"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Sobre barragem de Marzagão, Hindalco convoca coletiva de imprensa

EXTRAÍDO DE: JORNAL VOZ ATIVA

Por João Paulo SilvaPublicado em 13/02/2019, 17:32 - Atualizado em 13/02/2019, 18:04

Representantes da Hindalco concederam, na manhã desta quarta-feira (13), no Centro de Vivência da empresa, uma coletiva de imprensa em Ouro Preto (MG). A intenção foi levar esclarecimentos à população sobre a segurança da Barragem de Marzagão, propriedade da companhia localizada no bairro Saramenha. Estiveram presentes, Sidnei Rossi, responsável técnico pela barragem; Leandro Pires, gerente de Meio Ambiente e Jeorge Silva, gerente de Projetos.
Com o rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, no dia 25 de janeiro, que até agora já matou 160 pessoas e causou danos irreparáveis ao Meio Ambiente, comunidades que abrigam barragens semelhantes ao método utilizados em Mariana e Ouro Preto, têm motivos de sobra para se preocupar. Há 3 anos, o rompimento da barragem da Samarco, em Beto Rodrigues, distrito de Mariana, matou 19 pessoas e até então, era considerado o maior desastre ambiental do país, com graves consequências socioeconômicas do município. Tais consequências persistem até os dias de hoje.
Atualmente, existem 10 barragens do tipo a montante na Região Central de Minas Gerais, as informações são Agência Nacional de Mineração (ANM). As estruturas do tipo montante, que não passaram pelo processo chamado de descomissionamento, são consideradas menos seguras e estão localizadas nos arredores das cidades de Nova Lima, Rio Acima, Ouro Preto, Barão de Cocais, Belo Vale, Itabirito, Congonhas e Brumadinho.
No dia 29 de janeiro, quatro dias após a tragédia da Vale em Brumadinho, a Hindalco, que atualmente conta com efetivo correspondente a 84% de ouro-pretanos, tornou pública com convite a imprensa, a implementação de uma tecnologia inovadora, em dezembro de 2018, com a instalação do filtro prensa. O equipamento que dispensa a disposição de resíduos em barragem de rejeitos. “Com isso, desde janeiro de 2019, foi encerrado o bombeamento de lama para o lago, sendo iniciada também a elaboração do plano de descomissionamento/fechamento da Barragem de Marzagão”, dizia uma nota.
Apreensão
Cinco dias após o rompimento da barragem em Brumadinho, em 30 de janeiro, moradores do Bairro Saramenha se reuniram na Associação Comunitária para discutir outro problema envolvendo a Hindalco. A comunidade pediu respostas sobre o aumento do tráfego de caminhões no bairro transportando carga de rejeitos secos, após o descomissionamento da barragem e implementação da filtragem dos rejeitos de minério.
A preocupação dos moradores até então dizia respeito à segurança das rodovias. Mas o tema da reunião foi estendido à segurança da Barragem de Margazão e os representantes comunitários, bem como representantes políticos, cobraram maior transparência por parte da Hindalco. Ao contrário do que acontecia em reuniões anteriores, grande número de pessoas, não só moradores do bairro Saramenha e vizinhos, mas, autoridades municipais, profissionais da empresa, autoridades policiais, moradores de outros bairros estiveram presentes, devido ao temor de acidente referente à barragem, que é considerada mais segura, pois usa o método de alteamento a jusante,
Presentes no evento do dia 30, estavam também os vereadores Geraldo Mendes, morador do bairro e conhecedor dos problemas por ter nascido ali; Chiquinho de Assis e Alysson Gugu. O prefeito Júlio Pimenta falou dos estudos e da “união de forças para que o trânsito de veículos pesados na avenida que corta o bairro seja transferido para desvio que poderá ser construído em terreno, de forma paralela à avenida”.
Muitas das pessoas presentes se inscreveram para perguntas e a empresa, mesmo expondo a garantia de que não há mais rejeitos líquidos sendo enviados à Marzagão, foi muito questionada, pelo fato de a represa I da Vale, no complexo Córrego do Feijão em Brumadinho, também ser um local de deposição de rejeitos já desativado e que, mesmo após anos em desuso, veio a se romper.
A assessoria de comunicação da empresa, após contato com o Jornal Voz Ativa, afirmou que poderia, também, Marzagão, ser tema, da reunião. A coletiva desta quarta-feira (13) dá prosseguimento a esses questionamentos da população.
Esclarecimentos
Sidnei Rossiresponsável técnico pela barragem, conta que desde o início da mineração das lavras de bauxita, a matéria prima é recebida nas fábricas por meio de caminhões. Após a chegada do minério, é dado o início da moagem, passando por um processo denominado “digestão”. Em seguida, o material é coletado, separado e segue para um processo de filtragem, depois ele é desaguado, tornando-se sólido, com baixo teor de humidade e, finalmente, destinado a uma área licenciada ao recebimento do rejeito. A partir do momento da instalação do filtro prensa, aconteceu o desuso da barragem. “Essa transição é um verdadeiro marco para a nossa empresa, visto que o uso da barragem passou a ser desnecessária”.
Vantagens do filtro prensa
Sobre as vantagens do novo processo, Sidnei destacou a eliminação do uso da barragem e, consequentemente, a necessidade de alteamento desta barragem. Se antes o rejeito era bombeando e uma tubulação que margeava o córrego Tripuí, com o filtro prensa, esta prática caiu em desuso. “Além disso, houve uma considerável redução na utilização de água. Grosso modo, o filtro prensa é constituído por placas que prensam a lama e a água é separada do sólido. A tecnologia consiste na abertura e por gravidade, os resíduos sólidos caem dentro de um galpão. Com o uso de pás carregadeiras e caminhões, eles são destinados à área adequada e devidamente licenciada”.
