"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

domingo, 27 de abril de 2014

Carta Aberta à População - SINDMETOP

Segue abaixo a "Carta Aberta à População" distribuída pelo Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Julião na Praça Tiradentes na tarde de hoje (27/04/14), durante o evento "21 de abril popular". Trata-se de uma manifesto sobre a decisão da empresa Novelis do Brasil de vender as usinas hidrelétricas que abastecem a fábrica de alumínio de Saramenha.


sábado, 19 de abril de 2014

E assim amanhece a Vila Operária: coberta por uma fina camada de pó branco!

 Essas fotos, tiradas na manhã do dia 18 de abril de 2014, uma sexta-feira da paixão, mostram como é o dia-a-dia das famílias que moram na Vila Operária. Os carros, casas, pátios, telhados, roupas no varal, enfim, tudo fica coberto por uma fina camada de pó branco.

Com a retomada da produção de alumina pela Hindalco na velha fábrica de Saramenha, já observamos um significativo aumento da quantidade de pó que cai sobre as nossas cabeças.

A chegada do inverno, com o característico fenômeno da inversão térmica, tende a agravar ainda mais a situação. 

Enfim, só nos resta, por enquanto, preparar o soro fisiológico e o berotec para suportar tanto pó.


sexta-feira, 18 de abril de 2014

Governador de Minas Gerais se reuniu com o presidente internacional da Hindalco, Satish Pai, para tratar de projeto de produção de alumina em Ouro Preto


O governador Alberto Pinto Coelho recebeu nesta quarta-feira (16/04), no Palácio Tiradentes, a visita do presidente internacional da Hindalco Industries, Satish Pai, que, na ocasião, fez um breve relato sobre os planos de investimentos da empresa na fábrica de alumina em Ouro Preto, reaberta no ano passado.

Segundo o executivo, a intenção do grupo é realizar “investimentos pesados” na planta. “Estamos muito felizes e entusiasmados com a reabertura da fábrica de alumina em Ouro Preto, que servirá de referência para o grupo no cenário mundial, com a entrega de produtos de qualidade”, disse.

A Hindalco, integrante do grupo indiano Aditya Birla, adquiriu a fábrica de alumina da Novelis em Ouro Preto, paralisada desde 2009. Com os novos investimentos, a expectativa é que produtos com maior valor agregado, como aluminas especiais e hidrato, sejam produzidos na planta. Anteriormente, da produção de alumina (matéria-prima do alumínio), apenas 32% eram destinados ao mercado de aluminas especiais.

A partir do beneficiamento e tratamento da bauxita, 70% desses produtos serão distribuídos para o mercado interno (indústria cerâmica, refratários e farmacêutica) e 30% para exportação. Com os projetos, a Hindalco planeja lançar no mercado, em um prazo de dois a quatros anos, novos produtos como a alumina sinterizada e o hidrato superfino.

Os entendimentos entre a empresa e o Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi) já foram iniciados e, em breve, será assinado um protocolo de intenções entre as partes para a formalização dos investimentos, que podem chegar a mais de R$ 120 milhões.

Para o governador Alberto Pinto Coelho, a presença do grupo em Minas Gerais é muito importante, especialmente, para a região de Ouro Preto. Ele afirmou que o Governo de Minas, no papel de indutor do desenvolvimento, dará todo apoio para que sejam gerados mais empregos e renda no Estado. “Esperamos que, a partir da assinatura do protocolo de intenções, uma nova etapa de desenvolvimento seja consolidada na região, com a geração de emprego e renda, por meio de produtos com alto valor agregado”, afirmou.

Participaram também da reunião o vice-presidente de Recursos Humanos, Manoj Shama, o diretor-executivo da Hindalco do Brasil, Eli Murilo, a diretora de Suprimentos da Hindalco do Brasil, Isabel Silami, e o diretor financeiro da Hindalco do Brasil, Gilmar Morais. Por parte do Governo de Minas, estiveram presentes o secretário Geral da Governadoria, Custódio Matos, a diretora-presidente do Indi, Mônica Neves Cordeiro, e a superintendente de Relações Internacionais, Chiara Sales.

