"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

domingo, 31 de janeiro de 2016

Opinião: o que pensa o Operário Verde sobre a Ocupação Chico Rei?

Algumas pessoas vieram me perguntar qual a minha opinião sobre a Ocupação Chico Rei em Saramenha. No princípio respondi que não tinha opinião certa. Certo mesmo é que sempre achei que a herança da Novelis deveria ser bem mais do que a especulação imobiliária na nossa região. Mas sobre a forma da Ocupação eu não sabia dizer nada.

Fui entender- busquei notícias sobre o assunto (reproduzi algumas aqui no blog) e conversei com algumas pessoas envolvidas. Procurei saber da fundamentação da MM. Juiza que determinou a reintegração de posse.

Pois bem, após isso já tenho opinião: agiu certo o Poder Judiciário e está equivocada a forma como está sendo conduzida a Ocupação Chico Rei - explico:

Concordo que aquelas terras não devem ser sorrateira e clandestinamente vendidas à tal empresa de engenharia sediada em Saramenha, tampouco devem ser loteadas para simplesmente gerar lucros à Novelis e beneficiar aqueles com maior poder aquisitivo. Acho, sinceramente, que devem servir para assentar famílias em situação de vulnerabilidade e que é uma área nobre para a expansão urbana da cidade, além de possuir nichos de proteção ambiental permanente.

Porém, compete ao PODER PÚBLICO - EXECUTIVO MUNICIPAL tomar à frente nisso e não à um ou outro "líder" com objetivos que não vão além da próxima eleição. Entendo que deve a Prefeitura declarar a utilidade pública daquelas terras e buscar meios legais (amigáveis ou litigiosos) para se apropriar delas. É um projeto público para Ouro Preto e não um projeto eleitoral. Aliás, é inadmissível que os tais "líderes" do movimento de ocupação não tenham se indignado publicamente contra a total omissão do Prefeito, Sr José Leandro, que nada mais fez até o momento além de repassar parte das terras da Novelis à Santa Casa de Misericórdia, que está sob a sua própria intervenção. O mesmo com relação a alguns Vereadores, que ao invés de buscar soluções institucionais estão apoiando bravatas eleitorais e ações de pouca ou nenhuma efetividade.

E não venham me acusar de ser contraditório ou de eleitoreiro! Contraditório é reivindicar áreas privadas alegando interesse público, mas sem a participação do Poder Público. Eleitoreiro é usar os sonhos das pessoas em troca de votos e excluir da pauta o Prefeito, fingindo não saber das suas relações com a Novelis.

Acho que o futuro de Saramenha deve ser pensado de forma mais institucional, técnica e democrática e não em rodas de conversas conduzidas por pessoas que não representam com legitimidade a população de Ouro Preto.


Nenhum comentário:

Postar um comentário