"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

sexta-feira, 25 de março de 2022

Mais um flagrante!

Esse barulhão, que veio acompanhado de uma nuvem de fumaça/poeira, foi registrado no início da noite do dia 25/03/2022, por volta das 20 horas. Mais um para a coleção de incômodos e abusos da fábrica para com a comunidade vizinha. 

 

E aí, Terrabel / Actech, como fica o Marzagão?

Em meio a muitas dúvidas sobre o futuro da fábrica de Saramenha, que até o presente momento não teve renovado o TAC para prosseguimento da operação, muito menos obteve o licenciamento ambiental, a pergunta que faço é sobre o futuro da barragem de rejeitos do Marzagão. O cronograma de "dois ou três" anos dito na reportagem a seguir já se encerrou sem uma solução definitiva. 

TV Top Cultura, 14/02/2019

E aí Terrabel e/ou Alumina Chemical Technology (Actech), o que será feito? qual o novo cronograma? quais os riscos? 

segunda-feira, 14 de março de 2022

Av. Lima Jr.: Dúvida geotécnica e intervenção irregular em APP

Conforme já exposto AQUI no blog numa postagem de 23/02/2022, preocupa-nos bastante a forma aparentemente displicente com que a terra (filito) do acidente geológico da Estação/Morro da Forca foi jogada no buraco surgido na Av. Lima Jr., mais conhecida como estrada da "curva" ou "volta do vento". 

Após o Prefeito Municipal divulgar a "conclusão" da obra, surgiram nas redes sociais vídeos e fotos que corroboram a nossa preocupação. Além das questões geotécnicas, há ainda denuncia de intervenção irregular em Área de Preservação Permanente (APP), uma vez que a obra está a menos de 30 metros do Rio Funil. Não há registros de que a intervenção feita pela Prefeitura tenha licenciamento ambiental pelo CODEMA ou de qualquer outro órgão de controle ambiental. 

Eis o vídeo as fotos:

Vídeo que circulou no whatsapp da FAMOP em 14/03/2022





Fotos tiradas em 13/03/2022


quarta-feira, 9 de março de 2022

Prefeito admite que escondeu a verdade da população

O Prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo (PV), concedeu entrevista ao repórter Antônio Isidoro, da Rádio Real FM 90,1, na qual admitiu que sabia desde 2021 que a missão do gerente indiano da Hindalco em Saramenha era fechar a fábrica. 

Cliquei AQUI e ouça a entrevista!

É lamentável que o Prefeito não tenha advertido a comunidade sobre o iminente desaparecimento da Hindalco do Brasil no Município, impedindo assim que todos pudessem se preparar para os inevitáveis impactos. Trabalhadores, fornecedores, vizinhos e servidores públicos foram alijados das discussões. Tudo ficou restrito aos gabinetes, num claro conchavo para favorecer os empresários, em detrimento do povo ouro-pretano. 

É importante lembrar que em 18/11/2021 a Câmara Municipal realizou a 41ª Audiência Pública para tratar da falta de licenciamento ambiental da fábrica, ocasião em que os representantes da Hindalco falaram de um futuro promissor, sem revelar o que de fato estava acontecendo nos bastidores. Mentiram e o Prefeito foi conivente!


terça-feira, 8 de março de 2022

Conferindo as obras na Av. Lima Júnior (Volta/Curva do Vento)

 Todas as fotos são de 08/03/2022:








AUDIÊNCIA PÚBLICA DISCUTE SITUAÇÃO DAS “TERRAS DA NOVELIS”

Fonte: Jornal O Liberal 

Por Karina Peres

08/03/2022


Na tarde desta segunda-feira (07), a Câmara Municipal de Ouro Preto, realizou a primeira audiência pública de 2022. A reunião aconteceu no acampamento “Novo Taquaral” e teve o objetivo de discutir sobre a possibilidade da área, conhecida como “Terras da Novelis”, ser utilizada para a construção de casas para os moradores do Taquaral que precisaram deixar suas casas devido aos riscos de desabamento.