Com informações de: Agência Minas 

O que acho disso? respondo: "... e enquanto todos olhavam para as gracinhas da formiga, o elefante passou ao lado totalmente despercebido...". Não acredito em coincidências e essa tá demais! justamente no momento em que a Novelis revela o início da sua saída de Ouro Preto com a paralisação da produção de alumínio, a Hindalco anuncia ter intenção de investir aqui! ora, então mostrem os projetos e o cronograma de desembolso dos valores que serão, de fato, investidos. Promessas por promessas já ouvimos várias, mas na prática tudo é diferente. Como a fábrica de alumina, desativada até outro dia e rotulada de inviável, de repente se torna um filão de mercado? e pior, tendo à frente os mesmos diretores que foram responsáveis pelo seu fechamento em 2009. Onde está a novidade no mercado para justificar tamanha mudança em tão pouco tempo? enfim, eu gostaria muito de ver investimentos por aqui, mas creio que esse é só mais um blefe. Espero estar enganado....

terça-feira, 15 de abril de 2014

Novelis e Hindalco: que mistura é essa?

A venda das usinas hidrelétricas da Novelis para a CEI tem repercutido bastante na cidade. Até os mais otimistas já dão como certo o fechamento da Redução III.

O mais interessante, porém, é a defesa que alguns fazem sobre o futuro da fábrica de alumina, hoje controlada pela Hindalco.

Alguns funcionários são veementes em afirmar que são duas empresas completamente diferentes e que o possível fim da Novelis em Ouro Preto em nada repercutirá na Hindalco. Soa até engraçado quando afirmam que a Hindalco é uma empresa "novinha", recém criada!

Ora, não é preciso muito esforço para saber que são sim CNPJs diferentes, mas ligadas aos mesmos bolsos! vejam só o seguinte trecho, extraído do sítio da Novelis na internet:

"Em 2007, a Novelis foi adquirida pela Hindalco Industries Limited, outra veterana no negócio de alumínio. A Hindalco é a empresa líder do Aditya Birla Group, um conglomerado multinacional com sede em Bombaim, na Índia. Após a fusão, a Novelis se tornou uma subsidiária integral do Aditya Birla Group. 'Com a adição da Novelis, a Hindalco se tornou a maior empresa de laminação de alumínio do mundo e uma das maiores produtoras de alumínio primário da Ásia'.




quarta-feira, 9 de abril de 2014

Colaborador anônimo manda mensagem ao Operário Verde


Um colaborador do "Operário Verde", que não pode ser identificado, pois é funcionário da Novelis e teme retaliações, nos mandou a mensagem abaixo. Ele chama a atenção para a tensão em que vivem os funcionários da empresa, que recorrentemente são informados sobre cortes e reduções na fábrica. Há cerca de 1 ano era anunciado o fechamento da Redução II. É preciso, reitero, pensar nas pessoas antes das coisas!
"... parabéns pelos dois anos de luta de seu blog! Tem muita gente com você nessa luta. Solicito a você relembrar neste mês UM ANO daquela luta que nós, empregados da Novelis, sindicato, seu blog os vereadores e tantos outros travaram para impedir aquelas demissões. Ali os empregados tiveram uma grande conquista e veja você, um ano após aquela decisão de fechar a redução II, eis que decidem vender as usinas e novamente impor a agora outros empregados e suas famílias uma nova rodada de sofrimento e angústia, com o iminente fechamento da Novelis. Percebeu, existe um cronograma para o sofrimento dos empregados, vem em gotas homeopáticas anuais, só que estas últimas estão causando overdose de sofrimento! Aqueles muros viraram um círculo de fogo, escrevi sobre o que acontece aqui, estou sofrendo na pele tudo de novo, desta vez temo não escapar. Divulgue pelo momento que estamos passando..."


Rádio Itatiaia Ouro Preto conversa com o Vice-presidente de Operações da Novelis

O radialista Antônio Isidoro, da Rádio Itatiaia Ouro Preto, conversou por telefone com o Sr. Rogério Almeida, Vice-presidente de Operações da Novelis, que falou sobre a venda das usinas hidrelétricas da empresa na região de Ouro Preto.

Ouça o áudio:

https://www.facebook.com/photo.php?v=705597689498064&set=vb.100001435175710&type=2&theater

Rogério Almeida (Foto: Marcos Ivan, Canal39)
Rogério Almeida (Foto: Marcos Ivan, Canal39)
Sobre isso, comento:

Faltou na entrevista alguém lembrar o velho jargão de que "alumínio nada mais é do que energia elétrica empacotada". A verdade, dita entrelinhas, é que o foco da Novelis é a laminação de alumínio e não a sua produção primária.

Fato é, e contra isso não há argumentos, que concluída a venda das hidrelétricas a produção de alumínio primário em Ouro Preto será praticamente inviável.