Medidas de Segurança
A respeito das medidas de segurança empregadas no entorno da barragem de Marzagão, o técnico destacou o uso de drones e câmeras utilizadas no monitoramento da área, além da presença de portão para o monitoramento permanentemente, a fim de impedir a entrada de pessoas desautorizadas. “Uma equipe de barrageiros, em posse de um check-list, realiza diariamente em campo, inspeções com itens pré-definidos. Um banco de dados permite que sejam feitas uma série de avaliações que levam em consideração a resposta da barragem tanto em períodos chuvosos quanto de estiagem”.
A qualidade da água também é monitorada frequentemente e o técnico garantiu a sua qualidade, sem a presença de rejeitos sólidos, além de destacar a preservação da vegetação nas matas ciliares. “Um vertedouro de superfície também foi instalado recentemente pela mineradora”. A obra, segundo as orientações do técnico, aumenta a segurança operacional da barragem.
Um plano de atendimento a emergência (PAE) foi protocolado e atualizado em 2016/17 e entregue nesses anos por meio da Defesa Civil Municipal de Ouro Preto/Mariana e também pela Defesa Civil do Estado de Minas Gerais. A barragem construída pelo método jusante para receber rejeitos de indústria, foi instaurada em 1974, é classificada como classe III, de acordo com norma deliberativa do Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental) e fiscalizada pela FEAM (Fundação Estadual do Meio Ambiente). Sistema de drenagem superficial, bem como outros equipamentos geotécnicos garantem que o local seja inspecionado diariamente.
“Tais instrumentos de monitoração são essenciais para nos informar caso aconteça alguma eventualidade dentro de parâmetros estabelecidos por normas ligadas à atividade minerária. Assim como um corpo vivo, as barragens sinalizam, dão alertas que precisam de cuidados”.
Prevenção
Sideni Rossi ressaltou também que, diante das ocorrências em cidades vizinhas, estudos sobre abalos sísmicos, por meio de monitoramento de topografia, foram realizados recentemente pela empresa e garantiu que o barramento seria capaz de suportar tal situação. “Os terremotos não são comuns no país, contudo, mudanças climáticas ocorridas no mundo, nos deixam alertas sobre eventuais abalos sísmicos”.
Rossi revelou que foi recentemente questionado se existe a possibilidade de a barragem voltar a receber rejeito de lama em alguma eventualidade. “A resposta é negativa, com o descomissionamento, houve uma interrupção deste processo. Tubulações que seguiam para a barragem foram desativadas e adaptadas ao funcionamento e manutenção do filtro prensa. Fisicamente, o retorno da prática anterior, é impossível e inviável”.
Um projeto de fechamento ou descomissionamento, de acordo com o termo técnico, da barragem está em processo de elaboração. O processo, em fase de análise, no entanto, demanda, no mínimo, dois ou três anos, conforme informado pela Hindalco. “Apesar disso, o lançamento de rejeitos na barragem não é mais uma prática na empresa”.
Questionamentos da população
Questionados pelos jornalistas sobre a apreensão dos ouro-pretanos em relação à hipótese de um rompimento da barragem de Marzagão, os representantes da Hindalco afirmaram que a empresa possui um programa de visitas às áreas do barramento em Saramenha e que de 2016 até agora, mais de 1000 pessoas, entre membros da comunidade, escolas e associações já estiveram no local. “A intenção é intensificar essas visitas. Nelas, nós fazemos um resumo da apresentação realizada nesta coletiva de imprensa e visitamos a barragem. Essas ações tranquilizam as pessoas, porque, geralmente, o desconhecimento é a maior causa de pânico e preocupação”.
A Hindalco voltou a afirmar que o PAE (Plano de Ação de Emergência) deverá ser protocolado nos órgãos responsáveis e contará também com um estudo hipotético de ruptura que deverá ser apresentado em breve à comunidade. Já a Defesa Civil do Município, em reunião no dia 30/01, afirmou que houve uma atualização do PAE em maio de 2017 pela empresa e que já é prevista, em lei, essa atualização, desde 2013, portanto, as atualizações de 2018 e 2019 não aconteceram, estando a empresa com essa pendência. A Hindalco afirmou e reafirmou em coletiva do dia 13/02, a entrega do Plano em até 30 dias, ou seja, até dia 1º de março.
Segundo o Geólogo da Prefeitura Municipal de Ouro Preto, ainda em reunião do dia 30/01, já se observou falha no PAE apresentado, pois este não tinha a previsão de instalação de sirenes, o que já é exigido pela legislação.
“Ainda não foi observada a apresentação de um Estudo Hipotético de Ruptura, que também é exigido pela legislação. Esse estudo define quais áreas seriam inundadas, em caso de rompimento, qual seria a altura da inundação e a distância esta percorreria”.
Pela lei, a Hindalco deve se resguardar, tendo uma zona de alto salvamento da população, que é de responsabilidade da empresa, sendo um local onde as autoridades públicas de segurança não teriam tempo nem condições de trafegabilidade para chegar, em caso de ruptura, sendo obrigada a empresa a treinar a população para seu salvamento nessa área que porventura seja atingida.
Em parceria com as defesas civis, deverá ser montado um plano contendo alertas, monitoramentos e treinamentos, consistindo em medidas para um caso hipotético, o mais real possível. “Apesar de todas as nossas intensas e eficazes medidas de segurança, nós temos que estar atentos e trabalharmos com a possibilidade da ocorrência”.

