"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Nível de contaminação do ar pode ser medido pelo mel das abelhas, indica pesquisa

09-Set-2014, Portal da UFOP
Fernanda Mafia

Além de responsáveis pela polinização das flores, uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de Ouro Preto constatou que as abelhas também podem ser eficientes bioindicadores de poluição por metais pesados. Isso significa que o monitoramento do mel e do pólen carregado por esses insetos indica o nível de contaminação do ar em determinada região. A pequisa foi desenvolvida pela mestre do Programa de Mestrado em Ecologia de Biomas Tropicais, Nathália de Nascimento Oliveira, e defendida, no mês de agosto, sob a orientação da professora Yasmine Antonini e coorientação do professor Hermínio Arias Nalini Júnior.

Quatro mineradoras de pequeno porte - em Ouro Preto, Mariana, Itabirito e Nova Lima - foram escolhidas para receber os ninhos das abelhas (colmeias), que foram monitorados durante um ano. Além disso, também foi instalado um ninho em uma região chamada “área de controle”, afastada das áreas de mineração, para fins comparativos. O mel e o pólen coletados passaram por uma análise geoquímica, e, posteriormente, os resultados do período de seca e chuva foram comparados. “Os metais pesados, como chumbo, níquel, cromo, arsênio, foram encontrados em altas concentrações, sobretudo no período de seca, em que os elementos tóxicos são encontrados em maior quantidade na atmosfera,” observa Nathália. 

Além de indicar o nível de poluição de determinada região, as análises podem inferir a origem geológica do local de acordo com os elementos químicos encontrados naqueles materiais. “Em caráter multidisciplinar, trabalhamos com pesquisa biológica, geológica e química”, esclarece a pesquisadora.

Dentre as vantagens da investigação, destacam-se o baixo custo e o fato de que as abelhas são capazes de rastrear grandes áreas e fornecer informações do ambiente como um todo, ao contrário dos coletores de poeira, por exemplo, que são pontuais. Segundo Nathália, “a pesquisa tem grande potencial para ser executada em parceria com as mineradoras, principalmente graças a sua fácil implantação, já que geralmente as empresas de pequeno porte não fazem o controle da poluição do ar”, finaliza Nathália.

Matéria disponível em: http://www.ufop.br/index.php?option=com_content&task=view&id=15235&Itemid=196

USP também divulgou pesquisa semelhante  -  Empresas & Negócios: 19/03/2012
 

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