09-Set-2014, Portal da UFOP | |
Fernanda Mafia
Além de responsáveis pela polinização das flores, uma pesquisa
desenvolvida na Universidade Federal de Ouro Preto constatou que as
abelhas também podem ser eficientes bioindicadores de poluição por
metais pesados. Isso significa que o monitoramento do mel e do pólen
carregado por esses insetos indica o nível de contaminação do ar em
determinada região. A pequisa foi desenvolvida pela mestre do Programa
de Mestrado em Ecologia de Biomas Tropicais, Nathália de Nascimento
Oliveira, e defendida, no mês de agosto, sob a orientação da professora
Yasmine Antonini e coorientação do professor Hermínio Arias Nalini
Júnior.
Quatro mineradoras de pequeno porte - em Ouro Preto, Mariana, Itabirito e
Nova Lima - foram escolhidas para receber os ninhos das abelhas
(colmeias), que foram monitorados durante um ano. Além disso, também foi
instalado um ninho em uma região chamada “área de controle”, afastada
das áreas de mineração, para fins comparativos. O mel e o pólen
coletados passaram por uma análise geoquímica, e, posteriormente, os
resultados do período de seca e chuva foram comparados. “Os metais
pesados, como chumbo, níquel, cromo, arsênio, foram encontrados em altas
concentrações, sobretudo no período de seca, em que os elementos
tóxicos são encontrados em maior quantidade na atmosfera,” observa
Nathália.
Além de indicar o nível de poluição de determinada região, as análises
podem inferir a origem geológica do local de acordo com os elementos
químicos encontrados naqueles materiais. “Em caráter multidisciplinar,
trabalhamos com pesquisa biológica, geológica e química”, esclarece a
pesquisadora.
Dentre as vantagens da investigação, destacam-se o baixo custo e o fato
de que as abelhas são capazes de rastrear grandes áreas e fornecer
informações do ambiente como um todo, ao contrário dos coletores de
poeira, por exemplo, que são pontuais. Segundo Nathália, “a pesquisa tem
grande potencial para ser executada em parceria com as mineradoras,
principalmente graças a sua fácil implantação, já que geralmente as
empresas de pequeno porte não fazem o controle da poluição do ar”,
finaliza Nathália.
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Matéria disponível em: http://www.ufop.br/index.php?option=com_content&task=view&id=15235&Itemid=196
USP também divulgou pesquisa semelhante - Empresas & Negócios: 19/03/2012 |
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