Como já citado anteriormente, o prazo para entrega de todas as exigências da legislação pela empresa para a Defesa Civil Municipal é de até 1º de março.
Foto-Os representantes da Hindalco: Sidnei Rossi, responsável técnico pela barragem; Leandro Pires, gerente de Meio Ambiente e Jeorge Silva, gerente de Projetos. Crédito-Tino Ansaloni/Jornal Voz Ativa


terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Trabalho acadêmico da UFOP de 2010 já apontava potencial liquefação da barragem da Vale em Brumadinho

Segue um link para a dissertação de mestrado defendida por Washington Pirete da Silva no ano de 2010 na Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP.

O capítulo 4 dessa dissertação apresenta um estudo de caso da Barragem I da Mina Córrego do Feijão, exatamente a barragem rompida em Brumadinho no dia 25/01/2019.

Uma das conclusões é de que "os rejeitos dispostos na Barragem I da da Mina de Córrego do Feijão constituem materiais que tendem a exibir comportamento contrátil sob cisalhamento e, assim, susceptibilidade potencial de liquefação".




Dissertação disponível integralmente em: http://www.repositorio.ufop.br/bitstream/123456789/2454/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O_EstudoPotencialLiquefa%C3%A7%C3%A3o.pdf

Importante destacar que a UFOP, a UFV e a UFMG possuem vários trabalhos sobre os problemas socioambientais em Saramenha/Ouro Preto, muitos já publicados aqui no Blog (exemplo). Temos que levar mais a sério a ciência e valorizar nossa academia.

