"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

segunda-feira, 31 de março de 2014

Alcoa anuncia redução da produção de alumínio no Brasil


Com informações de: Valor Econômico / Clip News


Com o corte de produção anunciado sexta-feira (28/03/2014) pela Alcoa, de 147 mil toneladas de metal primário, cerca de 800 funcionários poderão ser demitidos, segundo afirmaram ao Valor os presidentes de sindicatos dos metalúrgicos de Poços de Caldas (MG) e São Luís (MA).

Na Alumar, em São Luís, onde opera em consórcio com a BHP Billiton, o corte será de 85 mil toneladas, com a paralisação de uma linha inteira de produção a partir de maio. No local, a empresa afirmou que terá que demitir 500 funcionários de um total de 1,8 mil, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Luís, José Maria Araújo.

A americana procurou o sindicato para falar dos cortes na manhã de sexta-feira, no horário em que fez a divulgação global da redução da produção no Brasil.

A Alcoa também encerrará suas operações de fundição em Poços de Caldas, onde atualmente trabalham na atividade cerca de 300 funcionários. A empresa emprega aproximadamente mil pessoas na unidade. Os demais 700 estão envolvidos nas áreas de mineração, processamento de pó de alumínio e refusão do metal, que serão mantidas. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos da cidade e região, Ademir Angelini, a companhia informou os trabalhadores que todos os 300 da área de metal primário serão demitidos.

Ao Valor, a Alcoa informou que o impacto dos cortes de produção sobre o emprego "está em processo de avaliação pela empresa".

O novo corte de produção ocorre apenas sete meses depois de a empresa ter informado uma redução de 131 mil toneladas nas mesmas unidades. Somados, os dois anúncios significam uma redução de 76,6% na produção em relação a sua capacidade total de alumínio primário no Brasil - de 363 mil toneladas. No ano passado, a Alcoa não fez demissões. Desta vez o número de demitidos em São Luis é maior do que 200 envolvidos na linha que será cortada, diz Araújo.

Segundo os representantes sindicais, a empresa informou que as demissões foram ordenadas pela presidência da Alcoa. Em contrapartida, teria oferecido uma compensação financeira de dois a seis salários aos funcionários que serão desligados, dependendo do tempo de trabalho. Araújo e Angelini disseram que vão procurar a companhia para negociar.

Araújo disse ainda que a empresa estaria fazendo um "desvio de atividade, com redução de produção de alumínio para vender energia no mercado". Já Angelini disse que enviará um ofício ao Ministério Público pedindo mediação em negociações com a Alcoa e um procedimento investigatório para checar se ela se comprometeu a manter empregos em Poços quando tomou empréstimos para investimentos.

Descontentes com a decisão, alguns trabalhadores teriam procurado o departamento de recursos humanos da Alcoa e informado que não iriam desligar as linhas de produção caso não haja negociação, disse Angelini.

O anúncio de corte de produção no Brasil faz parte de um plano global da multinacional, que culminará com a redução de 21% de sua produção em todo o mundo. Para justificar a decisão, a Alcoa citou "condições desafiadoras do mercado global e o aumento do custo de suas operações no país".

De fato, o forte acréscimo da produção de alumínio primário na China - de 70% em quatro anos - tem contribuído para a queda do preço do metal. Apenas nos últimos 12 meses, o recuo foi de 11% na bolsa de Londres (LME) para US$ 1.725 a tonelada.

No Brasil, o preço da energia tem forte participação no aumento dos custos citados pela Alcoa. Mas a empresa tem geração própria de participações em algumas Hidrelétricas locais, com 70% de autossuficiência em relação à capacidade antes dos cortes. Com os dois desligamentos, certamente ela terá excedente de energia para vender no mercado livre do país.

O ex-presidente da companhia Franklin Feder disse ao Valor em algumas ocasiões nos últimos dois anos que o custo da energia brasileira estava muito alto comparado com a média global (US$ 40 o MWh) e que seria necessária uma redução. Chegou a alertar o governo em Brasília Em nota, o novo presidente para América Latina & Caribe, Aquilino Paolucci, disse que a empresa foi forçada a tomar medidas difíceis na área de fundição no Brasil devido às condições de mercado que a Alcoa enfrenta.

O impacto é grande para a indústria de alumínio no país. Com os cortes da Alcoa e de outras empresas, sua dependência de importações aumento para suprimento do setor de transformação. Caso a Alcoa mantenha os cortes, o país poderá terminar 2014 com produção de metal na casa de 1,1 milhão de toneladas, ante consumo previsto de 1,5 milhão de toneladas.

Além da Alcoa, no ano passado a Novelis desativou parte de sua linha de Ouro Preto (MG) e a Votorantim Metais reduziu sua produção em 41 mil toneladas em Alumínio (SP). Isso fez com a produção do país recuasse para 1,3 milhão de toneladas de metal.




Mais sobre o assunto:


- Yahoo:  https://br.financas.yahoo.com/noticias/alcoa-anuncia-redu%C3%A7%C3%A3o-produ%C3%A7%C3%A3o-alum%C3%ADnio-brasil-144900020--finance.html

- Estadão: http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios-geral,alcoa-anuncia-reducao-da-producao-de-aluminio-no-brasil,180679,0.htm 

Um comentário:

  1. O futuro da produção do alumínio no Brasil e no mundo deve ser acompanhado de perto pela população de Ouro Preto, pois de tal cenário sairá a decisão sobre o destino da fábrica de Saramenha, atualmente sob a responsabilidade da Novelis do Brasil.

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