Acho que essa atitude deveria ter sido tomada logo em 2007, quando o grupo Aditya Birla comprou a Novelis. Já que o foco é (e sempre foi) a laminação, deveriam ter dado outra destinação à fábrica de Saramenha para garantir-lhe algum futuro, mas infelizmente optaram por exaurir aqui tudo e todos, causando sofrimento às famílias dos funcionários, às populações vizinhas e a história das pessoas que dedicaram anos de suas vidas à construção daquilo que é hoje uma mera sombra do que já foi.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Vereadores de Ponte Nove recebem representantes da Novelis para o anúncio da venda das hidrelétricas

Reunião NovelisVereadores de Ponte Nova receberam, dia 7 de abril, representantes da empresa Novelis.

O gerente de Energia Luiz Gustavo Ferreira de Souza e a Gerente de Comunicação Externa Raquel Botinha agendaram a reunião com a finalidade de anunciar um acordo para a venda dos ativos de geração e transmissão de energia no Brasil para a Companhia Energética Integrada Ltda (CEI), com sede em Belo Horizonte.

Pelo contrato assinado no dia 4 de abril a Novelis repassa para a CEI as 8 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s) controladas pela empresa na região de Salto, Prazeres, Caboclo, Funil, Brito, Brecha, Fumaça e Furquim, além da participação de 50% do consórcio Candonga proprietário da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (UHE Candonga).

Com a transação a CEI assumirá ativos e passivos da PCH Brito, em Ponte Nova, e poderá construir a PCH Nova Brito se responsabilizando inclusive pela continuidade das negociações em andamento com atingidos pela barragem.

A negociação deverá ser concluída até dezembro de 2014 depois da análise de órgãos reguladores da Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

Quando concluída a transação de venda dos ativos de energia, a competitividade da operação de alumínio primário da Novelis será reavaliada. Até a conclusão do processo de transferência dos ativos de energia para a CEI a fábrica de Ouro Preto continuará operando normalmente.

A Novelis é líder mundial em laminados e reciclagem de alumínio e a Companhia Energética Integrada foi fundada em 2004 com o propósito de atuar no setor de energia elétrica brasileiro. A empresa conta com 9 usinas em operação, todas localizadas no Estado de Minas Gerais.

Participaram da reunião os vereadores Geraldo Lula, Joãozinho Carteiro, José Mauro, José Rubens, Leo Moreira, Marília Rolla, Patrícia Castanheira, Toni do Badalo e Welinton Neim.

Com informações de:  http://www.pontenova.mg.leg.br/noticias/novelis-vende-pch2019s-para-a-cei

sábado, 5 de abril de 2014

Estudo mostra tendência de alta na importação de alumínio



Qua, 02 de Abril de 2014 14:53

A indústria brasileira do alumínio caminha para um gigante descompasso entre a produção interna de metal primário e o consumo doméstico de produtos transformados. Diante das dificuldades do setor, as empresas estão cortando produção de metal e optando por atuar mais fortemente no mercado de laminados, bem mais promissor.

Assim, diversos cortes de produção de alumínio primário poderão levar o país a uma necessidade externa de 1,435 milhão de toneladas do metal em 2025, quase metade do consumo total, segundo estudo apresentado ontem na 5ª Expoalumínio pelo economista Fernando Garcia, a pedido da Associação Brasileira do Alumínio (Abal). Até 2013, o país produzia mais do que consumia. Neste ano, a produção já ficará abaixo do consumo em pelo menos 400 mil toneladas, e a tendência é de aumento dessa diferença.

Se o preço do alumínio continuar baixo e o custo de energia para a indústria eletrointensiva seguir alto, a Abal estima produção de 660 mil toneladas em 2025 e um suprimento de sucata de 1,1 milhão, para um consumo de 3,2 milhões de toneladas. Em um cenário ainda mais pessimista, a produção ficaria em 460 mil toneladas em 2025, o equivalente à capacidade da Albras, em Barcarena (PA). Neste caso, as demais empresas deixariam de produzir ainda mais alumínio para vender energia ao mercado.

A Abal apresentará o estudo ao governo, junto com uma proposta de política industrial que aborde o custo da energia, afirmou Tito Martins, presidente da entidade e da Votorantim Metais. Segundo ele, o país não vai conseguir ser competitivo em alumínio primário se não houver mudança na precificação de energia.

Durante o evento de ontem, o setor mostrou grande preocupação com a chance de racionamento no ano que vem. Se neste ano algumas companhias já optam por vender energia, em vez de produzir metal, em uma situação de crise energética mais grave, a percepção é de que virão novos cortes de produção de alumínio em 2015.

A indústria do alumínio também teme a perda de competitividade na outra ponta da cadeia, dos produtos transformados. Por isso, o setor também pedirá ao governo o aumento de alíquotas de importação de transformados de alumínio e produtos que contêm o metal, disse Martins.