ATUALIZAÇÃO em 06/02/19: https://oglobo.globo.com/brasil/funcionario-da-vale-alertou-sobre-risco-de-barragem-de-brumadinho-em-dissertacao-de-mestrado-em-2010-23429725

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Prefeitura de Mariana notifica Hindalco sobre barragem de Marzagão em Saramenha

Segundo informações do jornal O Espeto, "Na tarde desta terça feira, dia 29 de janeiro, a prefeitura de Mariana, através da Secretaria de Meio Ambiente, notificou a empresa Hindalco requisitando da mesmas planos de emergência e alertas sobre a barragem de Marzagão".

Enfim, parece que as comunidades à jusante despertaram para o risco!

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Hindalco emite nota de esclarecimento sobre barragem Marzagão

Por João Paulo SilvaPublicado em 29/01/2019, 17:19 De Jornal Voz Ativa
Foto-A represa de Marzagão, localizada nas proximidades do Bairro Saramenha, em Ouro Preto-MG
Crédito-Danilo Nonato

A Hindalco, empresa responsável pelo gerenciamento do lago de rejeitos provenientes do processo de produção de sua fábrica de alumina, conhecido como Barragem de Marzagão, localizada no Bairro Saramenha, Ouro Preto-MG, divulgou, na tarde desta terça-feira (29), uma nota de esclarecimento afirmando que foi apresentado um relatório de estabilidade ao órgão ambiental mineiro.
A empresa reafirmou o seu comprometimento com a segurança e o Meio Ambiente e destacou que tem mantido “constante monitoramento e gerenciamento de riscos, efetuados com o suporte de equipamentos específicos e consultorias especializadas”.
Desde o rompimento da barragem em Brumadinho (MG), na última sexta-feira (25), tem sido constante a preocupação dos moradores e autoridades em relação à segurança das barragens localizadas nos arredores de Ouro Preto e Mariana.
Leia, na íntegra, a nota de esclarecimento divulgada pela Hindalco Brasil
“A Hindalco do Brasil Indústria e Comércio de Alumina Ltda., na qualidade de responsável pelo gerenciamento do lago de rejeitos de lama neutralizada, oriunda do processo de produção de sua fábrica de alumina, conhecido como Barragem de Marzagão, localizada em Saramenha, Ouro Preto/MG, informa que, nos termos da legislação vigente, apresentou ao órgão ambiental mineiro o Relatório de Estabilidade da mencionada barragem, pelo qual se atestou as condições de estabilidade geotécnicas e de segurança atuais.
Para além do laudo, a empresa mantém constante monitoramento e gerenciamento de riscos, efetuados com o suporte de equipamentos específicos e consultorias especializadas.
A busca pela excelência em Segurança e Meio Ambiente são pilares que fazem com que a Hindalco Brasil mantenha o foco permanente no aprimoramento de todas as suas operações. Como parte dessa filosofia, foi implementada uma tecnologia inovadora em dezembro de 2018 com a instalação do Filtro Prensa, que dispensa a disposição de resíduos em barragem de rejeitos. Com isso, desde janeiro de 2019, foi encerrado o bombeamento de lama para o lago, sendo iniciada também a elaboração do plano de descomissionamento/fechamento da Barragem de Marzagão.
Reiteramos nossas bases de transparência e ampla comunicação com a comunidade e órgãos estatais, postura que permitiu, desde 2015, levar ao conhecimento de mais de 1000 pessoas, por meio de visitas no local, nossos processos e mecanismos de controle da Barragem de Marzagão.
Continuamos abertos a esse contato e nos encontramos dispostos a prestar quaisquer esclarecimentos”.
Em breve, a Equipe de Redação do Jornal Voz Ativa entrará em contato com os responsáveis pela manutenção da Barragem de Marzagão, a fim de levar esclarecimentos e tirar dúvidas da população quanto a segurança da mesma.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Barragem do Marzagão e os alertas do Operário Verde desde 2012

O crime cometido pela Vale em Brumadinho, reprisando a prática da Samarco/Vale/BHP em Mariana, nos leva a pensar sobre as inúmeras barragens existentes em Minas Gerais. No nosso caso específico, de Saramenha, em Ouro Preto, a velha barragem do Marzagão é a maior inquietação. Abaixo estão as postagens sobre o tema já feitas aqui desde 2012:


Postagem 1http://operarioverde.blogspot.com/2012/04/em-outubro-de-2010-o-governo-da-hungria.html

Postagem 2https://operarioverde.blogspot.com/2014/09/rompimento-da-barragem-de-itabirito.html

Postagem 3https://operarioverde.blogspot.com/2015/05/lama-vermelha-da-industria-de.html

Postagem 4http://operarioverde.blogspot.com/2015/11/o-risco-do-marzagao-parte-ii.html

Postagem 5http://operarioverde.blogspot.com/2015/11/sobre-o-marzagao.html

Postagem 6http://operarioverde.blogspot.com/2015/12/aonde-esta-o-plano-de-emergencia-da.html

Postagem 7http://operarioverde.blogspot.com/2016/02/reuniao-com-moradores-de-saramenha-de.html

Postagem 8https://operarioverde.blogspot.com/2017/05/legislativo-e-executivo-de-ouro-preto.html

Postagem 9http://operarioverde.blogspot.com/2017/06/defesa-civil-visita-barragem-do-marzagao.html

Postagem 10https://operarioverde.blogspot.com/2018/01/vazamento-de-lama-no-sistema-de.html

Postagem 11: http://operarioverde.blogspot.com/2018/07/barragem-do-marzagao-uma-ameaca.html

Postagem 12https://operarioverde.blogspot.com/2018/10/tcc-da-ufop-aponta-contaminacao-do.html


Não coloquei aqui as diversas vezes em que registramos pequenos vazamentos de lama alaranjada no Rio Funil, como essa aqui: https://operarioverde.blogspot.com/2014/05/rio-funil-uma-simples-comparacao.html

Por fim, não posso deixar de relembrar (veja AQUI) que as minhas primeiras postagens sobre a barragem do Marzagão em 2012 fizeram com que a Novelis (Hindalco Inc.) me processasse por dano moral! obviamente perderam e o blog continua aqui, firme e forte no seu dever de esclarecer os moradores da Saramenha.


terça-feira, 1 de janeiro de 2019

INDÚSTRIA DO ALUMÍNIO - A FLORESTA VIRADA EM PÓ


A exploração de bauxita e sua transformação nos minérios industriais alumina e alumínio é um caso extremo do que os estudiosos denominam Economia de Enclave. Um sistema concentrador de riqueza, que só garante sua expansão ao se instalar abruptamente em uma região, manter-se segregado do contexto geográfico e de todo o resto da economia que o rodeia. O isolamento é o que garante o máximo de aproveitamento dos recursos naturais para o progresso dos negócios. Uma intromissão que os povos amazônicos são obrigados a suportar em benefício do desenvolvimento dos outros. *** O Núcleo Amigos da Terra Brasil, em contato com organizações e movimentos locais, foi registrar esses conflitos com ribeirinhos para avaliar os impactos sociais e ambientais que a indústria do alumínio provoca desde à década de 80 no Brasil. Para isso, organizou visitas técnicas em pelo menos um local de cada etapa da cadeia produtiva. Essa reportagem, acompanha a pesquisa de campo e revela os casos de ameaças aos povos tradicionais e aos trabalhadores da indústria, dando voz aos afetados.

disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hixX70sqqpo

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Hindalco inaugura Filtro Prensa e Marzagão não receberá mais rejeitos de minério

Notícia de Jornal Voz Ativa, disponível em: https://jornalvozativa.com/noticias/hindalco-inaugura-filtro-prensa-e-marzagao-nao-recebera-mais-rejeitos-de-minerio/

Por João Paulo Silva Publicado em 17/12/2018, 14:11 - Atualizado em 17/12/2018, 15:13
Foto-Visita ao local de instalação do filtro prensaCrédito-Tino Ansaloni

A Hindalco Brasil completou cinco anos de atividades, no dia 23 de outubro de 2018, com investimentos em modernização e tecnologia. Ainda em 2018, no dia 6 dezembro, a empresa do grupo Aditya Birla, em cerimônia de inauguração, anunciou a instalação do Filtro Prensa, um equipamento de separação de materiais, usado para reduzir o volume e o peso de um produto para filtragem, separando a parte líquida da parte sólida. Participaram da cerimônia, além de autoridades e imprensa local, Vishal Singh, Diretor-Geral da Hindalco; o gerente Industrial Jota Azevedo e Jeorge Silva, Gerente de Projetos. Após apresentação, houve uma demonstração técnica nas dependências da empresa.