Além de alguns vereadores da casa, a audiência também contou com a participação de representantes do poder executivo, movimentos sociais, dos moradores do Taquaral e do acampamento. As empresas Hindalco e Novelis foram convidadas para participar, porém, nenhum representante compareceu. Segundo o vereador Júlio Gori (PSC), pessoas de alto poder aquisitivo têm interesse nas Terras da Novelis, por isso, a luta da população para utilizar o local será ainda mais desafiadora. “Para sair um conjunto habitacional aqui vai ter que ter muita luta, porque isso aqui é uma terra que os milionários, os poderosos de Ouro Preto, querem. Precisamos ter um trabalho unido, de todos vocês para fazer esse projeto sair. Esse governo tem tudo para desenvolver um projeto para atender a cada família que está aqui”, afirmou o vereador.

Uma moradora que está acampada no local, usou a tribuna livre para falar sobre as dificuldades e a luta. “Eu estou aqui com o povo, tentando terras melhores para a gente sair debaixo de barranco. Eu não vou abrir mão desse sonho, eu tenho nove netos e quero que eles tenham uma vida digna e que não passem pelo que eu passei. Eu era gari, e com muita dificuldade construí a minha casa, mas todo ano a Defesa Civil, quando começa a chuva, dá 15 minutos e a gente tem que sair de casa carregando só o que estiver no corpo. Agora moro aqui no acampamento e só vou sair quando meu povo tiver uma moradia digna”, disse a moradora.

Possíveis soluções

Camila Sardinha, secretária municipal de desenvolvimento urbano e habitação, informou que nesta sexta-feira (11), o prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo, tem uma reunião com a Novelis para obter respostas sobre áreas pleiteadas pela prefeitura. “Essas áreas totalizam 200 mil m², então na realidade, não estamos buscando a construção de só 150 casas para o Taquaral, claro que esse pleito está envolvendo a questão do Novo Taquaral, mas nosso objetivo junto à Novelis, é conseguir um pleito muito maior para trabalhar melhor a política habitacional dentro de Ouro Preto”, explicou Camila.

A secretaria também afirmou que existe a promessa da doação de um área de 10 mil m² pela Novelis para a prefeitura. Entretanto, segundo Camila, sua procuradoria jurídica informou que a promessa já é um fato. “Ou seja, já podemos iniciar o processo de levantamento topográfico e de loteamento, precisamos só definir qual será a área exata junto a Novelis, mas os 10 mil m² já são nossos. Faremos estudos de planejamento urbano para que a gente consiga uma área que seja ocupável e que consiga ter o máximo de residências para a população”, declarou a secretária. 

Foto: O Liberal

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Em complementação à matéria de "O Liberal", o blog Operário Verde traz o provável croqui da citada área da 10 mil m² que está sendo negociada entre Município e Novelis:





Trata-se de lote em declive entre o Campus da UFOP, a Vila Operária e a Av. Lima Júnior (Volta do Vento), que poderá abrigar ainda um novo acesso à Bauxita. 


sábado, 5 de março de 2022

O que é produzido atualmente em Saramenha?

Com a recente transferência de propriedade da fábrica de Saramenha da Hindalco para a Terrabel, muitos ficaram com dúvidas sobre o que de fato é produzido ali. Vamos esclarecer:

Desde 2014, quando a Novelis encerrou suas atividades em Saramenha, NÃO se produz mais alumínio. O metal, cuja primeira e histórica corrida de forno ocorreu aqui em 1945, deixou totalmente de ser produzido. Os fornos e demais equipamentos de produção foram desmontados e vendidos como sucata. A metalúrgica de alumínio não existe mais! 

Porém, a primeira parte do processo químico de transformação do minério de bauxita em pó de alumina (gibsita) permaneceu, mas sob os cuidados da Hindalco do Brasil, uma empresa/CNPJ criada pelo grupo indiano Aditya Birla exclusivamente para a fábrica de Saramenha. 