"Tarifa existe em todo o mundo, e o Brasil precisa de tarifas para equalizar os custos internos", afirmou Tadeu Nardocci, presidente da Novelis. A empresa atua principalmente em laminação. Atualmente, produz apenas 20 mil toneladas de alumínio em Ouro Preto (MG), com autossuficiência energética. Questionado sobre a chance de interromper totalmente sua operação de metal para vender energia, Nardocci disse que "essa é uma análise que temos de fazer o tempo todo".

Além da Novelis, as outras empresas também querem proteger o mercado local de laminados já que tendem a focar mais os seus negócios no país na laminação. A Alcoa é um exemplo. Ontem, disse que investirá R$ 100 milhões em sua laminação em Itapissuma (PE), de olho no mercado de embalagens. O anúncio acontece logo após cortar em 278 mil toneladas o volume de alumínio primário no país.

Fonte: Valor Econômico

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Novelis anuncia venda das hidrelétricas que alimentam a fábrica de Ouro Preto

Agora é oficial. Na manhã de hoje, dia 04 de abril de 2014, um representante da empresa Novelis esteve no Sindicato dos Metalúrgicos de Ouro Preto para anunciar que a empresa vendeu as suas usinas hidrelétricas em Minas Gerais para a empresa Companhia Energética Integrada - CEI.

Com isso, por mais que seja negado, é evidente que a produção de alumínio em Ouro Preto será interrompida, pois se com energia própria já estava difícil manter a produção face às dificuldades do mercado, sem ela será impossível.

Esta notícia corrobora o que este modesto Blog tem alertado há algum tempo. E a pergunta de sempre continua: como ficará o passivo socioambiental?

Veja também em:
http://omundodosinconfidentes.com.br/novelis-anuncia-acordo-de-intencao-de-venda-de-ativos-de-geracao-de-energia-na-regiao/

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Presidente da Novelis admite a paralisação da produção em Saramenha

FERNANDA GUIMARÃES - Agencia Estado

SÃO PAULO - A importação de alumínio primário pela Novelis, para suprir a sua necessidade de produção no Brasil, deverá seguir em crescimento neste ano. O presidente da empresa, Tadeu Nardocci, destaca que o cenário de desafio que o setor enfrenta hoje no Brasil, por conta do baixo preço do alumínio no mercado internacional e pelo elevado custo de energia elétrica no País, diminuiu a oferta do insumo no mercado doméstico.
Um dos exemplos é o corte de capacidade de alumínio primário que a Alcoa vem anunciando desde o ano passado. A produção anual da Alcoa no Brasil caiu de 365 mil toneladas de alumínio primário para um volume de 90 mil toneladas neste ano. Nardocci não revelou a grandeza do impacto para a Novelis, mas admitiu que a companhia sentirá os efeitos da redução da matéria-prima no mercado doméstico.
A Novelis produz alumínio primário em sua unidade em Ouro Preto, em Minas Gerais. Segundo o executivo, a produção da companhia já foi cortada, também refletindo o cenário de preços baixos de alumínio, de um lado, e altos preços de energia elétrica praticados no País, de outro. Nardocci contou que o volume de produção vem caindo desde 2010, quando os ajustes começaram.
De lá para cá, a produção anual da companhia de alumínio primário caiu de 100 mil toneladas para 30 mil toneladas. O ajuste, lembrou o executivo, ocorreu de forma para que o volume produzido fosse integralmente atendido pela autogeração de energia elétrica da empresa. Ou seja, o volume de 30 mil toneladas de alumínio primário é plenamente atendido pela produção de energia própria da empresa. A unidade brasileira da Novelis é a única do mundo que produz alumínio primário.
O executivo admitiu que a companhia analisa a possibilidade de suspender totalmente a sua produção de alumínio primário para vender a energia que produz. "É uma análise que se tem que fazer", disse. A Novelis possui uma capacidade de autogeração de energia de 117 MW.
Nardocci lembrou que a Novelis é afetada pelo aumento do custo da energia elétrica do Brasil, mas que a sua produção de laminados de alumínio não é eletrointensiva, caso da produção de alumínio primário. O principal produto da empresa são as chapas usadas em latas de bebidas, mercado hoje bastante aquecido.

No ano passado a Novelis anunciou a ampliação da capacidade de sua fábrica de laminados de alumínio no interior de São Paulo, em Pindamonhangaba, que consumiu investimentos de US$ 340 milhões. Com esse aporte, a empresa conseguiu ampliar a sua capacidade de produção anual de laminados de alumínio de 400 mil para 600 mil toneladas.

Nota do Blog: para os nossos leitores a notícia acima não é nenhuma novidade!