Informação disponível em "Brasil 247 Notícias", em 2 de Setembro de 2014 às 09:34.
Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a Mineração Rio
Pomba Cataguases deve recompor os danos materiais e morais que
aconteceram após o vazamento de lama tóxica em 2007. O desastre
ambiental atingiu cidades em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, deixando
um grande número de famílias desabrigadas, principalmente nos municípios
mineiros de Muriaé e Miraí. A decisão, em recurso repetitivo, foi
publicada hoje (1º) na página do STJ (www.stj.jus.br).
O acidente aconteceu em janeiro daquele ano, quando cerca de 2
bilhões de litros de resíduos contaminados por bauxita vazaram da
barragem da empresa após uma forte chuva. A decisão do STJ vai orientar a
solução de processos idênticos que tramitam nas instâncias inferiores.
Foram propostas 3.938 ações envolvendo a mineradora no município de
Muriaé e outras 500 em Miraí.
No processo, segundo texto divulgado
pelo STJ, "a mineradora sustentou que não haveria responsabilidade de
sua parte, tendo em vista que não ficou comprovado o nexo de causalidade
entre o rompimento da barragem e os danos sofridos pela vítima. Segundo
ela, a ocorrência de duas fortes enchentes na região, em períodos
anteriores, afastaria o nexo causal determinante, capaz de justificar a
indenização".
Mas, segundo o STJ, "a responsabilidade por dano ambiental é
objetiva, conforme a teoria do risco integral. Os ministros entenderam
que é descabida a invocação, pela empresa, de excludentes de
responsabilidade civil para afastar a sua obrigação de indenizar. A
decisão condena a ré a reparar os danos materiais e morais causados às
famílias que ingressaram na Justiça".
A mineradora foi procurada para se pronunciar sobre a decisão do STJ,
mas não foi possível localizar um representante para falar a respeito.
Em janeiro de 2007, logo após o acidente, o governo de Minas Gerais
determinou o fechamento da Mineração Rio Pombas Cataguases. Um ano
antes, em março de 2006, a mesma barragem já havia se rompido, com
vazamento de resíduos tóxicos para o ambiente.
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