Alumina

O processo de produção da alumina inicia-se na mineração com a lavra da bauxita. Em seguida têm-se o processo Bayer, que consiste em três etapas principais: a digestão da bauxita, a precipitação da gibsita presente no licor rico (rico em concentração de alumina em relação à concentração de cáustico) e a calcinação da gibsita precipitada (ESCOBAR, 2004)

Fonte: Grantthornton


aput https://doi.org/10.1590/S1517-70762007000200011


Do processo produtivo de alumina atualmente empregado em Saramenha, dois pontos são mais temerários:

1). o uso de grande quantidade de soda cáustica numa área urbana e com grande ocupação residencial, sendo que os tanques de maior risco encontram-se dentro da fábrica, mas nas proximidades com a divisa com a Escola Municipal Tomás Antônio Gonzaga e com a Vila Operária;

2). o depósito de rejeito de "lama vermelha", que molhado ou seco ainda é levado para a barragem do Marzagão, à montante pelo rio Funil. Embora "neutralizada", a lama vermelha é constituída por partículas muito finas e tem como principal característica uma elevada alcalinidade. No caso do rompimento da barragem, as áreas diretamente atingidas são os bairros Saramenha de Cima, Tavares, a planta da fábrica, Estação, Barra e todas as comunidades ribeirinhas à jusante, em especial Passagem de Mariana e o centro de Mariana. 


Para que a Terrabel possa produzir alumina em Saramenha, como diz ser sua intenção, terá que envidar grande esforço e dinheiro, pois os problemas são muitos. A começar, a fábrica está desde março de 2021 sem licenciamento ambiental e com uma lista gigantesca de condicionantes não cumpridas.

A comunidade ouropretana precisa ficar atenta, pois sob o discurso fácil do emprego (ou subemprego) a fábrica está elevando cada vez mais os riscos aos vizinhos, seus próprios funcionários e à todos os ribeirinhos à jusante. 

Fiquemos de olhos bem abertos e desconfiados dos discursos fáceis!



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ESCOBAR, EDUARDO MARCHIONI. - Determinação simultânea, em linha, da concentração de soda cáustica e de alumina em solução de aluminato de sódio do processo Bayer de produção de óxido de alumínio – Dissertação (Mestrado em Química) - UNICAMP – 2004.

sexta-feira, 4 de março de 2022

Estado de Minas/UAI noticiou a venda da Hindalco


Empresa indiana acumula prejuízos e vende fábrica de Ouro Preto por um real


Com perda de R$ 1 milhão por mês, nos últimos nove meses, grupo indiano decidiu vender fábrica para empresa mineira; novo nome do empreendimento será Actech


Nivia Machado - Especial para o EM (clique aqui)

04/03/2022 17:11 - atualizado 04/03/2022 17:32


Após quase nove anos de atividades em Ouro Preto, a Hindalco do Brasil - do grupo indiano Aditya Birla - anunciou a venda da fábrica de Saramenha para a empresa mineira Terrabel Empreendimentos, especializada em maquinário de terraplanagem e de mineração. A nova empresa fechou o negócio no valor de R$ 1 para assumir as atividades de produção de alumina. O anúncio oficial foi realizado nessa quinta-feira (3/3).

De acordo com o CEO da Terrabel, Maurício Gontijo, a Hindalco em Ouro Preto estava dando prejuízos e apresentava um valor negativo durante nove meses. Por isso, a fábrica foi vendida a R$ 1. O valor da venda foi publicado no site de assuntos econômicos MarketScreener. 

“Eles estavam em uma perda de R$ 1 milhão por mês, só em fevereiro tiveram bom resultado. Aceitamos o desafio de fazer a empresa crescer”, explica.

Com o objetivo de produzir 145 mil toneladas por ano quando iniciou as atividades em 2013, a Hindalco transferiu as atividades com cerca de 500 funcionários empregados. Segundo Gontijo, a ideia é manter os empregos, retomar o crescimento e manter a fábrica operando com mais rentabilidade.

 “A nossa missão é continuar com a fábrica, criar valor para a sociedade, criar mais empregos, se assim for possível, e criar formas de crescer a empresa", afirma.

O prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo, disse que uma reunião com os novos gestores da empresa foi realizada, ontem (3/3), com o objetivo de alinhar os interesses do município com a nova gestão da fábrica. No encontro também estiveram presentes a vice-prefeita Regina Braga, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Tecnologia, Felipe Guerra, e o consultor estratégico da Hindalco Brasil, Eli Murilo Araújo.

 “Foi um dia muito importante para a economia da nossa cidade porque foi consolidada a continuidade da operação industrial em Saramenha. Os empregos serão mantidos”, garante o prefeito. 

