Se você está planejando engravidar, tente ficar o mais longe possível de áreas muito poluídas”, aconselha.

De acordo com Michael Gewitz, presidente do congresso da Associação Americana do Coração, a pesquisa, por ser ainda preliminar, não prova a relação entre os agentes poluentes tóxicos e os riscos para o desenvolvimento cardíaco. Ainda assim, ele ressalta a importância dos resultados como ponto de partida para novas investigações e no sentido de fornecer um alerta sobre os riscos potenciais da exposição à poluição.

“Precisamos investir mais em pesquisas semelhantes. Descobrir a influência do ambiente sobre a formação do feto é importante não só sob o ponto de vista da cardiologia, mas para um amplo espectro de anomalias que ocorrem ainda dentro do útero, incluindo psiquiátricas e neurológicas”, avalia.


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Vai um band-aid aí?

Foto do tanque de soda cáustica da fábrica de alumina da Hindalco em Saramenha, 
tirada em 19/11/13, por volta das 18 horas.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Vale tudo por um voto?


O imediatismo de um emprego, de um favor pessoal e de um agrado, por vezes afasta a discussão sobre o meio ambiente dos locais onde deveria ocorrer com maior intensidade. E boa parte do povo ainda acha que mais vale um emprego de qualquer jeito na mão agora do que uma boa saúde e bem estar ao longo do tempo. Não que uma coisa anule a outra, mas só sobrevivem de forma sustentável quando discutidas juntas.

Ainda precisamos caminhar muito nas discussões e, sobretudo, nas ações de proteção ao meio ambiente.

O que vemos acontecer em Saramenha é a discussão sobre a quantidade de empregos geradas ser colocada antes de qualquer outra, no claro intuito de minimizar as críticas ambientais, gerar moeda com políticos locais e colocar os trabalhadores contra os próprios trabalhadores. Assim, pretendem que a culpa pelo declínio da fábrica deixe de ser da falta de investimentos e dos erros estratégicos dos diretores e passe a ser dos ambientalistas "chatos". Ora, chega de covardia, que cada um assuma a sua responsabilidade! Se tem números de empregos gerados para divulgar, por que não divulgam também os números de investimentos? Quanto será gasto aqui para modernizar a velha fábrica? enfim, tudo continua um enorme mistério.... é como se uma árvore seca começasse a dar folhas da noite para o dia sem nenhuma explicação.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Estudo aponta a indústria de alumínio do país como oligopólio

Segundo o estudo, apenas 6 empresas dominam o mercado de alumínio brasileiro.

Clique aqui e leia.

Destacamos o seguinte trecho, com nosso grifo:

"Com base nessas afirmações, o setor de alumínio metálico fica bem caracterizado como um oligopólio operando com um produto padronizado. A verificação da evolução da capacidade instalada do setor, no período de 1995 a 2004, mostra o mesmo número de participantes (players ) e crescimento de 1.222 para 1.467 milhares de toneladas por ano. Os números demonstram, portanto, que o setor cresceu 20%, em termos de capacidade instalada, no período. É interessante observar o expressivo crescimento da CBA, empresa genuinamente nacional pertencente ao Grupo Votorantin, e também a falta de investimento pela Alcan, no período." [Alcan que virou pela Novelis em 2005]