Para a nova tecnologia foram investidos mais de R$ 20 milhões e a ação visa maior segurança e sustentabilidade nos processos da empresa, além de minimizar os impactos ambientais à comunidade a qual pertence. Jeorge Silva afirma que a nova tecnologia é uma alternativa ao alteamento de barragem para disposição de rejeitos. “O Filtro Prensa deverá propiciar a disposição dos rejeitos do processo Bayer de forma sólida, uma alternativa à disposição de forma líquida. Com isso, haverá uma redução do consumo de ácido e energia e a economia de mais de 360 mil litros de água por dia”.

Conheça outros benefícios do Filtro Prensa

A partir de agora, a lama passará por um processo de desaguamento: será transformada em uma torta com mais de 70% de sólidos (atualmente, tem aproximadamente de 10 a 15%). Se antes o rejeito era liberado no Lago do Marzagão, com a tecnologia, ele será disposto em pilhas. O resultado é uma melhoria na recuperação de licor cáustico (que diminuirá o gasto com ácido para neutralização da lama) e a economia de energia elétrica, além de menos impacto ambiental.

Hindalco Brasil

A indústria química especializada na produção de aluminas especiais e hidratos atende o mercado nacional e internacional. A Empresa está sediada no município de Ouro Preto (MG) desde 2013, onde oferece oportunidade, capacita profissionalmente, com mais de 20 mil horas de treinamento/ano, além de gerar 600 empregos diretos e indiretos, contribuindo com a geração de impostos e renda. A Hindalco atua de acordo com as diretrizes de sua Política de Responsabilidade Socioambiental, com base nos pilares de Saúde, Educação, Sustentabilidade e Infraestrutura. A Empresa investe, anualmente, com capital direto, em projetos e ações que contribuem para o desenvolvimento dessas comunidades.

A Hindalco também busca conscientizar os seus colaboradores, por meio do projeto de Sustentabilidade, a aderirem a práticas ecologicamente responsáveis. Como boa prática, a Empresa vem promovendo a reestruturação do projeto luminotécnico da Fábrica, com a utilização de lâmpadas de LED, que consomem menos energia, sendo algumas delas alimentadas por meio de painel fotovoltaico, que são alimentados por energia solar.

Melhorias

Representantes da Força Associativa dos Moradores de Ouro Preto questionaram avanços quanto a questão do tráfego de veículos pesados na avenida Américo Renê Gianetti e o perigo iminente de acidentes no local. O percurso é utilizado pela indústria para o transporte de matéria-prima.
“Nós começamos a fazer alguns testes e o volume de caminhões na via irá depender dos tamanhos dos veículos. Acontecerão, em média, apenas 16 viagens por dia. Além disso, serão construídas, de acordo com normas do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), sete passagens elevadas para pedestres com 15 cm na avenida. Iremos trabalhar com o treinamento de motoristas, dentre outras medidas que visam a melhoria da situação” garantiu o Gerente de Projetos da Hindalco.

O Prefeito Júlio Pimenta, também presente ao evento de inauguração, acompanhado do Secretário Municipal de Meio Ambiente, Antenor Rodrigues Barbosa Junior, além do vereador Chiquinho de Assis-PV, solicitou a empresa estudo de viabilidade para uso futuro da represa de Marzagão como depósito de água potável, que resolveria os problemas de água do bairro Saramenha e redondezas. A empresa acatou a sugestão, que será estudada.

A comunidade do Bairro Saramenha deposita expectativas na nova tecnologia e com isso espera viver com mais tranquilidade. Apesar das vistorias realizadas pelo Corpo de Bombeiros, que atestaram a segurança da barragem, os ouro-pretanos sempre viveram momentos de apreensão, temendo o seu rompimento, sobretudo em época de chuvas. Segundo a direção da empresa, em cinco anos a barragem, como depósito de rejeitos, deve ser desativada.