Sob nova direção

A saída da empresa indiana foi anunciada em uma nota conjunta publicada nessa quinta-feira (3/3), com a assinatura do indiano Vishal Raman Singh, da Hindalco, e de Maurício Gontijo, da Terrabel Empreendimentos. No comunicado, é revelado o novo nome da empresa: Alumina Chemical Technology (Actech).

Segundo a nota, a Hindalco agradece a comunidade ouro-pretana e os órgão públicos federais, estaduais e municipais ao longo dos oito anos em que esteve na cidade. Não foi informado o motivo da venda que aconteceu em apenas oito anos após montar uma indústria química para produzir hidratos e aluminas especiais com o objetivo de produzir 145 mil toneladas por ano.

A empresa mineira, com sede em Contagem, Minas Gerais, afirma o orgulho de ser genuinamente brasileira a assumir a unidade fabril em Ouro Preto.

A Terrabel, segundo a nota, afirma que a nova direção terá a responsabilidade de levar à empresa a contínua evolução respeitando a comunidade, funcionários e todos os órgãos públicos envolvidos.

quinta-feira, 3 de março de 2022

Fábrica de Saramenha foi vendida por R$1,00 (um real)?

Segundo consta no website "Marketscreener", um dos principais veículos de notícias financeiras do mercado internacional, a fábrica de Saramenha foi vendida pela Hindalco do Brasil Ltda. para a Terrabel Empreendimentos Ltda. pelo valor de R$1,00 (um real)! - vide documentos abaixo. 

Tal fato, se confirmado, revela o gigantesco passivo socioambiental e/ou dívidas da fábrica, o que justifica a sua entrega a preço simbólico ao novo e corajoso proprietário. Esse é mais um fato para ser apurado pelas autoridades responsáveis pela segurança da população.

Clique no link: https://www.marketscreener.com/quote/stock/HINDALCO-INDUSTRIES-LIMIT-6493281/news/Hindalco-Industries-Sale-or-disposal-of-unit-division-subsidiary-39587234/






Hindalco vende ativos de Saramenha para Terrabel

Na manhã desta quinta-feira, dia 03 de março de 2022, a comunidade ouro-pretana (menos eu!) foi surpreendida com a notícia de que a Hindalco do Brasil vendeu os ativos da fábrica de Saramenha para a empresa mineira Terrabel, especializada em maquinário pesado para mineração. 

Ouça o áudio veiculado na Rádio Itatiaia Ouro Preto: CLIQUE AQUI

Sobre a Terrabel: CLIQUE AQUI

Ao longo dos próximos dias mais informações certamente chegarão ao conhecimento da população, mas por enquanto o que se vislumbra é o fim da fábrica e sua conversão em estacionamento de maquinário de mineração. 

Isso porque, como já foi amplamente divulgado aqui no blog, a produção de alumina em Saramenha enfrenta sérios problemas ambientais e está há mais de um ano sem licenciamento e, por consequência legal, sem alvará de funcionamento. Para que a nova proprietária dos ativos possa produzir alumina aqui será preciso um altíssimo investimento e muito esforço para corrigir tudo de errado que a Novelis e a Hindalco fizeram nos últimos anos. O mais provável é que, diante da inviabilidade operacional, a Terrabel anuncie outro tipo de empreendimento no local. 

Aliás, "muita coincidência" uma empresa especializada em descondicionamento de barragens se instalar aqui, no município com o maior número de barragens a montante! do ponto de vista de logística os gigantescos galpões da Saramenha são preciosos para essa atividade. 

Vamos aguardar por mais informações!


atualizado às 11h35min de 03/03/2022.


terça-feira, 1 de março de 2022

Carnaval em pó!

No carnaval de 2022 os moradores da Vila Operária receberam da Hindalco uma nova cor no tradicional pó que decora as casas, ruas e carros! além do branco, agora também tem o preto! 

Vídeo gravado em 28/02/2022 na Vila Operária


Fotos tiradas em 27/02/2022 na Vila Operária

Enquanto isso a fábrica funciona à pleno vapor SEM LICENCIAMENTO AMBIENTAL, mas com o aval das autoridades municipais e estaduais. 

Em matéria ambiental, quem pode paga, quem não pode reclama!