"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

sábado, 5 de abril de 2014

Estudo mostra tendência de alta na importação de alumínio



Qua, 02 de Abril de 2014 14:53

A indústria brasileira do alumínio caminha para um gigante descompasso entre a produção interna de metal primário e o consumo doméstico de produtos transformados. Diante das dificuldades do setor, as empresas estão cortando produção de metal e optando por atuar mais fortemente no mercado de laminados, bem mais promissor.

Assim, diversos cortes de produção de alumínio primário poderão levar o país a uma necessidade externa de 1,435 milhão de toneladas do metal em 2025, quase metade do consumo total, segundo estudo apresentado ontem na 5ª Expoalumínio pelo economista Fernando Garcia, a pedido da Associação Brasileira do Alumínio (Abal). Até 2013, o país produzia mais do que consumia. Neste ano, a produção já ficará abaixo do consumo em pelo menos 400 mil toneladas, e a tendência é de aumento dessa diferença.

Se o preço do alumínio continuar baixo e o custo de energia para a indústria eletrointensiva seguir alto, a Abal estima produção de 660 mil toneladas em 2025 e um suprimento de sucata de 1,1 milhão, para um consumo de 3,2 milhões de toneladas. Em um cenário ainda mais pessimista, a produção ficaria em 460 mil toneladas em 2025, o equivalente à capacidade da Albras, em Barcarena (PA). Neste caso, as demais empresas deixariam de produzir ainda mais alumínio para vender energia ao mercado.

A Abal apresentará o estudo ao governo, junto com uma proposta de política industrial que aborde o custo da energia, afirmou Tito Martins, presidente da entidade e da Votorantim Metais. Segundo ele, o país não vai conseguir ser competitivo em alumínio primário se não houver mudança na precificação de energia.

Durante o evento de ontem, o setor mostrou grande preocupação com a chance de racionamento no ano que vem. Se neste ano algumas companhias já optam por vender energia, em vez de produzir metal, em uma situação de crise energética mais grave, a percepção é de que virão novos cortes de produção de alumínio em 2015.

A indústria do alumínio também teme a perda de competitividade na outra ponta da cadeia, dos produtos transformados. Por isso, o setor também pedirá ao governo o aumento de alíquotas de importação de transformados de alumínio e produtos que contêm o metal, disse Martins.

"Tarifa existe em todo o mundo, e o Brasil precisa de tarifas para equalizar os custos internos", afirmou Tadeu Nardocci, presidente da Novelis. A empresa atua principalmente em laminação. Atualmente, produz apenas 20 mil toneladas de alumínio em Ouro Preto (MG), com autossuficiência energética. Questionado sobre a chance de interromper totalmente sua operação de metal para vender energia, Nardocci disse que "essa é uma análise que temos de fazer o tempo todo".

Além da Novelis, as outras empresas também querem proteger o mercado local de laminados já que tendem a focar mais os seus negócios no país na laminação. A Alcoa é um exemplo. Ontem, disse que investirá R$ 100 milhões em sua laminação em Itapissuma (PE), de olho no mercado de embalagens. O anúncio acontece logo após cortar em 278 mil toneladas o volume de alumínio primário no país.

Fonte: Valor Econômico

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